Infecção por citomegalovírus
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
doença autolimitada adquirida: imunocompetente
tranquilização
O tratamento antiviral da infecção e da doença por citomegalovírus em indivíduos imunocompetentes em geral não é recomendado, pois a doença é autolimitada.
infecção em receptor de transplante: sem resistência conhecida a medicamentos
ganciclovir intravenoso
Não há diretrizes para definir a gravidade da doença; é feito um julgamento pelo médico que faz o manejo.
O ganciclovir intravenoso é o tratamento antiviral de primeira linha para a doença grave por citomegalovírus, inclusive a colite e a pneumonite graves, e para os pacientes que necessitam de internação na unidade de terapia intensiva (UTI).
Opções primárias
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por, pelo menos, 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV no sangue
imunoglobulinas
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Imunoglobulinas (não selecionadas ou globulinas hiperimunes a CMV) podem ser utilizadas como tratamento adjuvante na doença grave por citomegalovírus (CMV), especialmente em pacientes submetidos a transplante de pulmão e de células-tronco hematopoéticas com pneumonite por CMV, embora faltem evidências de um benefício claro.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com [51]Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, et al; The Transplantation Society International CMV Consensus Group. The third international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2018 Jun;102(6):900-31. https://journals.lww.com/transplantjournal/fulltext/2018/06000/the_third_international_consensus_guidelines_on.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29596116?tool=bestpractice.com [62]Bonaros N, Mayer B, Schachner T, et al. CMV-hyperimmune globulin for preventing cytomegalovirus infection and disease in solid organ transplant recipients: a meta-analysis. Clin Transplant. 2008 Jan-Feb;22(1):89-97. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18217909?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
imunoglobulina para citomegalovírus (humana): consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
transição para valganciclovir oral
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O valganciclovir pode ser usado como uma abordagem rápida, de transição gradual, após a terapia inicial com ganciclovir intravenoso em pacientes com doença grave.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com
Opções primárias
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por, pelo menos, 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV no sangue
foscarnete intravenoso
Foscarnete é uma escolha terapêutica de menor preferência devido à nefrotoxicidade associada a seu uso.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com
Não há diretrizes para definir a gravidade da doença; é feito um julgamento pelo médico que faz o manejo.
Opções primárias
foscarnete: 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas; ou 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas por pelo menos 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV em amostras de sangue e tecido
imunoglobulinas
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Imunoglobulinas (não selecionadas ou globulinas hiperimunes a CMV) podem ser utilizadas como tratamento adjuvante na doença grave por citomegalovírus (CMV), especialmente em pacientes submetidos a transplante de pulmão e de células-tronco hematopoéticas com pneumonite por CMV, embora faltem evidências de um benefício claro.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com [51]Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, et al; The Transplantation Society International CMV Consensus Group. The third international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2018 Jun;102(6):900-31. https://journals.lww.com/transplantjournal/fulltext/2018/06000/the_third_international_consensus_guidelines_on.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29596116?tool=bestpractice.com [62]Bonaros N, Mayer B, Schachner T, et al. CMV-hyperimmune globulin for preventing cytomegalovirus infection and disease in solid organ transplant recipients: a meta-analysis. Clin Transplant. 2008 Jan-Feb;22(1):89-97. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18217909?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
imunoglobulina para citomegalovírus (humana): consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
valganciclovir oral
Nos pacientes sem diarreia grave ou problemas de absorção, pneumonite ou necessidade de internação em UTI, o valganciclovir oral é considerado um tratamento de primeira linha.[52]Asberg A, Humar A, Rollag H, et al. Oral valganciclovir is noninferior to intravenous ganciclovir for the treatment of cytomegalovirus disease in solid organ transplant recipients. Am J Transplant. 2007 Sep;7(9):2106-13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17640310?tool=bestpractice.com Não há diretrizes para definir a gravidade da doença; é feito um julgamento pelo médico assistente.
Opções primárias
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por pelo menos 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV em amostras de sangue e tecido
ganciclovir intravenoso
O ganciclovir é uma escolha terapêutica de menor preferência devido à via de administração.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com
Não há diretrizes para definir a gravidade da doença; é feito um julgamento pelo médico que faz o manejo.
Opções primárias
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por pelo menos 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV em amostras de sangue ou tecido
foscarnete intravenoso
Foscarnete é uma escolha terapêutica de menor preferência devido à nefrotoxicidade associada.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com
Não há diretrizes para definir a gravidade da doença; é feito um julgamento pelo médico que faz o manejo.
Opções primárias
foscarnete: 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas, ou 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas por pelo menos 2-4 semanas e até resolução clínica e negativização do CMV em amostras de sangue e tecido
infecção em paciente com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS): sem resistência conhecida a medicamentos
terapia antiviral inicial
O ganciclovir intravenoso ou o valganciclovir oral, com ou sem ganciclovir ou foscarnete intravítreos, é a terapia inicial preferencial para os pacientes com lesões com risco imediato à visão. As opções alternativas incluem o ganciclovir ou o foscarnete intravítreos combinados com o foscarnete ou o cidofovir intravenosos (com probenecida e terapia de hidratação com soro fisiológico antes e depois da terapia com cidofovir).[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
Idealmente um oftalmologista familiarizado com retinite por citomegalovírus deve participar do tratamento.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
Opções primárias
ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
ou
foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
--E--
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias
ou
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias
ou
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias
ou
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias
Opções secundárias
ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
ou
foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
--E--
foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas, ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias
ou
ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
ou
foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão
--E--
cidofovir: 5 mg/kg por via intravenosa uma vez por semana por 2 semanas
--E--
probenecida: 2 g por via oral 3 horas antes da dose do cidofovir, seguidos por 1 g administrado após 2 horas e após 8 horas da primeira dose
terapia de manutenção antiviral
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapêutica inicial (com duração mínima de 14-21 dias, com duração determinada pela resposta clínica baseada na fundoscopia) deve ser seguida por terapia crônica de manutenção.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
A terapia de manutenção pode ser descontinuada com segurança nos pacientes com doença inativa e contagem de CD4+ contínua (>100 células/microlitro ≥três a seis meses); recomenda-se uma consulta com um oftalmologista. Exames oculares regulares devem ser realizados a cada três meses nos pacientes que tiverem descontinuado a terapia de manutenção, para garantir a detecção precoce de uma recidiva ou de uma uveíte por recuperação imune.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
A recidiva precoce é causada com maior frequência pela limitada penetração intraocular da administração sistêmica dos medicamentos.[54]Kuppermann BD, Quiceno JI, Flores-Aguilar M, et al. Intravitreal ganciclovir concentration after intravenous administration in AIDS patients with cytomegalovirus retinitis: implications for therapy. J Infect Dis. 1993 Dec;168(6):1506-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8245536?tool=bestpractice.com
Se os pacientes apresentarem recidiva enquanto estiverem na terapia de manutenção, será recomendada a reintrodução do mesmo medicamento, seguido pelo reinício da terapia de manutenção. A alteração para um medicamento alternativo na primeira recidiva deverá ser considerada se houver suspeita de resistência ao medicamento ou se efeitos colaterais ou toxicidades interferirem nos ciclos ideais do agente inicial.
Opções primárias
valganciclovir: 900 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia
ou
foscarnete: 90-120 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia
ou
cidofovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 2 semanas
e
probenecida: 2 g por via oral 3 horas antes da dose do cidofovir, seguidos por 1 g administrado após 2 horas e após 8 horas da primeira dose
terapia antiviral
Para pequenas lesões periféricas, valganciclovir oral sozinho pode ser adequado.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
A terapia antiviral sistêmica é administrada por 3-6 meses até a recuperação imune induzida pelo tratamento antirretroviral.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
Opções primárias
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias, seguidos por 900 mg uma vez ao dia
terapia antiviral
Para a doença gastrointestinal (por exemplo, esofagite ou colite), recomenda-se valganciclovir oral, ganciclovir ou foscarnete intravenosos por 21-42 dias (ou até que os sinais e sintomas tenham remitido).
O valganciclovir é o tratamento de primeira linha se os sintomas não forem intensos o suficiente para interferirem na absorção oral.
A terapia de manutenção geralmente não é necessária para esofagite ou colite por citomegalovírus, mas deve ser considerada após recidivas.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full [32]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in children with and exposed to HIV. Aug 2023 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-pediatric-opportunistic-infections/cytomegalovirus?view=full
Opções primárias
valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas, pode ser trocado para valganciclovir por via oral uma vez que o paciente possa tolerar a terapia por via oral
Opções secundárias
foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas, ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas
terapia antiviral
Para pneumonite, ganciclovir ou foscarnete por via intravenosa são utilizados, embora haja poucos dados disponíveis em relação aos desfechos do impacto da terapia.
A duração ideal da terapia não foi estabelecida.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full
Opções primárias
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas, ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas
terapia antiviral
Esquema combinado é usado para estabilizar a doença e maximizar a resposta.
A duração ideal da terapia não foi estabelecida.[2]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV. Jul 2021 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/adult-and-adolescent-opportunistic-infection/cytomegalovirus-disease?view=full A terapia de manutenção deve ser mantida por toda a vida, a menos que haja evidências de recuperação imune.
Opções primárias
ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas
e
foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas, ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas
infecção refratária/resistente
maribavir, foscarnete, cidofovir ou ganciclovir em altas doses
Deve-se suspeitar de citomegalovírus (CMV) refratário ou resistente na presença de viremia por CMV recorrente ou persistente e exposição prolongada a antivirais, e deve-se testa-lo com uma análise de resistência genotípica.[51]Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, et al; The Transplantation Society International CMV Consensus Group. The third international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2018 Jun;102(6):900-31. https://journals.lww.com/transplantjournal/fulltext/2018/06000/the_third_international_consensus_guidelines_on.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29596116?tool=bestpractice.com
O tratamento desses pacientes é complexo e deve ser realizado em conjunto com um especialista.[1]Razonable RR, Humar A. Cytomegalovirus in solid organ transplant recipients - guidelines of the American Society of Transplantation Infectious Diseases Community of Practice. Clin Transplant. 2019 Sep;33(9):e13512. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30817026?tool=bestpractice.com [51]Kotton CN, Kumar D, Caliendo AM, et al; The Transplantation Society International CMV Consensus Group. The third international consensus guidelines on the management of cytomegalovirus in solid-organ transplantation. Transplantation. 2018 Jun;102(6):900-31. https://journals.lww.com/transplantjournal/fulltext/2018/06000/the_third_international_consensus_guidelines_on.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29596116?tool=bestpractice.com
O maribavir é a opção de primeira linha para infecção por CMV pós-transplante que não apresentar resposta ao tratamento antiviral disponível (com ou sem resistência genotípica). Nos EUA, o maribavir está aprovado para o tratamento de adultos e crianças (a partir de 12 anos e pesando pelo menos 35 kg). Entretanto, na Europa está aprovado atualmente apenas para adultos.
No estudo de fase 3 SOLSTICE, o maribavir demonstrou uma eliminação viral superior em comparação com a terapia designada pelo investigador (valganciclovir/ganciclovir, foscarnete, cidofovir ou foscarnete associado a valganciclovir/ganciclovir) em receptores de transplantes com infecção por CMV refratária/resistente (55.7% alcançando a eliminação do vírus CMV a 8 semanas em comparação com 23.9%).[55]Avery RK, Alain S, Alexander BD, et al. Maribavir for refractory cytomegalovirus infections with or without resistance post-transplant: results from a phase 3 randomized clinical trial. Clin Infect Dis. 2022 Sep 10;75(4):690-701. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9464078 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34864943?tool=bestpractice.com
No ensaio clínico AURORA, maribavir e valganciclovir foram avaliados para o tratamento de infecções por CMV assintomáticas iniciais em pacientes após o transplante de células hematopoéticas. Embora maribavir não tenha alcançado a não inferioridade desejada para depurar a viremia do CMV até a 8a semana, ele manteve, com eficácia, a supressão do CMV sem progressão da doença até a 16a semana, se maneira similar a valganciclovir. Maribavir demonstrou melhor perfil de segurança com casos reduzidos de neutropenia e menos descontinuações do tratamento em decorrência de eventos adversos, o que ressalta sua utilidade como opção preferível para tratamento do CMV no período inicial pós-transplante.[56]Papanicolaou GA, Avery RK, Cordonnier C, et al. Treatment for first cytomegalovirus infection post-hematopoietic cell transplant in the AURORA trial: a multicenter, double-blind, randomized, phase 3 trial comparing maribavir with valganciclovir. Clin Infect Dis. 2024 Mar 20;78(3):562-72. https://academic.oup.com/cid/article/78/3/562/7456345 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38036487?tool=bestpractice.com
Há preocupação em relação à aquisição de resistência a maribavir em casos de infecção por CMV refratário/resistente que se manifesta com alta carga viral ou em caso de doença grave. Nesses casos, a opinião de especialistas sugere iniciar a terapia com foscarnete, com a redução para maribavir após a melhora clínica e a redução da carga viral. Não foi estabelecido um limiar claro de carga viral para preferir o uso de foscarnete.[57]Razonable RR. Oral antiviral drugs for treatment of cytomegalovirus in transplant recipients. Clin Microbiol Infect. 2023 Sep;29(9):1144-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36963566?tool=bestpractice.com
O CMV com mutação em UL97 confere resistência ao ganciclovir, e, para esses pacientes, o tratamento antiviral normalmente envolve o uso de maribavir, foscarnete e, menos comumente, cidofovir. Ocasionalmente, doses mais altas que a normal de ganciclovir também podem ser uma opção. Embora maribavir seja direcionado a UL97, a resistência cruzada com ganciclovir é incomum. O CMV com mutação em UL54, que apresenta mutação na polimerase de DNA do CMV, pode conferir resistência cruzada entre ganciclovir, foscarnete e cidofovir (dependendo do local exato da mutação), o que gera opções de tratamento mais limitadas para esses pacientes.
A redução na imunossupressão deve acompanhar a terapia antiviral, para permitir a reconstituição imune e o subsequente controle imunológico do vírus pelo sistema imunológico. O tratamento deve ser determinado e administrado com acompanhamento de especialista.
Opções primárias
maribavir: crianças ≥12 anos de idade e ≥35 kg de peso corporal e adultos: 400 mg por via oral duas vezes ao dia
Opções secundárias
foscarnete: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
cidofovir: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Opções terciárias
ganciclovir: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
infecção congênita
valganciclovir oral ou ganciclovir intravenoso
O valganciclovir oral é recomendado para o tratamento de neonatos com citomegalovírus (CMV) congênito sintomático moderado a grave.[32]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in children with and exposed to HIV. Aug 2023 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-pediatric-opportunistic-infections/cytomegalovirus?view=full [58]Rawlinson WD, Boppana SB, Fowler KB, et al. Congenital cytomegalovirus infection in pregnancy and the neonate: consensus recommendations for prevention, diagnosis, and therapy. Lancet Infect Dis. 2017 Jun;17(6):e177-88. https://www.clinicalkey.com/#!/content/playContent/1-s2.0-S1473309917301433 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291720?tool=bestpractice.com [59]Kimberlin DW, Jester PM, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy and Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Valganciclovir for symptomatic congenital cytomegalovirus disease. N Engl J Med. 2015 Mar 5;372(10):933-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4401811 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25738669?tool=bestpractice.com O ganciclovir intravenoso é recomendado como uma opção alternativa para a infecção congênita sintomática grave.[32]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in children with and exposed to HIV. Aug 2023 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-pediatric-opportunistic-infections/cytomegalovirus?view=full [60]Kimberlin DW, Lin CY, Sanchez PJ, et al. Effect of ganciclovir therapy on hearing in symptomatic congenital cytomegalovirus disease involving the central nervous system: a randomized, controlled trial. J Pediatr. 2003 Jul;143(1):16-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12915819?tool=bestpractice.com [61]Oliver SE, Cloud GA, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy, Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Neurodevelopmental outcomes following ganciclovir therapy in symptomatic congenital cytomegalovirus infections involving the central nervous system. J Clin Virol. 2009 Dec;(46 suppl 4):S22-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19766534?tool=bestpractice.com
O valganciclovir e o ganciclovir mostraram prevenir a progressão da perda auditiva.[59]Kimberlin DW, Jester PM, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy and Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Valganciclovir for symptomatic congenital cytomegalovirus disease. N Engl J Med. 2015 Mar 5;372(10):933-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4401811 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25738669?tool=bestpractice.com [60]Kimberlin DW, Lin CY, Sanchez PJ, et al. Effect of ganciclovir therapy on hearing in symptomatic congenital cytomegalovirus disease involving the central nervous system: a randomized, controlled trial. J Pediatr. 2003 Jul;143(1):16-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12915819?tool=bestpractice.com [61]Oliver SE, Cloud GA, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy, Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Neurodevelopmental outcomes following ganciclovir therapy in symptomatic congenital cytomegalovirus infections involving the central nervous system. J Clin Virol. 2009 Dec;(46 suppl 4):S22-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19766534?tool=bestpractice.com A terapia deve ser administrada por 6 meses, e deve ser iniciada no primeiro mês após o nascimento.[32]HIV.gov, US National Institutes of Health. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in children with and exposed to HIV. Aug 2023 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-pediatric-opportunistic-infections/cytomegalovirus?view=full [58]Rawlinson WD, Boppana SB, Fowler KB, et al. Congenital cytomegalovirus infection in pregnancy and the neonate: consensus recommendations for prevention, diagnosis, and therapy. Lancet Infect Dis. 2017 Jun;17(6):e177-88. https://www.clinicalkey.com/#!/content/playContent/1-s2.0-S1473309917301433 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291720?tool=bestpractice.com [59]Kimberlin DW, Jester PM, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy and Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Valganciclovir for symptomatic congenital cytomegalovirus disease. N Engl J Med. 2015 Mar 5;372(10):933-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4401811 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25738669?tool=bestpractice.com O tratamento prolongado com valganciclovir resulta em uma melhora modesta em longo prazo no neurodesenvolvimento e na audição.[59]Kimberlin DW, Jester PM, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy and Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Valganciclovir for symptomatic congenital cytomegalovirus disease. N Engl J Med. 2015 Mar 5;372(10):933-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4401811 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25738669?tool=bestpractice.com A neutropenia é um evento adverso frequente associado ao ganciclovir.[60]Kimberlin DW, Lin CY, Sanchez PJ, et al. Effect of ganciclovir therapy on hearing in symptomatic congenital cytomegalovirus disease involving the central nervous system: a randomized, controlled trial. J Pediatr. 2003 Jul;143(1):16-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12915819?tool=bestpractice.com [61]Oliver SE, Cloud GA, Sánchez PJ, et al; National Institute of Allergy, Infectious Diseases Collaborative Antiviral Study Group. Neurodevelopmental outcomes following ganciclovir therapy in symptomatic congenital cytomegalovirus infections involving the central nervous system. J Clin Virol. 2009 Dec;(46 suppl 4):S22-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19766534?tool=bestpractice.com
Até o momento, não há evidências suficientes para recomendar o tratamento de neonatos com CMV congênito leve ou assintomático. Também estão ausentes evidências de ensaios randomizados que informem o início da terapia antiviral para além do primeiro mês de vida.[58]Rawlinson WD, Boppana SB, Fowler KB, et al. Congenital cytomegalovirus infection in pregnancy and the neonate: consensus recommendations for prevention, diagnosis, and therapy. Lancet Infect Dis. 2017 Jun;17(6):e177-88. https://www.clinicalkey.com/#!/content/playContent/1-s2.0-S1473309917301433 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291720?tool=bestpractice.com Há vários estudos em andamento com o objetivo de estabelecer se há algum benefício em tratar neonatos com perda neurossensorial isolada, ou em tratar neonatos após o primeiro mês de vida.[58]Rawlinson WD, Boppana SB, Fowler KB, et al. Congenital cytomegalovirus infection in pregnancy and the neonate: consensus recommendations for prevention, diagnosis, and therapy. Lancet Infect Dis. 2017 Jun;17(6):e177-88. https://www.clinicalkey.com/#!/content/playContent/1-s2.0-S1473309917301433 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291720?tool=bestpractice.com
Opções primárias
valganciclovir: consulte um especialista para obter orientação sobre a dosagem
Opções secundárias
ganciclovir: consulte um especialista para obter orientação sobre a dosagem
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal