Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 45 anos de idade soronegativo para citomegalovírus (CMV R-) apresenta-se com 1 semana de febre, mal-estar e diarreia. Cinco meses antes dessa doença clínica, ele recebeu um transplante de rim de um doador soropositivo para CMV (CMV D+). Ele apresenta uma história de diabetes mellitus de longa duração que foi complicado por uma insuficiência renal em estágio terminal. Ele recebeu profilaxia com valganciclovir nos primeiros 6 meses após o transplante de rim. Os exames laboratoriais mostram leucopenia, trombocitopenia e níveis séricos elevados de creatinina, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato transaminase (AST). O exame colonoscópico mostra ulcerações da mucosa e hiperemia grave envolvendo toda a extensão do cólon.
Caso clínico #2
Um homem de 35 anos de idade com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) não controlada e síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) se queixa de uma história de 2 semanas de moscas volantes visuais e visão turva em ambos os olhos. Sua carga do ácido ribonucleico (RNA) do HIV é >750,000 cópias/mL e sua contagem celular de CD4 é de 2 células/microlitro. O exame físico revela um homem gravemente caquético com linfonodos aumentados nas regiões cervical, axilar e inguinal. O exame oftalmológico revela áreas de cor creme com hemorragias retinianas sobrejacentes, consistente com um diagnóstico de coriorretinite.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Fundoscopia (olho esquerdo) mostrando área de retinite por citomegalovírus (CMV) envolvendo inferonasalmente as arcadas vasculares e o disco óptico, associada a vasculite e hemorragias em "chama de vela"Adaptado dos BMJ Case Reports 2009, copyright © 2009 pelo BMJ Publishing Group Ltd [Citation ends].
Outras apresentações
Em pacientes imunocompetentes sem história médica significativa, a infecção por citomegalovírus (CMV) pode se manifestar com uma síndrome semelhante à mononucleose, com febre, dores no corpo e mal-estar. Podem estar presentes linfonodos cervicais aumentados. Os exames laboratoriais podem revelar linfocitose atípica, função renal normal e aminotransferases hepáticas com discreta elevação. Geralmente, os sintomas clínicos desaparecem em 1 semana, embora alguns casos graves de doenças em órgãos-alvo tenham sido descritos em alguns pacientes imunocompetentes.
Em pacientes com doença inflamatória intestinal refratária ao tratamento convencional, o CMV está implicado como cofator, pois o vírus já foi demonstrado em biópsias do cólon. Alguns pacientes têm respondido ao tratamento com ganciclovir intravenoso.[5]
Em pacientes em estado crítico que necessitam de internação em unidade de terapia intensiva, como aqueles com sepse, pode ocorrer a reativação assintomática do CMV, que pode estar associada a uma maior mortalidade por todas as causas.[6]
A infecção congênita por CMV em neonatos pode resultar em microcefalia, calcificação intracraniana, hepatoesplenomegalia, anomalias neurológicas (que se apresentam como comprometimento do tônus e da função motora), petéquias ou púrpura e perda auditiva.[7][8][9] A deficiência intelectual e a surdez neurossensorial são complicações em longo prazo.[10]
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