Monitoramento

Pacientes com doença por citomegalovírus (CMV) devem fazer monitoramento regular com um teste de ácido nucleico (NAT) quantitativo para CMV, em geral uma vez por semana. Isso ajuda a rastrear a depuração do CMV no sangue e a determinar a duração do tratamento. O monitoramento regular do CMV geralmente não é indicado clinicamente durante a profilaxia antiviral de rotina em receptores de transplante de órgãos sólidos ou em pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) (ver abaixo as considerações sobre pacientes com AIDS com contagem de células T CD4 de <50 células/microlitro). O monitoramento, normalmente, é usado como parte de uma estratégia preventiva em receptores de transplante de órgãos sólidos ou receptores de transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas que não estão recebendo profilaxia antiviral. O monitoramento também pode ser usado ocasionalmente em receptores de transplante de órgãos sólidos após a finalização de um ciclo de profilaxia (estratégia híbrida).

Pacientes com CMV detectável no sangue ou que apresentam sinais clínicos consistentes com doença por CMV ativa ou persistente devem continuar o tratamento com terapia antiviral.

  • NAT para CMV para receptores de transplante e pacientes com AIDS: os receptores de transplante de órgão sólido e de transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas são monitorados pelo menos uma vez por semana com NAT para CMV para detectar a replicação assintomática do CMV, o que possibilita a administração de terapia antiviral preventiva para evitar a progressão da doença. Pacientes com AIDS que apresentam contagem de células T CD4 de <50 células/microlitro são monitorados regularmente com NAT para CMV para determinar a necessidade de iniciar terapia antiviral para a prevenção de retinite e de doença invasiva de órgão por CMV.[42]

  • Sorologia para CMV em futuros receptores de transplante e seus doadores: a sorologia para CMV é realizada em todos os futuros receptores de transplante e seus doadores para avaliar o risco de doença por CMV após o transplante.​[42]​ As transfusões de sangue podem resultar em resultado falso-positivo da sorologia para CMV em receptores de transplante alogênico de células-tronco hematopoéticas. Assim, um protocolo de avaliação com sorologia em duas etapas é recomendado para melhorar a precisão da avaliação de risco para CMV antes do transplante.[77]

Pacientes fazendo tratamento de manutenção em longo prazo devem ser monitorados para efeitos colaterais em potencial dos medicamentos, incluindo supressão da medula óssea, toxicidade renal ou distúrbio eletrolítico.

Os pacientes com retinite por CMV necessitam de monitoramento rigoroso por um oftalmologista experiente e pelo médico de atenção primária. Deve ser realizada uma oftalmoscopia indireta com dilatação da pupila em várias fases do tratamento, inclusive no diagnóstico de retinite por CMV, após a finalização da terapia de indução, 1 mês depois do início da terapia e, subsequentemente, uma vez ao mês durante o tratamento anti-CMV. Fotografias mensais do fundo, utilizando uma técnica fotográfica padronizada que documente a aparência da retina, ajudam a detectar recidivas precocemente. Crianças com HIV com idade <5 anos, infectadas por CMV e gravemente imunossuprimidas (contagem de CD4 <50 células/microlitro ou porcentagem de CD4 <5%) devem ser submetidas a uma fundoscopia dilatada realizada por um oftalmologista a cada seis meses. Como a retinite por CMV pode ocorrer em pacientes com contagens de CD4 mais elevadas, o rastreamento oftalmológico também pode ser considerado para crianças pequenas com graus menores de imunossupressão que não conseguirem relatar sintomas visuais.[32]

Bebês com infecção congênita confirmada por CMV devem ser avaliados regularmente para detecção precoce de perdas auditivas.[32]

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