Etiologia
Embora já tenham sido considerados congênitos, os aneurismas saculares são considerados atualmente como uma lesão adquirida, induzida hemodinamicamente na parede vascular. Outras causas menos comuns incluem traumas, infecções, tumores, malformações/fístulas arteriovenosas e abuso de drogas.
A bem conhecida associação com doenças hereditárias do tecido conjuntivo e a ocorrência familiar dão suporte a um fator genético. É considerado, especificamente, em pacientes com doença renal policística autossômica dominante, síndrome de Ehlers-Danlos do tipo IV, neurofibromatose do tipo 1 e síndrome de Marfan.[8]
Todos os estudos populacionais têm mostrado, de forma consistente, que o tabagismo aumenta o risco de hemorragia subaracnoide (HSA) aneurismática.[9][10][11][12]
O consumo moderado a elevado de bebidas alcoólicas é um fator de risco independente para a hemorragia subaracnoide (HSA) aneurismática.[12]
Fisiopatologia
Os vasos sanguíneos são compostos por três camadas: túnica íntima, túnica média (muscular) e túnica externa (adventícia). A íntima e a média são separadas pela lâmina elástica interna; a média e a adventícia são separadas pela membrana elástica externa. Nos vasos cerebrais, a média é mais fina e a membrana elástica externa é ínfima.
Embora a fisiopatologia dos aneurismas cerebrais traumáticos e infecciosos seja óbvia, a dos aneurismas saculares espontâneos é menos clara. Acredita-se que a hipertensão e o tabagismo contribuam significativamente para as alterações vasculares associadas aos aneurismas cerebrais saculares.[8] Uma das hipóteses refere-se ao efeito que o tabagismo tem sobre os inibidores das proteases, que resulta na degradação de vários tecidos conjuntivos, incluindo as paredes das artérias.[13] Em espécimes patológicos, a túnica média apresenta-se reduzida e o saco aneurismático reduz-se, assim, a uma só camada de células endoteliais e uma fina camada fibrosa. A lâmina elástica interna termina na entrada para o saco aneurismático.[14] A contínua pressão arterial dirigida a essa seção anormal da artéria causa a protrusão do aneurisma, em especial nos pontos de ramificação arterial, onde a pressão é maior.[8]
Com o aumento da disponibilidade e a maior sensibilidade das técnicas de imagem cerebral não invasivas, mais aneurismas cerebrais não rotos têm sido detectados. Embora eles sejam, com frequência, descobertos de forma acidental, os aneurismas não rotos podem provocar sintomas pelo efeito de massa sobre os nervos cranianos vizinhos ou sobre o parênquima cerebral.
Classificação
Tipos morfológicos de aneurisma cerebral[1]
Sacular
Frequentemente chamado, em inglês, de berry aneurism, pois se assemelha a uma pequena fruta arredondada pendendo do galho
Saco externo, redondo, ligado por um tronco (ou colo) a uma artéria cerebral.
Fusiforme
Também chamado de aneurisma aterosclerótico
Forma-se à medida que os danos da camada média causam o alongamento da artéria
Coágulos intraluminais podem ser formados.
Dissecante
Frequentemente chamado de pseudoaneurisma
Forma-se à medida que o sangue se acumula em uma laceração entre as camadas da artéria cerebral
Dependendo de qual dos planos é dissecado, pode ocorrer estenose luminal ou a formação de uma estrutura semelhante a um saco pendente.
Classificação de aneurismas cerebrais com base no tamanho[2]
Pequeno: <7 mm em diâmetro
Médio: diâmetro entre 7 e 12 mm
Grande: diâmetro entre 13 e 24 mm
Gigante: ≥25 mm em diâmetro.
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