Critérios
O diagnóstico de nefropatia por imunoglobulina A exige biópsia renal. Nenhum acúmulo de evidências clínicas e laboratoriais tem especificidade e sensibilidade suficientes para evitar a necessidade de diagnóstico por biópsia. Os depósitos mesangiais de imunoglobulina A (IgA) são a marca registrada da doença, e podem ser identificados por técnicas de imunofluorescência ou imunoperoxidase. Depósitos mesangiais de IgA juntamente com outras classes de imunoglobulina e complemento, também podem ser um achado da nefrite lúpica e, portanto, deve-se sempre pensar em lúpus eritematoso sistêmico se for feito um diagnóstico de nefropatia por imunoglobulina A.
Embora não possam ser, por si só, consideradas critérios diagnósticos, várias classificações histopatológicas da nefropatia por imunoglobulina A foram publicadas. A classificação mais amplamente validada entre elas é a classificação de Oxford.[2]
A classificação original de Oxford, publicada em 2009, envolve quatro lesões morfológicas independentes que apresentam reprodutibilidade alta inter- e intraobservador e estão associadas a um prognóstico desfavorável, independentemente dos achados clínicos no momento da biópsia renal:
Hipercelularidade mesangial (M0 ou M1)
Hipercelularidade endocapilar (E0 ou E1)
Glomeruloesclerose segmentar (S0 ou S1)
Atrofia tubular/fibrose intersticial (T0, T1 ou T2)
Desde sua publicação, a classificação de Oxford foi validada em diversas coortes de pacientes da América do Norte, Europa e Ásia.[3][4][5]
Na Classificação atualizada de Oxford, publicada em 2017, crescentes foram adicionadas às quatro lesões originais: C0 (sem crescentes), C1 (crescentes em menos de 25% dos glomérulos) e C2 (crescentes em 25% ou mais dos glomérulos), formando um novo escore MEST-C.[6] Esse é o resultado de um subgrupo de trabalho do Classification Working Group que demonstrou que crescentes (C1 ou C2) eram preditores independentes de desfechos renais em uma coorte agrupada de 3096 pacientes.[7] Outra adição notável à Classificação atualizada de Oxford de 2017 é a subclassificação de esclerose segmentar, identificando aqueles casos com evidências de hipertrofia podocitária e/ou lesão de ponta.
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