Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

diagnóstico clínico

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De acordo com o DSM-5-TR, a anorexia nervosa está presente quando há: restrição da ingestão de energia em relação às necessidades que levam a um peso significativamente baixo no contexto de idade, sexo, trajetória de desenvolvimento e saúde física; medo intenso de ganhar peso ou comportamento persistente que interfira no ganho de peso, mesmo com um peso significativamente baixo; perturbação na forma como o peso ou a forma corporal são percebidos, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação, ou falta persistente de reconhecimento da gravidade do peso corporal atual.[1]

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Atende aos critérios clínicos para anorexia nervosa, por exemplo, DSM-5-TR ou CID-11

Hemograma completo

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Não diagnóstico, embora seja importante para acompanhamento da evolução e gravidade da doença.

Em caso de internação hospitalar, deve ser incluído nos exames laboratoriais e repetido a cada semana.

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anemia normocítica e normocrômica; leve leucopenia; trombocitopenia

bioquímica sérica

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Possibilita o monitoramento da gravidade, de complicações e da evolução da doença.

Deve ser realizada imediatamente se o paciente necessitar de internação hospitalar e realimentação. Deve ser repetida diariamente até normalizar.

Níveis elevados de ureia podem indicar desidratação ou anormalidades renais.

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alcalose metabólica e hipocalemia (se houver vômitos); acidose metabólica, hiponatremia e hipocalemia (se houver usado de laxativos), hipomagnesemia, hipofosfatemia, hipocalcemia, hipoglicemia, níveis elevados de ureia. Hipofosfatemia e queda de fosfato, hipocalemia com nível de potássio <2.5 mmol/L e hipoglicemia (glicose <3 mmol/L) representam risco iminente de vida na anorexia nervosa

testes da função tireoidiana

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Devem ser considerados como parte do painel de rastreamento inicial e em consultas de acompanhamento se forem identificadas anormalidades.

Níveis baixos de T3 são comuns, mas os pacientes costumam apresentar TSH normal, não devendo ser administrada suplementação tireoidiana.

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tri-iodotironina (T3) baixa, tiroxina (T4) normal, hormônio estimulante da tireoide (TSH) normal (geralmente, as alterações não são clinicamente significativas)

testes da função hepática

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Não diagnósticos, mas recomenda-se rastreamento inicial.

Devem ser monitorados nas visitas de acompanhamento se a perda de peso continuar.

As elevações das enzimas hepáticas são geralmente leves na anorexia nervosa, mas elevações mais intensas têm sido associadas a apresentações agudas. A função hepática deve melhorar com realimentação.

Outras causas de transaminite, como alcoolismo, superdosagem de paracetamol, medicamentos tóxicos para o fígado e cálculos biliares, devem ser consideradas.

O colesterol sérico pode estar elevado na anorexia nervosa, mas deve normalizar-se com a realimentação.

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alanina aminotransferase e aspartato aminotransferase elevadas; colesterol elevado

glicose sanguínea

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Pode ser recomendado como parte da avaliação inicial.

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Uma glicose sanguínea baixa pode estar relacionada a restrição nutricional.

urinálise

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Pode ser útil para avaliar o estado de hidratação; além disso, pode haver presença aguda de cetonúria.

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a baixa gravidade específica pode indicar consumo de grandes quantidades de água livre; a cetonúria pode indicar semi-inanição significativa

Investigações a serem consideradas

Questionário SCOFF (Enjoado [Sick], Controle [Controle], Uma medida [One stone], Gordo [Fat], Comida [Food])

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Uma escala estruturada de 5 itens que é frequentemente usada para rastreamento em adolescentes e adultos (embora valha ressaltar que ela só é validada em adultos).[76] O SCOFF tem alta sensibilidade e especificidade, particularmente nas mulheres jovens, mas seu valor preditivo pode ser reduzido para outros grupos de pacientes e para quem tiver apresentações atípicas da anorexia nervosa.[76][77][78][79] A orientação do Reino Unido (do NICE) adverte contra o uso de ferramentas de rastreamento (por exemplo, SCOFF) como único método para determinar se uma pessoa tem ou não um transtorno alimentar; se utilizadas, as ferramentas de rastreamento devem atuar como complemento de uma avaliação clínica mais abrangente.[67]

Inclui as seguintes perguntas:

"Você fica enjoado(a) (sick) por se sentir desconfortavelmente saciado(a)?"

"Você se preocupa por ter perdido o controle sobre o quanto come?"

"Você, recentemente, perdeu mais de 6 kg em um período de 3 meses?"

"Você acredita estar gordo(a) (fat) quando outras pessoas dizem que você está muito magro(a)?"

"Você diria que a comida (food) domina sua vida?"

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A presença de 2 ou mais respostas positivas sugere um transtorno alimentar (anorexia nervosa ou bulimia nervosa).

eletrocardiograma (ECG)

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Considere se há anormalidades eletrolíticas, bradicardia, dor torácica, hipotensão, anormalidades cardíacas anteriores ou uso de medicamentos ou drogas ilícitas que possam comprometer o funcionamento cardíaco.[67]​ A orientação dos EUA recomenda que um eletrocardiograma seja realizado em todos os pacientes com um transtorno alimentar restritivo.[68]

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bradicardia, defeitos de condução; prolongamento do intervalo QT (corrigido para a frequência). As características de alto risco no ECG incluem QTc prolongado (<18 anos: homens >450 ms, mulheres >460 ms; ≥18 anos: homens >430 ms, mulheres >450 ms), frequência cardíaca <40 bpm, e arritmia associada com desnutrição e/ou distúrbios eletrolíticos

densitometria óssea (absorciometria por dupla emissão de raios X)

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A orientação do Reino Unido recomenda considerar uma densitometria óssea após 1 ano de baixo peso nas crianças e jovens (ou antes, se apresentarem dor ou fraturas ósseas recorrentes) e após 2 anos de baixo peso nos adultos (ou antes, se apresentarem dor ou fraturas ósseas recorrentes).[67]​ De acordo com a orientação dos EUA, os médicos devem considerar a densitometria óssea para as pessoas com amenorreia por mais de 6-12 meses.[68][72]

Ajuda a ilustrar os efeitos da perda intensa de peso aos pacientes que negam ou minimizam a presença de sintomas de transtorno alimentar.

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osteopenia, osteoporose

estradiol em indivíduos do sexo feminino

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Não diagnóstico, mas útil para descartar outras causas de amenorreia e monitorar efeitos fisiológicos da doença.

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níveis baixos ou indetectáveis

testosterona em indivíduos do sexo masculino

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Não diagnóstico, mas útil para monitorar efeitos fisiológicos da doença.

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níveis baixos

teste de gravidez urinário ou sérico

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Exclui gestação na presença de amenorreia.

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Um resultado positivo confirma gestação

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