Caso clínico
Caso clínico #1
Uma professora de 54 anos, 3 anos após a menopausa, relata redução gradual do desejo e interesse sexual nos últimos 4 anos. Ela afirma que seu casamento de 15 anos é sólido, com poucos conflitos. No entanto, ela sente que a carreira do marido como advogado é prioridade na vida dele. Quando sexualmente ativa com o marido, ela raramente se excita com estimulação física, genital ou não genital. Ela também não se excita com livros ou vídeos. Ela não se masturba desde a adolescência. Seus últimos orgasmos ocorreram há 2 anos. Sua história pregressa inclui depressão pós-parto. Nos últimos 6 meses, ela tomou citalopram, tendo sido diagnosticada com transtorno depressivo persistente em vez de transtorno depressivo maior. Por 3 anos ela recebeu estradiol transdérmico e progesterona oral diariamente. O exame físico está dentro dos limites da normalidade e os estudos laboratoriais revelam um diagnóstico de diabetes mellitus do tipo 2.
Caso clínico #2
Uma mulher de 28 anos reclama de pouco desejo e excitação mínima em termos de excitação sexual mental. No entanto, ela relata que sua lubrificação vaginal é adequada. Esses sintomas persistiram durante seu atual e único relacionamento sexual de 2 anos. Não há história clínica ou psiquiátrica relevante ou abuso sexual. Durante os últimos 10 anos, ela vem usando etinilestradiol e desogestrel, inicialmente para acne e, atualmente, também para contracepção. Ao contrário do marido, ela tem certeza de que não quer ter filhos. Sua criação foi conservadora, com pouca informação sexual. Ela diz que seu foco é o trabalho e, apesar de ser bem-sucedida profissionalmente, é muito autocrítica e expressa uma autoimagem ruim. Sua atividade sexual é focada no coito, com mínima orientação dela para o marido sobre como satisfazê-la. Ela nunca se masturbou. Seus exames laboratoriais de rotina, incluindo testes da função tireoidiana, e seu exame físico estão dentro dos limites da normalidade.
Outras apresentações
Os casos clínicos ilustram a ocorrência comum de dificuldades de desejo/interesse e excitação.
Mulheres com transtorno orgástico também podem expressar uma angustiante redução no desejo/interesse sexual.
As queixas sexuais não abordadas neste tópico incluem contração vaginal e/ou dor. No caso de estreitamento vaginal, a queixa apresentada pode ser uma relação não consumada pelo medo de penetração vaginal, com contração muscular e medo expresso de dor. No caso de dor vaginal (dispareunia) com ou sem estreitamento, pode ou não haver anormalidades ao exame físico. Quando anormalidades estão presentes, os achados mais comuns são a alodinia proveniente da vestibulodinia provocada e a atrofia vaginal vulvar devida a deficiência localizada de estrogênio. Esses achados físicos podem coincidir, explicando uma aparente falha do tratamento sistêmico com estrogênio, necessitando de estrogênio tópico de ação local adjuvante. Em todas essas situações, pode haver associação de transtornos do desejo/interesse e da excitação sexual.
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