Complicações
A prevalência da depressão maior em pessoas com demência vascular foi relatada como variando entre 20% e 45%.[107] Pode ser difícil estabelecer se esses sintomas são decorrentes de um transtorno depressivo primário ou da manifestação de uma perturbação relacionada ao acidente vascular cerebral (AVC) da função cortical frontal. O paciente é tratado para a depressão.
As evidências disponíveis não fornecem um forte apoio à eficácia dos antidepressivos no tratamento da depressão na demência.[108] No entanto, o consenso clínico apoia realização de uma tentativa com um antidepressivo para tratar a depressão clinicamente significativa nas pessoas com demência.[109]
Os sintomas de apatia ou depressão podem ser melhorados encorajando reuniões e atividades sociais (como jardinagem, limpeza e pôr a mesa) para fornecer rotina à pessoa e estimular um senso de utilidade.
Intervenções não medicamentosas, como massoterapia e estimulação cognitiva combinadas com exercícios e interação social, podem ser mais efetivas que medicamentos para tratar a depressão nos pacientes com demência.[104]
Sintomas associados com psicose (como agitação e agressividade) podem ser observados em até 20% das pessoas com demência vascular, embora a base biológica das psicoses ainda seja obscura.[124]
Uma revisão Cochrane revelou que os inibidores seletivos de recaptação de serotonina citalopram e sertralina foram associados a uma redução nos sintomas de agitação em comparação com o placebo em pessoas com demência, embora não houvesse evidência separada para as pessoas com demência vascular.[110]
As ações que podem ser úteis para reduzir a agitação incluem explicar as ações do cuidador com antecedência, dar instruções por escrito e usar calendários, relógios e gráficos para ajudar os pacientes a se manterem orientados quanto ao tempo e lugar.
Pode ser necessária a internação em instituição asilar.
Não há dados de alta qualidade que descrevem a prevalência do comportamento de deambulação em pessoas com demência vascular. Pode ser necessária a internação em instituição asilar.
Não há dados sobre o risco de quedas das pessoas com demência vascular. Entretanto, há uma associação significativa entre as demências não Alzheimer e o distúrbio da marcha, o que potencialmente aumenta o risco de quedas.[125]
Recomenda-se medidas preventivas no sentido de reduzir o risco de quedas, como modificação ambiental, fortalecimento muscular e mobilidade supervisionada ou assistida.
Pacientes com demência vascular têm alto risco de eventos cerebrovasculares adicionais. Há uma ausência de evidências definitivas sobre a eficácia da trombólise e da terapia endovascular para o tratamento de AVC isquêmico em pacientes com demência pré-mórbida, porque esses pacientes geralmente foram excluídos de ensaios clínicos randomizados e controlados. Uma abordagem pragmática caso a caso é recomendada para esses pacientes.[126]
Embora a frequência de pneumonia por aspiração seja desconhecida em amostras não selecionadas de pacientes com demência vascular, esta doença é comumente observada na presença de deficits de deglutição relacionados ao AVC.
Avaliações apropriadas da deglutição, modificação alimentar e posicionamento são importantes medidas preventivas.
O paciente é tratado para pneumonia.
Provavelmente, isso é mais comum nos pacientes com demência em estágio terminal em imobilismo. Os métodos de cuidado padrão, como colchões apropriados e posicionamento, devem ser usados. Quando necessário, as úlceras devem ser desbridadas com antimicrobianos tópicos ou sistêmicos.
Pode ser necessária a internação em instituição asilar.
Nos primeiros 6 meses da pandemia em 2020, houve um risco três vezes maior de contrair COVID-19 para pacientes com demência vascular, contra um risco duas vezes maior para pacientes com demência por todas as causas.
Da mesma forma, os riscos de hospitalização e mortalidade em 6 meses foram de 59% e 21%, respectivamente, para os pacientes com demência e COVID-19, em comparação com 23% e 5% para os pacientes com COVID-19 sem demência. O risco foi significativamente maior para os pacientes negros em comparação aos pacientes brancos. Isso ressalta a importância de proteger esses pacientes vulneráveis contra infecções por meio da vacinação e do isolamento.[127]
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