Etiologia

A etiologia do LH permanece não esclarecida. Provavelmente, é multifatorial. Além disso, ela pode variar com a idade na ocasião do aparecimento, a localização geográfica e o subtipo histológico. Os sintomas do LH (ou seja, febre, sudorese noturna, linfadenopatia) sugerem uma etiologia infecciosa. Na verdade, as células malignas de Reed-Sternberg hospedam antígenos do vírus Epstein-Barr (EBV) em uma proporção significativa dos casos (20% a 40%).[9][10] A demonstração de que uma história de mononucleose é um fator de risco para o desenvolvimento de LH positivo para EBV justifica essa hipótese.[11] Ainda não foi demonstrado de forma conclusiva se a associação entre o EBV e o LH é causal. Ademais, nem todos os casos de LH estão relacionados ao EBV ou à mononucleose infecciosa.

Há evidências de predisposição familiar para o LH, mas ela é incomum (acredita-se que aproximadamente 5% dos casos sejam familiares).[12][13][14] Se um gêmeo monozigótico for diagnosticado com LH, o risco do segundo gêmeo desenvolver LH é quase 100 vezes maior que o da população em geral.[15] O risco entre gêmeos dizigóticos é menor (aproximadamente 7 vezes maior que o da população em geral).[16] Parentes de primeiro grau de pacientes com LH têm probabilidade aproximadamente 3 vezes maior de desenvolver a doença que a população geral.[17][18]

Fisiopatologia

A patogênese do linfoma de Hodgkin (LH) permanece não esclarecida, embora diversos mecanismos tenham sido postulados. É provável que a patogênese seja diferente nos pacientes com a doença positiva para o vírus Epstein-Barr (EBV) em comparação com os pacientes com a doença negativa para o EBV.

O LH é uma malignidade das células B com expressão de imunoglobulina em geral ausente, apesar dos rearranjos genéticos e da hipermutação somática.[19] Em geral, as imunoglobulinas de superfície (receptores de células B) são necessárias para a maturação e sobrevivência das células B.[20][21] Acredita-se que, na doença positiva para EBV, as proteínas virais (LMP1, LMP2A, EBNA1) permitam que células B infectadas e anormais escapem da apoptose e/ou se repliquem de forma descontrolada ao mimetizar receptores celulares constitutivamente ativos, que são essenciais para que as células B cresçam, sobrevivam e escapem da apoptose.[22][23]

Classificação

5a edição da classificação de tumores hematolinfoides da Organização Mundial da Saúde: neoplasias linfoides.[1]​ 

Linfoma de Hodgkin (LH) clássico (95% dos casos).[2]

  • Estão nessa categoria:

    • Esclerose nodular (70%)

    • Celularidade mista (25%)

    • Rico em linfócitos (5%)

    • Depleção linfocitária (<1%).

LH com predominância linfocítica nodular (LHPLN, 5% dos casos).

A Classificação de Consenso Internacional de Neoplasias Linfoides Maduras: um relatório do Clinical Advisory Committee[3]​​​

O Comitê Consultivo Clínico da Classificação do Consenso Internacional (ICC) de neoplasias linfoides maduras reclassificou o LHPLN como “linfoma de células B com predominância de linfócitos nodulares”. O ICC destacou as diferenças biológicas e clínicas entre o LHPLN e o LH clássico e a estreita relação do LHPLN com o linfoma de grandes células B rico em células T/histiócitos.[3]

A 5ª edição da classificação de tumores hematolinfoides da Organização Mundial da Saúde mantém a terminologia e a posição existentes do LHPLN como um subtipo do linfoma de Hodgkin. No entanto, a OMS reconhece “linfoma de células B com predominância de linfócitos nodulares” como um termo aceitável, estando em fase de avaliação a adoção definitiva dessas alterações.[1]

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