Diagnósticos diferenciais
Distonias induzidas por medicamentos, por exemplo, fenotiazinas
SINAIS / SINTOMAS
As características podem incluir torcicolo, torcicolo espasmódico, trismo, distonia glossofaríngea, opistótono e, frequentemente, desvio dos olhos. O tétano não está associado a desvio ocular.
Uma história medicamentosa compatível daria suporte a um diagnóstico de distonia induzida por medicamento.
Investigações
Agentes anticolinérgicos, como prociclidina ou benzatropina, geralmente trazem melhora às distonias induzidas por medicamento, mas não têm efeito sobre o tétano.
Intoxicação por estricnina
SINAIS / SINTOMAS
A estricnina é um pó branco venenoso, sem odor, que pode ser ingerido pela boca, por via inalatória (por exemplo, misturado com cocaína/heroína) ou injetado por via intravenosa em uma solução. É um antagonista competitivo do neurotransmissor inibitório glicina, nos receptores da medula espinhal, tronco encefálico e centros superiores.
Os sintomas de intoxicação geralmente surgem 15 a 60 minutos após a ingestão e incluem aumento da atenção, agitação, inquietação, espasmos e rigidez musculares dolorosos, trismo, opistótono e hipersensibilidade a estímulos.[42] O espasmo dos músculos respiratórios pode causar parada respiratória.
A ingestão de grandes volumes pode causar convulsões generalizadas dolorosas, durante as quais o paciente mantém a consciência.
O paciente pode fornecer uma história de inalação de drogas ilícitas ou a ingestão deliberada/acidental de estricnina, que pode estar presente nas preparações de pesticidas, particularmente veneno contra ratos.
Investigações
Análises de sangue, urina e tecidos quanto à presença de estricnina devem ser solicitadas em caso de suspeita de intoxicação ou quando houver a aparente ocorrência de tétano em um paciente totalmente imunizado ou na ausência de uma prévia lesão propensa a tétano.
Síndrome neuroléptica maligna
SINAIS / SINTOMAS
Uma reação de hipersensibilidade a um medicamento antipsicótico, apresentando rápido desencadeamento de hipertermia, rigidez muscular, sinais extrapiramidais, disfunção autonômica, mutismo, confusão e até mesmo coma. Tremor e incontinência urinária podem estar presentes.
A doença é atribuída ao bloqueio dos receptores da dopamina. A história medicamentosa do paciente deve indicar uma possível causa. Todas as classes de agentes antipsicóticos (antagonistas dos receptores D2 da dopamina) estão implicadas, assim como os agentes não antipsicóticos, que bloqueiam as vias dopaminérgicas centrais, como a metoclopramida.
Tem maior probabilidade de se desenvolver depois do início de terapia com antipsicóticos ou de um aumento da dose, mas pode ocorrer a qualquer instante durante o tratamento, mesmo anos depois do início da terapia. A suspensão de medicamentos contra Parkinson também pode precipitar a síndrome.
Estado mental alterado é menos comum no tétano.
Investigações
Diagnóstico clínico.
Síndrome da pessoa rígida
SINAIS / SINTOMAS
Rigidez muscular progressiva intensa do tronco e dos membros com sobreposição de espasmos, que podem ser desencadeados por movimentos voluntários, estímulos externos ou estresse emocional.
Trismo e espasmos faciais estão ausentes.
O paciente pode sofrer quedas sem se proteger, como um soldado de chumbo.
O início dos sintomas geralmente ocorre entre 30 e 50 anos. A maioria dos casos começa insidiosamente e evolui durante alguns anos, embora haja casos que podem se desenvolver em algumas semanas.
Os pacientes muitas vezes apresentam outras doenças autoimunes.
Investigações
Autoanticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico em 60% dos pacientes. A eletromiografia revela uma anormalidade característica. Há resposta rápida ao diazepam.
Hipocalcemia
SINAIS / SINTOMAS
Dormência/parestesia perioral e periférica e cãibras musculares, que podem evoluir para espasmo carpopedal.
Pode haver história de irritabilidade, confusão, redução da capacidade intelectual ou depressão. Podem ocorrer convulsões, além de distúrbios do movimento, por exemplo, coreoatetose, espasmos distônicos, parkinsonismo e hemibalismo.
Pode ocorrer sibilância decorrente de broncoespasmo. As anormalidades cardíacas incluem arritmias e insuficiência cardíaca congestiva.
Podem estar presentes sinais de hipocalcemia crônica, por exemplo, unhas quebradiças, cabelos ásperos e secos/alopécia, pele seca.
A história, a história medicamentosa e o exame físico do paciente podem sugerir uma causa subjacente para a hipocalcemia. Bifosfatos, anticonvulsivantes, foscarnete e cisplatina podem causar hipocalcemia.
Podem ocorrer sinais de Chvostek e Trousseau, que são sugestivos de hipocalcemia.
Investigações
A hipocalcemia é confirmada pela medição laboratorial do cálcio ionizado. O eletrocardiograma (ECG) pode mostrar intervalo QT prolongado. Investigações adicionais podem estabelecer a causa subjacente: fosfato, fosfatase alcalina, magnésio, PTH, 25-hidroxivitamina D e 1,25-di-hidroxivitamina D, funções renal e hepática, amilase etc.
Infecção dentária/parafaríngea/das glândulas parótidas/tonsilar ou difteria
SINAIS / SINTOMAS
Essas infecções podem causar trismo sem espasmo ou generalização.
Edema localizado, sensibilidade ou exsudato podem ser aparentes.
Investigações
Imagens radiológicas podem confirmar abscessos profundos.
Meningite
SINAIS / SINTOMAS
Meningite e meningoencefalite podem causar trismo, rigidez, convulsões e opistótono, mas não apresentam riso sardônico.[25]
Investigações
Os achados do líquido cefalorraquidiano diferenciam essas doenças do tétano. No tétano, as proteínas podem estar ligeiramente elevadas, mas a celularidade é normal.[25]
Convulsões generalizadas em crianças
SINAIS / SINTOMAS
A diferenciação entre convulsões e tétano pode ser particularmente difícil em neonatos. No entanto, na epilepsia, a consciência é prejudicada e os músculos frequentemente ficam hipotônicos e flácidos no estado pós-ictal.[25]
Investigações
Eletroencefalograma anormal na epilepsia.
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