Caso clínico

Caso clínico

Um homem de 63 anos sofreu um corte em sua mão enquanto fazia trabalhos de jardinagem. Sua história de imunização é significativa por não ter recebido um cronograma completo de imunização antitetânica. Ele apresenta sinais de tétano generalizado com trismo ("mandíbula travada"), que resulta em uma careta descrita como "risus sardonicus" (sorriso sarcástico). A contração tônica intermitente dos músculos esqueléticos causa espasmos intensamente dolorosos, que duram alguns minutos, durante os quais ele mantém a consciência. Os espasmos são desencadeados por estímulos externos (ruído, luz, corrente de ar, contato físico) ou internos e, como resultado, ele apresenta risco de sofrer fraturas ou desenvolver rabdomiólise. Os espasmos tetânicos também produzem opistótono, rigidez da parede abdominal, disfagia e períodos de apneia em virtude da contração dos músculos torácicos e/ou músculos da glote ou da laringe. Durante um espasmo generalizado, o paciente arqueia as costas, estende as pernas, flexiona os braços em abdução e cerra os punhos. Em alguns casos, ocorre apneia durante os espasmos. A hiperatividade autonômica se manifesta inicialmente como irritabilidade, inquietação, sudorese e taquicardia. Vários dias depois, ela pode se apresentar como hiperpirexia, arritmias cardíacas, hipertensão instável ou hipotensão.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: TrismoDo acervo de Nicholas J. Beeching e Christopher M. Parry [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@71eeb78b[Figure caption and citation for the preceding image starts]: TrismoDo acervo de Nicholas J. Beeching e Christopher M. Parry [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@63fb7d4e[Figure caption and citation for the preceding image starts]: OpistótonoDo acervo de Nicholas J. Beeching e Christopher M. Parry [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@626fad6b[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prontuário do paciente ilustrando a disfunção autonômica com extrema flutuação na pressão arterialDo acervo de Nicholas J. Beeching e Christopher M. Parry [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@41e67bbc

Outras apresentações

O tétano localizado se apresenta com espasmos musculares limitados a um membro ou região corporal próxima ao local da lesão. Ele pode se tornar generalizado se o diagnóstico não for reconhecido. Alternativamente, ele pode persistir por semanas ou meses, com a completa remissão subsequente.[1] O tétano cefálico é decorrente de traumatismo cranioencefálico ou de infecção da orelha média, com um curto período de incubação de 1 a 2 dias. Ocorrem paralisias de nervos cranianos que podem evoluir para o tétano generalizado. O nervo facial é mais frequentemente afetado.[1] Os pacientes podem se apresentar com disfagia, trismo e/ou neuropatias focais cranianas. O tétano neonatal geralmente se manifesta 3 a 14 dias pós-parto, principalmente entre o 6º e o 8º dia.[2] O trismo e a rigidez da musculatura labial interferem no ato normal de sugar e alimentar-se, deixando o bebê irritável. As características iniciais incluem choro excessivo e baixa aceitação alimentar. À medida que a doença evolui, a rigidez muscular se estende por todo o corpo e os espasmos começam. Ocorrem opistótono, convulsões e distúrbios autonômicos. O período de início, ou o período entre o sintoma inicial e o primeiro espasmo, varia de algumas horas até 5 dias, geralmente 1 a 3 dias.[2] O início e a progressão são mais rápidos que no tétano não neonatal, possivelmente como resultado do menor comprimento axonal.

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