Monitoramento
Os pacientes com AOS que recebem a terapia de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) devem ser submetidos à avaliação periódica dos sintomas e da adesão à CPAP após o estabelecimento do uso regular. Nos EUA, o Medicare requer uma avaliação da adesão a 12 semanas para demonstrar um uso mínimo de 4 horas por noite em pelo menos 5 das 7 noites da semana, e o benefício clínico.[67] Isso representa cerca de 41% a 44% de uso, supondo uma noite de 6.5 a 7 horas de sono. O intervalo entre avaliações clínicas subsequentes não foi estabelecido, mas 1 ou 2 vezes ao ano é a prática comum.
A adesão e a melhora do índice de apneia-hipopneia (IAH) podem ser avaliadas com o uso de sensores integrados nos equipamentos de CPAP. Deve-se repetir o exame de sono em casos de sintomas persistentes ou recorrentes, como sonolência, ou no contexto de alteração de peso significativa (≥10%) associada à alteração dos sintomas.[229] Alguns dispositivos de exame domiciliar, como aqueles que usam tonometria arterial periférica, podem permitir a avaliação enquanto se usa PAP durante o sono.
O monitoramento da eficácia do aparelho odontológico e do tratamento cirúrgico pode seguir diretrizes semelhantes, mas a resposta inicial ao tratamento da AOS moderada a grave é avaliada pelo uso da polissonografia ou de um estudo não supervisionado do sono (em casa).[229][230]
Os pacientes que não aderirem ao esquema da CPAP ou do aparelho intraoral deverão fornecer um motivo para a não- adesão. Devem-se realizar intervenções para solucionar os problemas específicos quando possível:[127][130][133][134][135][136][231][232]
Educação e suporte ao paciente por meio de programas personalizados
Terapia cognitivo-comportamental
A aplicação de corticosteroides intranasais pode melhorar a adesão em pacientes com rinite ou hipertrofia do corneto nasal
Tentar uma interface diferente
Pode-se considerar uma tira no queixo para reduzir a fuga de ar como consequência da respiração pela boca
O uso de um soporífico não benzodiazepínico, como eszopiclone, pode melhorar a adesão e a titulação da CPAP
A cirurgia nasal pode reduzir a resistência nasal em pacientes com obstrução nasal anatômica e, assim, melhorar a adesão à CPAP e reduzir a pressão da CPAP
Pode-se usar a pressão positiva nas vias aéreas com dois níveis de pressão positiva para tentar reduzir a intolerância à pressão, embora não existam evidências quanto à melhora da tolerância
Os dispositivos de pressão positiva nas vias aéreas com autoajuste podem ser mais bem tolerados em alguns pacientes: possivelmente naqueles com IAH variável dependente do movimento rápido dos olhos ou da posição
Aparelhos orais, cirurgia de vias aéreas superiores ou terapia de neuroestimulação do hipoglosso implantável são considerados se a CPAP não for aceita ou tolerada
As opções quando a adesão aos dispositivos de aparelhos intraorais é baixa incluem:
Redução da protrusão da mandíbula para problemas de desconforto
Solução de problemas de ajuste do aparelho, garantindo a simetria (mesmo intercuspidação [ajuste adequado da cúspide-fossa dos dentes opostos]), solucionando problemas de articulação temporomandibular e/ou aplicando suportes posteriores
Uso de um tipo diferente de aparelho: decisão tomada com base no mecanismo/local de fixação dentária e desconforto
Uso ou nova tentativa do tratamento com CPAP: a CPAP é mais eficaz para a redução do IAH e recomenda-se a reutilização para pessoas com o quadro clínico moderado a grave
Submissão à cirurgia das vias aéreas superiores: para pacientes que não toleram aparelhos intraorais ou CPAP
Realização de implantação de sistema de neuroestimulação do hipoglosso: para pacientes com AOS moderada a grave
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