História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

obesidade

Considerado um fator de risco importante.

sexo masculino

Considerado um fator de risco importante. Na população adulta em geral, foi relatada uma prevalência de AOS de 13% a 33% em homens (6% a 19% em mulheres).[13]

A prevalência estimada de pelo menos AOS leve (Índice de Apneia-Hipopneia [IAH] ≥5 episódios/hora) no Wisconsin Sleep Cohort Study (2007-2010) para homens e mulheres (30-70 anos de idade) foi de 34% e 17%, respectivamente.[3][4]

anomalias maxilomandibulares

Têm sido associadas ao aumento do risco de AOS.[34] Deve-se fazer a avaliação para estenose das mandíbulas, sobremordida, sobressaliência e má oclusão.

sonolência diurna excessiva

É importante perguntar sobre a duração adequada da sonolência, o ambiente e se o paciente tem sono ao dirigir.

O nível de fadiga do paciente durante o dia pode ser avaliado com a Escala de Sonolência de Epworth. [ Escala de Sonolência de Epworth (ESE) Opens in new window ]

episódios de apneia

Episódios de interrupção da respiração terminados por um ronco alto.

episódios de arquejo

Normalmente observados pelo parceiro do paciente.

sono não restaurador

O parceiro geralmente se queixará de excesso de movimento do paciente durante o sono. Os pacientes que dormem sozinhos geralmente tirarão os lençóis.

insônia

Ocorre com mais frequência nas mulheres.[59][60]

macroglossia

A língua é relativamente grande para a cavidade oral e a faringe, obstruindo a vista da orofaringe.[35] Pode ter bordas crenadas (recuos laterais da dentição). A avaliação da orofaringe nesses pacientes normalmente requer o uso de depressores da língua.

ronco crônico

Sintoma comum. Frequentemente audível além do quarto.

Outros fatores diagnósticos

comuns

doença cardiovascular

Extremamente prevalente em apneia obstrutiva do sono (AOS).

Pode incluir hipertensão sistêmica e/ou pulmonar, disritmias, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana ou acidente vascular cerebral (AVC).[64][79]

Muitos pacientes com hipertensão farmacologicamente resistente, AVC e fibrilação atrial recorrente terão AOS.[12][25]​​​​​

ganho de peso

Os pacientes geralmente se apresentam para avaliação depois de ganho de peso, acompanhado por agravamento do ronco e/ou da sonolência.

O risco de AOS aumenta com o aumento do IMC.[4][29]

circunferência grande do pescoço

Os pacientes são frequentemente obesos ou com sobrepeso e têm uma circunferência grande do pescoço (≥40 cm).

A circunferência do pescoço >40 cm indica uma sensibilidade de 61% e uma especificidade de 93% para AOS.[34]

endocrinopatias

Diabetes do tipo 2, síndrome metabólica, síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo e acromegalia estão associados à AOS.[28][43][80][81]

história de intubação difícil para anestesia geral; obstrução durante sedação

Possivelmente relacionada a características anatômicas como anomalias mandibulares e macroglossia.

história familiar de AOS ou ronco

É comum uma história de outros familiares que têm AOS ou roncam.

A herdabilidade estimada da AOS, conforme definida pelo Índice de Apneia-Hipopneia, é de 0.30 a 0.40.[16]

história de mucopolissacaridose

Associada à AOS.[46][47]

história de DRGE

Normalmente associada a AOS e a obesidade.[82][83]

história de síndrome de Down

A AOS é altamente prevalente nas crianças com síndrome de Down.[44]

história de extração dentária para liberar espaço

Extrações de pré-molares para liberar espaço da dentição podem causar estreitamento da mandíbula e/ou maxila e uma via aérea menor.[65]​ A forma e o tamanho das mandíbulas devem ser avaliados.

história de acidentes com veículo automotor

Pode ocorrer em consequência de sonolência ao dirigir.[26][27]​​​

disfunção neurocognitiva

Os pacientes podem relatar problemas de atenção, aprendizagem e memória.[24]

transtornos de humor

Geralmente é relatada depressão, ansiedade e irritabilidade. O diagnóstico de AOS às vezes pode ser retardado porque os pacientes podem estar tratando os transtornos de humor.

noctúria

As pessoas com AOS podem relatar uma alta incidência de noctúria.[84]

disfunção erétil

Possivelmente relacionada à hipoxemia. Pode responder ao tratamento com pressão positiva contínua nas vias aéreas.

cefaleias pela manhã

Associada a roncos e à apneia do sono.

pirose/dispepsia

Os pacientes podem se queixar de queimadura retroesternal ou episódios de sufocamento à noite por causa do laringoespasmo.

xerostomia

Causada pela respiração bucal.

Também podem ocorrer episódios de edema da úvula.

transpiração noturna

Pode ser observada pelo parceiro do paciente adulto. Sintoma comum em pacientes pediátricos.[85]

Fatores de risco

Fortes

obesidade

Estudos epidemiológicos grandes relatam uma associação entre obesidade e risco de apneia obstrutiva do sono (AOS).[4][13][28] O risco aumenta com o aumento do IMC.[4][29] A associação da AOS com a obesidade parece diminuir com a idade.[4][30]

sexo masculino

Aumenta a probabilidade de AOS. Na população adulta em geral, foi relatada uma prevalência de AOS de 13% a 33% em homens (6% a 19% em mulheres).[13] A prevalência estimada de pelo menos AOS leve (Índice de Apneia-Hipopneia [IAH] ≥5 episódios/hora) no Wisconsin Sleep Cohort Study (2007-2010) para homens e mulheres (30-70 anos de idade) foi de 34% e 17%, respectivamente.[3][4]​​

menopausadas (mulheres)

O risco de AOS aumenta nas mulheres após a menopausa.[31][32] A menopausa cirúrgica pode estar associada a um risco maior do que a menopausa natural.[33]

circunferência grande do pescoço

A circunferência do pescoço >40 cm indica uma sensibilidade de 61% e uma especificidade de 93% para AOS.[34] O pescoço é medido no nível do espaço cricotireoideo. Os pacientes são questionados sobre se houve aumento do tamanho do colarinho nos últimos 6-12 meses em associação com o aumento dos sintomas.

anomalias maxilomandibulares (por exemplo, estenose, retrognatia e palato arqueado alto)

Têm sido associadas ao aumento do risco de AOS.[34]

É comum o excesso da protrusão dos dentes incisivos superiores sobre os inferiores (sobressaliência).

O palato duro pode ser estreito e arqueado, e pode ocorrer mordida cruzada.

Podem aparecer exostoses mandibulares, que deslocam a língua e aumentam a obstrução faríngea.

aumento do volume dos tecidos moles (inclui amígdalas, adenoides e língua)

Estudos anatômicos que usam ressonância nuclear magnética (RNM) para comparar o volume dos tecidos moles dos pacientes com AOS em relação a pacientes de controle constataram um volume maior do palato mole, da língua e das paredes faríngeas laterais em pacientes com AOS.[18]

Os pacientes com AOS têm uma língua grande, independentemente de terem dimensões craniofaciais pequenas ou grandes, em comparação com pacientes sem AOS com dimensões craniofaciais correspondentes.[35]

A hipertrofia adenoamigdaliana em associação com tamanho/posição normal da língua pode ser preditiva de taxas maiores de êxito cirúrgico.[36]

A estenose lateral da área faríngea (ou medialização das paredes da faringe) deve ser avaliada durante o exame físico.

história familiar de AOS

A herdabilidade estimada da AOS, conforme definido pelo índice de apneia-hipopneia, é de 0.30 a 0.40.[16]

Também foram identificadas altas taxas de prevalência em filhos de pacientes com AOS.[37]

ronco crônico

Constatou-se que seu valor preditivo positivo é de 0.63 e seu valor preditivo negativo é de 0.56 para AOS (índice de apneia-hipopneia [IAH] ≥15 episódios/hora) em uma população de pacientes com suspeita de AOS encaminhados a uma clínica de sono.[38]

Importante para o diagnóstico de AOS no contexto de um IAH com discreta elevação.[39] A ausência de relato do paciente não descarta a AOS.

síndrome do ovário policístico (SOPC)

Uma revisão sistemática e metanálise relatou uma prevalência de AOS de 35% entre mulheres com SOPC.[40]

Altos níveis de hormônios androgênicos podem contribuir para o aumento do risco.[41][42]

hipotireoidismo

O tratamento do hipotireoidismo pode melhorar a AOS, mas o desfecho deve ser verificado usando-se uma polissonografia.[43]

Síndrome de Down

A prevalência de AOS (definida como um IAH >5 episódios/hora) entre crianças com síndrome de Down submetidas a polissonografias foi relatada como sendo de 50%.[44] A prevalência parece ser maior em pacientes do sexo masculino do que em pacientes do sexo feminino.[45]

mucopolissacaridose

Têm sido associada ao aumento do risco de AOS.[46][47]

O aumento significativo da prevalência nesta população pode se dever a fatores relacionados ao esqueleto e aos tecidos moles.

idade mais avançada

A prevalência da AOS aumenta com a idade.[13]

No Wisconsin Sleep Cohort Study, pelo menos AOS leve (IAH ≥5 episódios/hora) foi relatada em 27% dos homens e 9% das mulheres com idade entre 30 e 49 anos, aumentando para 43% e 28%, respectivamente, nos indivíduos com idade entre 50 e 70 anos.[4]

etnias negra, hispânica ou asiática

Relatou-se que os afro-americanos correm maior risco de AOS do que os brancos.[5][6][7]​​ Os dados indicam uma prevalência elevada de AOS entre os hispânicos nos EUA em comparação com os brancos nos EUA.[8]

tabagismo

Os fumantes com uma história de 20 anos de tabagismo correm maior risco de AOS em comparação com indivíduos que nunca fumaram.[48]

Fracos

obstrução nasal

Foi constatado que a congestão devida à alergia (autorrelatada) tem uma razão de chances de 1.8 para um índice de apneia-hipopneia (IAH) >15 episódios/hora.[49] Outro estudo relatou que uma razão de chances ajustada (ajustada para sexo, idade, biotipo e tabagismo) para roncos habituais com congestão nasal grave foi de 3.0 em pacientes com IAH <5 episódios/hora.[50]

níveis dos hormônios sexuais

A administração de testosterona em homens está associada a maior risco ou gravidade da AOS.[51][52] O efeito é provavelmente pequeno.

uso de bebidas alcoólicas

Em uma metanálise de ensaios randomizados cruzados, o uso de álcool (2-3 bebidas alcoólicas padrão) resultou em um aumento significativo da gravidade da AOS em comparação com o placebo.[53]

exposição ambiental à fumaça do tabaco

Foi relatado que a exposição ao fumo passivo está significativamente associada à AOS.[54]

uso de opioides

A terapia crônica com opioides pode alterar a arquitetura do sono e causar depressão respiratória, aumentando o risco de distúrbios respiratórios do sono.[55][56]

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