Complicações

Complicação
Período de ocorrência
Probabilidade
curto prazo
Médias

Emergência médica. Envolve uma variedade de sequelas médicas e psiquiátricas como resultado de atividade adrenérgica excessiva.

Podem ocorrer hipertermia, convulsões e colapso cardiovascular, exigindo sedação agressiva e tratamento médico (agentes cardiovasculares, anticonvulsivantes) em um ambiente altamente monitorado.

curto prazo
Médias

Emergência médica.

Geralmente observado nos indivíduos com transtorno por uso de cocaína em longo prazo, já que o uso de longo prazo causa alterações na regulação da temperatura cerebral que pode causar hipertermia fatal. É considerado por alguns uma variante da síndrome neuroléptica maligna.

As temperaturas podem subir acima de 41 °C (106 °F), exigindo medidas agressivas de resfriamento. Os biomarcadores dessa condição incluem um aumento na proteína de choque térmico (PCT) 70 (mas não em qualquer outra PCT) e uma redução nos transportadores de dopamina.[43]

Os agentes antipsicóticos são amplamente usados como adjuvantes nos pacientes com delirium hiperativo com agitação extrema, embora não haja estudos para documentar sua eficácia. Os agentes antipsicóticos podem causar prolongamento do intervalo QT e, quando usados juntamente com a cocaína, podem agravar o risco de morte súbita.

Na presença de sinais neurológicos, um teste para descartar infarto cerebral relacionado ao calor também pode ser indicado.[88]

curto prazo
Médias

Há uma alta prevalência de psicose induzida pela cocaína entre os indivíduos com transtorno por uso de cocaína.[95]​ Não deve ser confundida com o delirium hiperativo com agitação extrema, que está associado a febre extrema e rabdomiólise. Os pacientes podem apresentar parestesia e acreditar que há insetos debaixo de sua pele (formigamento). Isso pode causar escoriações graves durante o processo de tentar remover os insetos imaginários.

curto prazo
Médias

A cocaína anestesia a córnea, e abrasões acidentais da córnea podem ocorrer.

Antibióticos oftálmicos locais são indicados.

curto prazo
baixa

O AVC nos indivíduos com transtorno por uso de cocaína é quase sempre hemorrágico, secundário a uma malformação ou aneurisma preexistentes.

O manejo é o mesmo que para acidente vascular cerebral agudo de qualquer outra etiologia.[92][93]

curto prazo
baixa

Essa é uma complicação incomum. Sua ocorrência indica um transtorno convulsivo preexistente subjacente, uma patologia do sistema nervoso central subjacente, ou overdose.

Convulsões recorrentes após o uso de cocaína requerem tratamento, pois podem contribuir para condições complicadoras (hipertermia, rabdomiólise, acidose).

A fenitoína pode não ser um agente eficaz para o tratamento de convulsões recorrentes no cenário de uso recente de cocaína.

Estudos de imagem do cérebro, eletroencefalograma e análise de líquido cefalorraquidiano podem ser indicados após controle de convulsão.

Fumantes crônicos de crack podem apresentar-se com movimentos coreoatetoides temporários.[94]

curto prazo
baixa

Pode ocorrer em fumantes de qualquer droga ilícita, mas, qualquer que seja a etiologia, o tratamento é alívio da dor e observação.

longo prazo
baixa

Ocasionalmente observado em indivíduos que fumam crack.

Os quadros clínicos típicos incluem dor torácica, tosse com hemoptise, dispneia ou broncoespasmo. A histologia mostra hemorragia alveolar e infiltrado eosinofílico intersticial e intra-alveolar.[97]​ Ele pode, às vezes, progredir ao ponto de exigir ventilação assistida e tratamento médico intensivo. Fumar crack pode causar efeitos pulmonares cumulativos, inclusive alterações enfisematosas.[98]

longo prazo
baixa

Muitas vezes a cocaína é misturada com levamisol, o qual é convertido em aminorex in vivo.[99]​ A ingestão de aminorex em longo prazo foi associada a casos de fibrose pulmonar idiopática.[100] A fibrose pulmonar é caracterizada por dispneia progressiva, tosse e um padrão restritivo nos testes de função pulmonar. O diagnóstico é confirmado por tomografia computadorizada (TC) de alta resolução do tórax.

Fibrose pulmonar idiopática

variável
Médias

O uso de cocaína pode desencadear estado que lembra mania e que pode persistir em pacientes com vulnerabilidade subjacente a essa condição.

Abstinência de cocaína pode estar associada a depressão, que atinge um estado grave (incluindo ideação suicida) e persiste em alguns pacientes.

Aqueles com sintomas de humor persistentes depois da interrupção do uso de cocaína podem precisar de tratamento psiquiátrico e tratamento com medicamento psicotrópico (antidepressivos e/ou agentes estabilizantes do humor, conforme o indicado).

variável
Médias

A lesão renal induzida pela cocaína pode ser causada por várias patologias, inclusive rabdomiólise, vasculite, infarto e hipertensão maligna.[96]

variável
Médias

Os indivíduos que usam cocaína por via intravenosa estão têm risco de exposição a infecções transmitidas pelo sangue.

variável
Médias

Os indivíduos que usam cocaína por via intravenosa estão têm risco de exposição a infecções transmitidas pelo sangue.

variável
Médias

Os indivíduos que usam cocaína por via intravenosa estão têm risco de exposição a infecções transmitidas pelo sangue.

variável
Médias

Gestantes com transtorno por uso de cocaína apresentam mais complicações obstétricas, como aborto espontâneo, mortalidade perinatal, parto prematuro, baixo peso ao nascer, pré-eclâmpsia e descolamento da placenta.[106][107]

As pacientes precisarão ser monitoradas rigorosamente e deverão receber aconselhamento perinatal e acompanhamento.

variável
Médias

A exposição fetal à cocaína aumenta as dificuldades comportamentais, cognitivas e do neurodesenvolvimento, embora sejam necessárias investigações adicionais sobre os efeitos em longo prazo da exposição pré-natal.[108]

Os neonatos não conseguem metabolizar a cocaína ingerida pelo leite materno, elevando o risco de intoxicação aguda.[48]

variável
baixa

A morte súbita pode ocorrer em decorrência de insuficiência respiratória, colapso vascular, arritmias e/ou isquemia miocárdica secundária ao uso agudo ou crônico. As outras mortes súbitas entre indivíduos com transtorno por uso de cocaína incluem causas traumáticas, como suicídio, lesão acidental ou homicídio.[85][86][87]

variável
baixa

O IAM relacionado à cocaína é incomum e tem maior probabilidade de ocorrer em pacientes mais velhos e naqueles com doença coronariana preexistente. No entanto, em adultos com 45 anos ou menos, aproximadamente 1 em 4 IAMs não fatais ocorrem em indivíduos que usaram cocaína 10 ou mais vezes.[89]

O manejo é o mesmo que para IAM de qualquer outra etiologia. O artigo de opiniões sobre IAM associado à cocaína publicado pela American Heart Association recomenda fortemente evitar todos os betabloqueadores, mas indica que as recomendações para terapia antitrombótica e antiagregante plaquetária devem ser seguidas.[90]

variável
baixa

Os protocolos padrão de suporte avançado de vida em cardiologia devem ser seguidos, mas eles podem não ser efetivos nos indivíduos com transtorno por uso de cocaína em longo prazo, uma vez que provavelmente haverá cardiomegalia subjacente e bloqueio dos canais de sódio e potássio concomitante. A desfibrilação pode ser difícil de ser realizada.

variável
baixa

Os indivíduos com transtorno por uso de cocaína somente desenvolvem essa alteração após um uso prolongado de estimulantes.[91] A etiologia da cardiomiopatia por cocaína não é clara. Ela pode resultar diretamente da cocaína, de múltiplos pequenos infartos, ou de ambos.

Caso isso ocorra, o paciente deve receber tratamento de rotina (evitar betabloqueadores) e encaminhamento para abstinência sob supervisão médica.

variável
baixa

Podem ser observadas nos indivíduos que injetam crack por via intravenosa e subcutânea.

Pode ocasionar infecção sistêmica, mas frequentemente apresenta-se como infecções e abscessos na pele.[101]

Raramente, injeção subcutânea de drogas pode causar fasciite necrosante.[102]

variável
baixa

O uso crônico de cocaína pode causar perda do apetite, desnutrição e perda de peso. Todas as vias de uso da cocaína podem causar xerostomia e bruxismo.[103][104] A cocaína impede a recaptação de noradrenalina, reduzindo a motilidade gástrica e inibindo o esvaziamento gástrico. A isquemia induzida por cocaína pode resultar em úlceras gástricas pilóricas, gangrena e perfuração.[105]

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