História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco para contrair malária

Os principais fatores de risco incluem viagem para uma área endêmica (principalmente para visitar amigos e parentes), quimioprofilaxia inadequada ou não realizada e a não utilização de mosquiteiro de leito tratado com inseticida em uma área endêmica.

presença de fatores de risco para a doença grave

Baixa imunidade do hospedeiro: pacientes que não cresceram em uma área endêmica ou não tiveram malária prévia têm maior probabilidade de desenvolver a doença grave.

Gestação: todos os tipos de malária aumentam o risco de aborto espontâneo. A gravidez contribui para uma alta porcentagem de parasitemia e para a anemia na infecção por Plasmodium falciparum.

Idade <5 anos: as crianças têm menor probabilidade de queixar-se de calafrios, mialgia ou cefaleia e maior probabilidade de apresentar sintomas inespecíficos.

Imunocomprometimento: as pessoas com comorbidades, incluindo a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), são suscetíveis a desenvolver a infecção malárica grave.

Idosos: suscetíveis a doença grave, especialmente devido à imunodeficiência sutil associada ao envelhecimento.

febre, ou história de febre

A febre ou história de febre é universal. Paroxismos característicos de calafrios e tremores seguidos por febre e suor podem ser descritos. Geralmente há uma taquicardia associada.

Os padrões de febre raramente são diagnósticos na apresentação, mas podem se desenvolver ao longo do tempo: febres que ocorrem em intervalos regulares de 48 horas podem estar associadas à infecção por Plasmodium vivax ou Plasmodium ovale, e em intervalos de 72 horas à infecção por Plasmodium malariae. Na maioria dos pacientes, não há um padrão específico de febre.

Outros fatores diagnósticos

comuns

cefaleia

Inespecífica, mas uma queixa comum.

fraqueza

Inespecífica, mas uma queixa comum.

mialgia

Inespecífica, mas uma queixa comum.

artralgia

Inespecífica, mas uma queixa comum.

anorexia

Sintoma inespecífico.

diarreia

Sintoma inespecífico.

Incomuns

convulsões

Sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de malária cerebral. Entretanto, as doenças febris reduzem o limiar convulsivo nos pacientes sabidamente epilépticos. As convulsões podem estar relacionadas a hipoglicemia (uma complicação do tratamento com quinina).

náuseas e vômitos

Sintoma inespecífico.

dor abdominal

Sintoma inespecífico.

palidez

Geralmente, é um sinal de anemia.

hepatoesplenomegalia

Um sinal inicial comum, embora não seja comum no momento da apresentação inicial em viajantes no retorno da viagem.

icterícia

Sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de doença grave.

nível alterado de consciência

Sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de doença grave. No entanto, qualquer doença febril pode causar confusão em um paciente idoso. Os pacientes com malária cerebral podem apresentar bruxismo e alterações retinianas (hemorragias e esbranquiçamento da retina).

hipotensão

Sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de doença grave. Um choque circulatório pode indicar uma sepse bacteriana concomitante.

sangramento

As complicações hemorrágicas são raras. Sangramento significativo (por exemplo, sangramento recorrente ou prolongado de gengivas, nariz ou locais de venopunção; hematêmese; melena) sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de doença grave. Também pode sugerir coagulação intravascular disseminada associada com outras causas de sepse.

anuria/oligúria

Sugere infecção por falciparum, que é a causa mais comum de doença grave.

taquipneia

Pode indicar malária grave com acidose.

Fatores de risco

Fortes

viagem para uma área endêmica

Todos os anos, 25 a 30 milhões de pessoas dos EUA e Europa viajam para os trópicos, dentre as quais aproximadamente 10,000-30,000 contraem malária.[18]

Indivíduos (e seus familiares) que retornam de viagem a uma área endêmica (principalmente aqueles que visitaram amigos e parentes) representam dois terços de todos os casos importados de malária, e a maioria dos pacientes não recebeu quimioprofilaxia para malária.[32] Isso acontece por vários motivos: se eles nunca tomaram a profilaxia durante o crescimento, talvez não a considerem importante ou nem pensem a respeito; eles podem tomar a profilaxia incorreta; eles podem considerar o risco baixo, especialmente se forem visitar somente uma cidade grande.

quimioprofilaxia inadequada ou ausente

A incidência de malária por Plasmodium falciparum em viajantes que não tomam os medicamentos profiláticos é mais alta na África ocidental (52 casos/1000 expostos por ano).[33] Na América do Sul, Índia e Paquistão, existe um risco baixo de 1 caso por 2000-3000 expostos por ano.[34][35] A quimioprofilaxia reduz significativamente as taxas de mortalidade.[36]

mosquiteiro de leito tratado com inseticida usado em área endêmica

Os mosquiteiros tratados com piretroide são recomendados aos viajantes a determinadas áreas endêmicas, em que os mosquitos ficam em ambientes internos e picam durante a noite (por exemplo, África), para reduzir o risco de picadas de mosquito.

baixa imunidade do hospedeiro (doença grave)

As pessoas com baixa ou nenhuma imunidade (isto é, indivíduos que vivem em áreas não endêmicas ou de baixa transmissão) são as que mais correm risco de contrair a doença ou desenvolver doença grave.[16]

gestação (doença grave)

As gestantes continuam sendo um dos grupos de pacientes mais suscetíveis à doença nas áreas endêmicas. As gestantes infectadas com Plasmodium falciparum são suscetíveis a complicações da gravidez (por exemplo, perda de gravidez, parto prematuro, baixo peso ao nascer, anemia materna). Além disso, a prevalência da infecção por Plasmodium vivax e a densidade de parasitas aumentam durante a gravidez devido à reticulocitose da gravidez (o P vivax invade exclusivamente os reticulócitos).[30][37]

idade <5 anos (doença grave)

Crianças <5 anos de idade continuam sendo um dos grupos de pacientes mais suscetíveis a doenças em áreas endêmicas. Elas têm mais probabilidade de apresentar infecção sintomática e as complicações da malária.[38]

imunocomprometimento (doença grave)

Os indivíduos com comorbidades, incluindo a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), são mais suscetíveis a desenvolver a infecção malárica grave.

idade avançada (doença grave)

A malária é potencialmente fatal se não for tratada imediatamente, já que podem se desenvolver complicações com risco de vida em pacientes que inicialmente pareciam bem, e mesmo uma pequena demora aumenta a morbidade e mortalidade.[39] Esse é o caso principalmente de alguns grupos de risco, incluindo os idosos.[16][40][41]

desnutrição (doença grave)

Crianças <5 anos com desnutrição aguda que apresentam malária por falciparum não complicada apresentaram alto risco de remoção tardia de parasita, fracasso do tratamento e reinfecção.[31]

Fracos

administração de ferro (crianças)

Embora se tenha afirmado que a administração de ferro para evitar anemia em crianças vivendo em áreas endêmicas aumenta o risco de malária (ou malária grave), uma revisão Cochrane revelou que o tratamento com ferro não aumenta o risco da malária clínica quando serviços comuns de prevenção ou de tratamento da malária são colocados em prática.[42][43]

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