Epidemiologia

A hepatite C parece ser endêmica na maior parte do mundo, embora a prevalência não seja igualmente distribuída. Mundialmente, estima-se que 50 milhões de pessoas tenham hepatite C crônica, com cerca de 1 milhão de novas infecções ocorrendo por ano. A maior carga da doença é na região do Mediterrâneo Oriental.[7][8]​ Entre os pacientes com cirrose em todo o mundo, 21% apresentavam hepatite C.[9]

Existe uma variação geográfica e de idade considerável na incidência e na prevalência da infecção e dos genótipos.[10][11]​ A prevalência pode atingir 5% a 15% em algumas partes do mundo, e regiões diferentes apresentam um perfil de risco e um perfil demográfico de idades diferentes.[12] O genótipo 1 é o mais prevalente em todo o mundo, sendo responsável por 46% de todos os casos, seguido pelo genótipo 3 (22%) e pelos genótipos 2 e 4 (13% cada).[10]​ O genótipo 4 é mais prevalente na África Subsaariana e no Norte da África, e é responsável por mais de 90% das infecções no Egito.[13]

Nos EUA, a taxa anual de infecções agudas aumentou de 0.3 por 100,000 habitantes em 2009 para 1.2 por 100,000 habitantes em 2018, com a taxa mais alta nas pessoas com idade entre 20 e 39 anos. A maior proporção de casos de hepatite C crônica foi em pessoas com idades entre 20 e 39 anos e 50 e 69 anos.[14] Em 2021, a taxa de hepatite C aguda diminuiu em relação ao ano anterior, com 4848 casos relatados e uma estimativa de 67,400 infecções agudas. A maior proporção de casos agudos ocorreu em homens, na faixa etária de 30 a 39 anos, e índios norte-americanos/nativos do Alasca não hispânicos. O fator de risco mais comum foi o uso de drogas injetáveis. Durante 2022, foram relatados 93,805 novos casos de infecção crônica por hepatite C, com a taxa mais elevada entre os homens, aqueles nas faixas etárias de 25 a 45 anos e de 55 a 70 anos, e índios norte-americanos/nativos do Alasca não hispânicos.[15]

No Reino Unido, estimava-se que aproximadamente 62,600 adultos com mais de 16 anos viviam com hepatite C crônica no final de 2022 (prevalência de 0.14%), uma diminuição de 52% em relação a 2015, em grande parte devido ao aumento dos exames e à melhora no acesso aos antivirais de ação direta. O uso de drogas injetáveis continua a ser o fator de risco mais importante para a infecção.[16]​ Na Europa, a prevalência varia de 0.5% a 2.0%.[17]​ Houve uma estimativa de 0.49 milhões de casos incidentes de hepatite C aguda na Europa em 2019.[18]

A prevalência é mais elevada em populações específicas, como presidiários ou pessoas institucionalizadas, e homens que fazem sexo com homens.[19][20]​ Os casos em mulheres em idade reprodutiva duplicaram para aproximadamente 30,000 nos EUA de 2006 a 2014, com uma estimativa de 1700 bebês nascidos com o vírus da hepatite C (HCV) entre 2011 e 2014.[21] Estima-se que, no mundo todo, 14,860,000 mulheres em idade fértil (15 a 49 anos) tiveram hepatite em 2019, o que corresponde a uma prevalência de 0.78%. A prevalência aumentou com a idade, de 0.25% em mulheres de 15 a 19 anos, para 1.21% em mulheres de 45 a 49 anos.[22] Em pessoas vivendo com HIV, aproximadamente 2.4% apresentaram coinfecção por HCV em amostras da população em geral. A taxa foi maior para homens que fazem sexo com homens (6.4%) e pessoas que usam drogas injetáveis (82.4%).[23]

A incidência real do HCV provavelmente deve ser maior, pois as pessoas que desenvolvem novas infecções geralmente são assintomáticas.[24]​ Aproximadamente 75% das pessoas que vivem com HCV crônico desconhecem sua infecção.[25]

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