Etiologia

O vírus da hepatite C (HCV) pertence à família Flavivirus.[1] É um vírus de ácido ribonucleico (RNA) de fita simples envelopado com um genoma de cerca de 10,000 nucleotídeos de comprimento.

O vírus é transmitido por exposição sanguínea percutânea. Procedimentos de atendimento médico não seguros (incluindo práticas de injeção não seguras) e uso de drogas injetáveis são a principal causa de novas infecções.[8] Com menos frequência, o vírus é disseminado pela atividade sexual, de modo perinatal, pelo uso de drogas por via intranasal ou depois do contato acidental com sangue contaminado (por exemplo, hemodiálise). Sangue e hemoderivados não testados para o HCV também têm sido fontes de infecção. Cerca de 10% das pessoas com infecção pelo HCV não têm nenhum fator de risco reconhecido.[26]

A taxa de transmissão perinatal (vertical) foi estimada em 6%, enquanto a taxa de transmissão horizontal é <1%.[27][28]

Fisiopatologia

Depois de uma infecção aguda, até 45% dos pacientes jovens e saudáveis podem desenvolver uma vigorosa resposta imune mediada por células e anticorpos, levando à erradicação espontânea do vírus.[29] Contudo, a maioria dos pacientes infectados não elimina o vírus. Isso resulta em infecção crônica e dano hepático progressivo.

A viremia persistente é acompanhada por graus variáveis de inflamação hepática e fibrose ao longo do tempo. Estudos recentes sugerem que 50% ou mais dos hepatócitos podem ser infectados com o vírus da hepatite C (HCV).[30] A infecção persistente parece ocorrer devido a respostas fracas das células T CD4+ e CD8+ durante a infecção aguda, que não controlam a replicação viral.[30] A infecção aguda pelo HCV é caracterizada pela coinfecção com vários subtipos virais que representam uma variabilidade genética intrapacientes extremamente diversificada.[31]

Quando a infecção crônica se estabelece, o HCV pode não ser citopático. O dano hepático provavelmente resulta de respostas imunes desencadeadas localmente, que são sobretudo inespecíficas. A inflamação local desencadeia fibrogênese, na qual as células estreladas hepáticas desempenham uma função importante. A cirrose é facilitada por fatores como consumo crônico de bebidas alcoólicas, esteatose hepática associada a disfunção metabólica (esteatose hepática não alcoólica) e infecções virais coincidentes.[30]

Classificação

Genótipos do vírus da hepatite C

Existem 8 genótipos principais e mais de 50 subtipos.[2][3][4]

  • No Japão, na América do Norte e na Europa Ocidental, as infecções são, em sua maioria, são causadas por genótipos 1, 2 e 3. O subtipo 1a é o genótipo mais predominante nos EUA, enquanto o subtipo 1b predomina na Ásia e Europa.

  • O genótipo 3 é o genótipo predominante na Índia e sudeste asiático.

  • O genótipo 4 é mais prevalente no Oriente Médio e no norte e centro da África.

  • Os genótipos 5 e 6 foram identificados na África do Sul e no sudeste da Ásia, respectivamente.

  • Os genótipos 7 e 8 foram identificados na República Democrática do Congo e na Índia, respectivamente.

O teste de genótipo pode ser usado para diferenciar entre os genótipos e subtipos. Diferenças no subtipo podem resultar em diferenças sutis na resposta a terapias antivirais.

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