Abordagem
Geralmente, a MI é uma condição autolimitada, sem tratamento específico. A base da terapia são os cuidados de suporte.
Os cuidados de suporte incluem boa hidratação, antipiréticos e analgésicos, como paracetamol, e medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais. A aspirina não deve ser administrada em crianças por causa da possibilidade da síndrome de Reye.
O repouso permanece como uma recomendação frequente, mas sua real utilidade no tratamento da mononucleose infecciosa (MI) é desconhecida. Recomenda-se também que o paciente evite atividades físicas vigorosas e esportes de contato nas primeiras 3 a 4 semanas (até 8 semanas, em alguns pacientes) da doença devido à possibilidade de ruptura esplênica.
Doença grave
Interne pacientes com sintomas sistêmicos graves de MI e suas complicações. Monitore os pacientes quanto ao desenvolvimento de possíveis complicações, como obstrução das vias aéreas, anemia hemolítica e trombocitopenia.
Os corticosteroides sistêmicos devem ser reservados aos pacientes com obstrução intensa das vias aéreas, trombocitopenia intensa (<20,000 plaquetas/mm³) ou anemia hemolítica.[54] Essas complicações de curto prazo raramente ocorrem, mas necessitam de manejo imediato.
A obstrução grave das vias aéreas, que ocorre em 1% a 5% dos pacientes, é causada pelo aumento das amígdalas e dos linfonodos na orofaringe.[55] Os corticosteroides sistêmicos podem melhorar os sintomas de obstrução, mas intubação, traqueotomia ou tonsilectomia podem ser necessárias em casos extremos.
A trombocitopenia intensa ocorre em menos de 1% dos casos, embora a trombocitopenia leve seja comum. Na maioria dos pacientes, ela remite em 4 a 6 semanas e provavelmente é o resultado da destruição das plaquetas no baço aumentado ou por anticorpos antiplaquetários. Não há nenhuma relação clara entre a intensidade clínica da MI e a contagem plaquetária.[56] Os corticosteroides sistêmicos podem ser úteis e na trombocitopenia imune, a imunoglobulina intravenosa (IGIV) tem tido sucesso.
A anemia hemolítica ocorre em 1% a 3% dos casos e provavelmente é o resultado da produção de anticorpos contra eritrócitos. Geralmente ela ocorre durante a segunda e terceira semana da doença e remite em cerca de 2 semanas.[55] Os corticosteroides sistêmicos podem acelerar a resolução.
Enquanto os corticosteroides geralmente são reservados para complicações graves, alguns médicos tratam os pacientes com MI com corticosteroides para alívio dos sintomas. Em um estudo, o tratamento com corticosteroide proporcionou alívio da faringite em curto prazo (cerca de 12 horas), mas esse benefício terminou em 24, 48 e 72 horas.[57] Até o momento, as evidências são insuficientes para recomendar o tratamento com corticosteroides para controle dos sintomas na MI. Os ensaios clínicos de tratamento com corticosteroide são poucos, heterogêneos e alguns têm qualidade baixa. Além disso, há falta de pesquisa sobre os efeitos colaterais, os possíveis efeitos adversos ou complicações, principalmente em longo prazo.[58]
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