Prognóstico

A infecção pelo vírus da chikungunya em geral é uma doença autolimitada com recuperação espontânea sem sequelas. Alguns pacientes podem evoluir para uma condição crônica com poliartrite e manifestações sistêmicas. A frequência relativa dessas manifestações é altamente variável, oscilando entre 14% e 87%.[53]

A morte é rara. A maior taxa de letalidade foi durante o surto na Ilha Reunião, com 1 em 1000 casos.[102]

Manifestações reumatológicas crônicas

Os pacientes podem desenvolver poliartrite simétrica que, em geral, é incapacitante e se assemelha a artrite reumatoide, mas monoartrite ou oligoartrite crônica também podem ocorrer após a infecção aguda. A evolução pode ser contínua ou recidivante. No geral, a dor associada a essas artrites tende a diminuir com o tempo, mas pode persistir por meses e anos. Exames radiológicos podem mostrar erosões ósseas focais, derrames articulares e bursite. As manifestações clínicas podem estar associadas à persistência de anticorpos IgM (imunoglobulina M) e aos níveis de interleucina-6 no soro e, às vezes, a fator reumatoide ou a anticorpos antipeptídeos citrulinados cíclicos positivos.

Atualmente não há evidências de uma relação definitiva entre a infecção inicial e o desenvolvimento de artrite crônica.[103] No entanto, 3 fatores foram associados à progressão para a doença crônica em um estudo: idade 45 a 59 anos (RC [razão de chances] ajustada: 6.4, intervalo de confiança [IC] de 95%: 1.8, 22.1) ou ≥60 anos (RC ajustada: 22.3, IC de 95%: 6.3, 78.1), envolvimento articular inicial grave (RC ajustada: 5.5, IC de 95%: 2.2, 13.8) e altos títulos de IgG para o vírus da chikungunya no início da doença (RC ajustada: 6.2, IC de 95%: 2.8, 13.2, por aumento de 1 unidade).[5][104][105][106] Uma revisão sistemática constatou que mais da metade dos infectados apresentará sintomas articulares crônicos.[107]

Manifestações sistêmicas crônicas

Além dos sintomas reumatológicos, os pacientes podem apresentar dor neuropática que afeta os membros superiores e inferiores, cefaleia crônica, fadiga, astenia e depressão até 6 anos após a infecção aguda, em associação a escores significativamente baixos em diferentes escalas da qualidade de vida (como a pesquisa de saúde em formulário curto com 36 itens [SF-36], Arthritis Impact Measurement Scales 2 [AIMS2-SF, Escala 2 de medição do impacto da artrite] e General Health Questionnaire [GHQ-12, Questionário de saúde geral]).[67][106]

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