Epidemiologia

Aproximadamente 18.7 milhões de casos foram relatados em 110 países entre 2011 e 2020, com mais de metade da carga na América Latina e Caribe.[6]

O vírus da chikungunya foi isolado pela primeira vez na Tanzânia em 1952.[7] Desde então, surtos ocasionais ocorrem na África, Ásia e no subcontinente indiano, tendo o maior deles ocorrido na Ilha de Reunião, no Oceano Índico, onde cerca de 35% dos 750,000 habitantes da ilha foram infectados em 2005 e 2006.[8] Desde então, a doença se espalhou para todos os continentes, atingindo as Américas através das ilhas do Caribe em 2013.[9] A maior mobilidade das pessoas através dos países, a adaptação do vírus a um vetor mais disseminado (Aedes albopictus) e as mudanças climáticas favoreceram a disseminação global da doença.

A transmissão localmente adquirida (autóctone) foi relatada em 48 países e territórios nas Américas desde o surto inicial em 2013.[10]

A transmissão foi relatada pela primeira vez na Europa em 2007, com números entre 170 e 516 casos/ano entre 2016 e 2019 (a maioria relacionada a viagens). Em 2020, foi relatado um número menor de casos (apenas 59) nos 24 países da UE/EEE sob vigilância. Nenhum causo autóctone foi relatado na UE/EEE em 2020.[11]

No Reino Unido, foi relatada uma média de 100 casos ao ano entre 2015 e 2019, mas apenas 36 casos em 2020 e 17 casos em 2021, possivelmente devido à grande redução das viagens internacionais durante a pandemia de COVID-19.[12]

O primeiro caso localmente adquirido nos Estados Unidos foi relatado em Miami, em junho de 2014. Entre 2014 e 2015 foram relatados 13 casos localmente adquiridos nos EUA continentais (Flórida e Texas); não houve outros relatos desde então. No total foram relatados 81 casos associados a viagens nos EUA em 2022. A transmissão autóctone também foi relatada em territórios dos EUA.[13]​ Devido à disseminação do mosquito vetor, é possível que ocorra um surto autóctone nos Estados Unidos. Como os cidadãos dos EUA tendem a passar menos tempo ao ar livre e a disponibilidade de ar condicionado é ampla, a epidemia provavelmente não será tão extensa quanto em outros países.[14] Como a doença está ficando mais prevalente no Caribe e nas Américas, é provável que mais casos relacionados a viagens nos EUA sejam relatados nessas regiões.

Os surtos mais recentes ocorreram no Quênia (fevereiro de 2018), no Sudão (outubro de 2018) e no Congo (abril de 2019).[15][16][17]​​ O número de países afetados na região Ásia-Pacífico aumentou constantemente nos últimos 70 anos.[18]

Entre 1o de janeiro e 4 de março de 2023, houve 113,447 casos relatados nas Américas, um número quatro vezes maior que o mesmo período de 2022. O CDC e a OMS também registraram um número de casos sem precedentes nas Américas, em regiões que não faziam parte das áreas históricas de transmissão, como Paraguai, Peru e Bolívia.[19][20]

Estima-se que, conforme as mudanças climáticas avançam, ambientes mais quentes e secos facilitem a expansão dos vetores para áreas antes consideradas frias demais para garantir a sua sobrevivência.[21]

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