Aproximadamente 18.7 milhões de casos foram relatados em 110 países entre 2011 e 2020, com mais de metade da carga na América Latina e Caribe.[6]de Roo AM, Vondeling GT, Boer M, et al. The global health and economic burden of chikungunya from 2011 to 2020: a model-driven analysis on the impact of an emerging vector-borne disease. BMJ Glob Health. 2024 Dec 3;9(12):e016648.
https://gh.bmj.com/content/9/12/e016648
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39627007?tool=bestpractice.com
O vírus da chikungunya foi isolado pela primeira vez na Tanzânia em 1952.[7]Robinson MC. An epidemic of virus disease in Southern Province, Tanganyika Territory, in 1952-53. I. Clinical features. Trans R Soc Trop Med Hyg. 1955 Jan;49(1):28-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14373834?tool=bestpractice.com
Desde então, surtos ocasionais ocorrem na África, Ásia e no subcontinente indiano, tendo o maior deles ocorrido na Ilha de Reunião, no Oceano Índico, onde cerca de 35% dos 750,000 habitantes da ilha foram infectados em 2005 e 2006.[8]Pialoux G, Gaüzère BA, Jauréguiberry S, et al. Chikungunya, an epidemic arbovirosis. Lancet Infect Dis. 2007 May;7(5):319-27.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17448935?tool=bestpractice.com
Desde então, a doença se espalhou para todos os continentes, atingindo as Américas através das ilhas do Caribe em 2013.[9]Staples JE, Fischer M. Chikungunya virus in the Americas: what a vectorborne pathogen can do. N Engl J Med. 2014 Sep 4;371(10):887-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4624217
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25184860?tool=bestpractice.com
A maior mobilidade das pessoas através dos países, a adaptação do vírus a um vetor mais disseminado (Aedes albopictus) e as mudanças climáticas favoreceram a disseminação global da doença.
A transmissão localmente adquirida (autóctone) foi relatada em 48 países e territórios nas Américas desde o surto inicial em 2013.[10]Burt FJ, Chen W, Miner JJ, et al. Chikungunya virus: an update on the biology and pathogenesis of this emerging pathogen. Lancet Infect Dis. 2017 Apr;17(4):e107-17.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28159534?tool=bestpractice.com
A transmissão foi relatada pela primeira vez na Europa em 2007, com números entre 170 e 516 casos/ano entre 2016 e 2019 (a maioria relacionada a viagens). Em 2020, foi relatado um número menor de casos (apenas 59) nos 24 países da UE/EEE sob vigilância. Nenhum causo autóctone foi relatado na UE/EEE em 2020.[11]European Centre for Disease Prevention and Control. Chikungunya virus disease. Apr 2022 [internet publication].
https://www.ecdc.europa.eu/sites/default/files/documents/CHIK_AER_2020_Report_final.pdf
No Reino Unido, foi relatada uma média de 100 casos ao ano entre 2015 e 2019, mas apenas 36 casos em 2020 e 17 casos em 2021, possivelmente devido à grande redução das viagens internacionais durante a pandemia de COVID-19.[12]UK Health Security Agency. Travel-associated infections in England, Wales and Northern Ireland: 2020 and 2021. Mar 2024 [internet publication].
https://www.gov.uk/government/publications/travel-associated-infections/travel-associated-infections-in-england-wales-and-northern-ireland-2020-and-2021#chikungunya
O primeiro caso localmente adquirido nos Estados Unidos foi relatado em Miami, em junho de 2014. Entre 2014 e 2015 foram relatados 13 casos localmente adquiridos nos EUA continentais (Flórida e Texas); não houve outros relatos desde então. No total foram relatados 81 casos associados a viagens nos EUA em 2022. A transmissão autóctone também foi relatada em territórios dos EUA.[13]Centers for Disease Control and Prevention. Chikungunya in the United States. Nov 2024 [internet publication].
https://www.cdc.gov/chikungunya/data-maps/chikungunya-us.html
Devido à disseminação do mosquito vetor, é possível que ocorra um surto autóctone nos Estados Unidos. Como os cidadãos dos EUA tendem a passar menos tempo ao ar livre e a disponibilidade de ar condicionado é ampla, a epidemia provavelmente não será tão extensa quanto em outros países.[14]Kuehn BM. After Chikungunya virus transmission detected in United States, health authorities brace for wider spread. Jul 2014 [internet publication].
http://newsatjama.jama.com/2014/07/21/after-chikungunya-virus-transmission-detected-in-united-states-health-authorities-brace-for-wider-spread
Como a doença está ficando mais prevalente no Caribe e nas Américas, é provável que mais casos relacionados a viagens nos EUA sejam relatados nessas regiões.
Os surtos mais recentes ocorreram no Quênia (fevereiro de 2018), no Sudão (outubro de 2018) e no Congo (abril de 2019).[15]World Health Organization. Disease outbreak news: chikungunya – Mombasa, Kenya. Feb 2018 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/27-february-2018-chikungunya-kenya-en
[16]World Health Organization. Disease outbreak news: chikungunya – Sudan. Oct 2018 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/15-october-2018-chikungunya-sudan-en
[17]World Health Organization. Disease outbreak news. Chikungunya - Congo. May 2019 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/01-may-2019-chikungunya-congo-en
O número de países afetados na região Ásia-Pacífico aumentou constantemente nos últimos 70 anos.[18]Wimalasiri-Yapa BMCR, Stassen L, Huang X, et al. Chikungunya virus in Asia - Pacific: a systematic review. Emerg Microbes Infect. 2019;8(1):70-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6455125
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30866761?tool=bestpractice.com
Entre 1o de janeiro e 4 de março de 2023, houve 113,447 casos relatados nas Américas, um número quatro vezes maior que o mesmo período de 2022. O CDC e a OMS também registraram um número de casos sem precedentes nas Américas, em regiões que não faziam parte das áreas históricas de transmissão, como Paraguai, Peru e Bolívia.[19]World Health Organization. Geographical expansion of cases of dengue and chikungunya beyond the historical areas of transmission in the Region of the Americas. Mar 2023 [internet publication].
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2023-DON448
[20]Torales M, Beeson A, Grau L, et al. Notes from the field: Chikungunya outbreak — Paraguay, 2022–2023. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2023;72:636-8.
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/72/wr/mm7223a5.htm?s_cid=mm7223a5_w
Estima-se que, conforme as mudanças climáticas avançam, ambientes mais quentes e secos facilitem a expansão dos vetores para áreas antes consideradas frias demais para garantir a sua sobrevivência.[21]Fischer D, Thomas SM, Suk JE, et al. Climate change effects on Chikungunya transmission in Europe: geospatial analysis of vector's climatic suitability and virus' temperature requirements. Int J Health Geogr. 2013 Nov 12;12:51.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3834102
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24219507?tool=bestpractice.com
WHO: chikungunya - disease outbreak news
Opens in new window