Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher de 62 anos de idade com história de diabetes mellitus e hipertensão apresenta-se após uma viagem a Porto Rico com queixa de 4 dias de febre associada a calafrios e artralgia e mialgia graves afetando mãos, cotovelos, joelhos e quadris. A dor é debilitante e impede que ela caminhe sem ajuda. Ao exame físico, a mulher apresenta exantema maculopapular fraco afetando o tronco e os membros. Ocorre também edema das duas mãos. O hemograma completo e os testes bioquímicos não mostram nada digno de nota, com exceção de linfopenia e hiperglicemia. O teste sorológico para dengue é negativo. A imunoglobulina M (IgM) para o vírus da chikungunya é detectada em uma amostra obtida no dia 8 da doença. A paciente é tratada com paracetamol e hidratação. Os sintomas declinam 2 semanas após o início. Três semanas mais tarde, ela tem um surto de dores nas articulações com distribuição semelhante à apresentação original, mas sem febre nem erupção cutânea. Os sintomas reativados remitem 2 dias depois e não retornam.
Caso clínico #2
Uma mulher saudável de 25 anos de idade no terceiro trimestre de gestação se apresenta após uma viagem à Ilha Reunião, no Oceano Índico. Ela apresentou os sintomas por 3 dias, inclusive febre, cefaleia intensa e artralgias graves, predominantemente nos membros inferiores. A paciente tem úlceras aftosas na boca e gengivorragia, erupção cutânea macular leve no tronco e edema leve nos membros inferiores. A sorologia para o vírus da chikungunya no momento da apresentação é negativa; no entanto, um título na convalescença posteriormente vira positivo. A paciente é internada para observação. A evolução é complicada, com hemorragia obstétrica e parto prematuro. O neonato não tem sinais de infecção, mas 3 dias após o nascimento, tanto o teste de reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa quanto a IgM no soro são positivos.
Outras apresentações
Junto com a febre, a poliartrite é a manifestação mais comum da infecção. Qualquer articulação pode ser afetada, mas as articulações periféricas distais são mais comumente afetadas que o esqueleto axial. O envolvimento em geral é simétrico e pode ser debilitante e impedir a deambulação. A maioria dos pacientes se recupera sem sequelas; no entanto, um subgrupo de pacientes desenvolve artrite ou artralgias recorrentes ou persistentes, muitas vezes associadas a rigidez matinal. Essas manifestações podem durar de meses a anos. Às vezes os pacientes atendem aos critérios do American College of Rheumatology para artrite reumatoide.[4] Alguns pacientes podem apresentar dor neuropática.
A evolução da doença pode ser contínua ou recidivante.[5] Descreve-se também eritrodermia difusa. Outras apresentações, como lesões vesiculares e purpúreas, também são descritas, mas com menor frequência. Hiperpigmentação centro facial e úlceras nas dobras cutâneas também podem estar presentes. O prurido é comum. Edema facial e de membros também foi descrito.
Manifestações neurológicas, oculares ou hemorrágicas são incomuns.
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