Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

Hemograma completo com diferencial

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Contagem leucocitária anormal (ou seja, acima ou abaixo do intervalo normal para a idade ou >10% de leucócitos imaturos) é um dos principais critérios de diagnóstico para síndrome da resposta inflamatória sistêmica.[3] Entretanto, contagem leucocitária elevada ou reduzida é inespecífica para o diagnóstico de sepse.

Trombocitopenia (ou seja, contagem plaquetária <80,000/microlitro ou uma diminuição de 50% a partir do valor mais elevado nos últimos 3 dias) no contexto de sepse pode indicar o início da coagulação intravascular disseminada, caso esteja associada à coagulopatia.

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variável

glicose sérica

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Definições de limiares para hipoglicemia: hipoglicemia moderada é caracterizada por um nível glicêmico de 2.0 a 3.0 mmol/L [36 a 45 mg/dL]; hipoglicemia grave é caracterizada por um nível glicêmico <2.0 mmol/L [<36 mg/dL].[85]

Hiperglicemia é comum como parte da resposta ao estresse na sepse. Ela também pode ocorrer como efeito colateral de tratamento com corticosteroide. A hipoglicemia também pode ocorrer como resultado da depleção do armazenamento de glicogênio.

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variável

hemocultura

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Muitos lactentes e crianças pequenas com sepse têm bacteremia primária, portanto a hemocultura é um exame importante.[9][60][61]

Ela deve ser realizada o mais rápido possível quando há suspeita de sepse e, de preferência, antes da administração de antibióticos.

A sensibilidade da hemocultura é proporcional ao volume de sangue coletado. Ao se usar um frasco de cultura aeróbia neonatal em neonatos, um volume mínimo de 1 mL de sangue obtido por punção venosa ou um cateter vascular recentemente introduzido (arterial ou venoso) provavelmente é adequado para diagnosticar bacteremia.[9]

Quando são usados frascos de cultura aeróbia padrão, é necessário um volume mínimo de 4 mL para uma cultura negativa válida em 48 horas. Por vezes recomenda-se a realização de dois conjuntos de culturas para incentivar os médicos a realizar a coleta a partir de um acesso venoso de demora (por exemplo, um cateter central) e de um local periférico.

Os resultados da hemocultura devem ser avaliados a cada 12 a 24 horas; a maioria dos resultados positivos será detectável em até 48 horas e muitos serão positivos em até 24 horas.[62]

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uma hemocultura positiva pode confirmar bacteremia e fornecer informações sobre o patógeno, incluindo as sensibilidades a antibióticos

urinálise

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A urinálise deve ser considerada em crianças mais velhas que tenham sintomas sugestivos de infecção do trato urinário.

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pode ser positiva para nitritos e/ou leucócitos nas infecções do trato urinário

urocultura

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Amostras de urina para medição de nitritos, microscopia, coloração de Gram e cultura devem ser consideradas como um exame inicial em todos os neonatos com sepse (embora, na primeira semana de vida, uma cultura positiva de urina possa simplesmente refletir uma bacteremia grave).

Pode não ser possível até depois da ressuscitação fluídica.

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uma cultura positiva de urina pode confirmar infecção bacteriana do trato urinário e fornecer informações sobre o patógeno, incluindo sensibilidades a antibióticos

gasometria

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Embora a gasometria arterial das crianças raramente seja medida no pronto-socorro, costuma-se obter informações clinicamente úteis da gasometria venosa ou capilar.

Um grande deficit de base é um marcador essencial de sepse e pode ser o primeiro marcador a fornecer uma pista da gravidade da doença.

A presença de hipercapnia ou hipoxemia dá suporte a um diagnóstico de disfunção respiratória.[3]

Hipoxemia: razão P/F (PaO₂/fração do oxigênio inspirado [FiO₂]) <40 (na ausência de cardiopatia cianótica ou de doença pulmonar preexistente conhecida).

Hipercapnia: PaCO₂ >8.64 kPa (>65 mmHg), ou 2.66 kPa (20 mmHg) acima do nível basal.

Uma necessidade elevada de FiO₂ é indicativa de insuficiência respiratória relacionada à sepse.[3]

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grande deficit de base; hipoxemia e/ou hipercapnia

lactato sérico

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Um lactato sérico elevado é um marcador de gravidade da doença na sepse. Ele é causado pela estimulação dos adrenorreceptores beta pelas catecolaminas endógenas que causam a suprarregulação da glicólise, levando à produção de uma grande quantidade de piruvato. Essa produção excede a capacidade de uso do ciclo do ácido tricarboxílico , e o excesso de piruvato é transformado em lactato. Normalmente, o lactato está elevado na sepse ou no choque séptico. Em determinadas situações, a lactatemia pode representar uma redução no fornecimento de oxigênio.[67] A gravidade de lactato elevado na apresentação à terapia intensiva pode indicar lesão renal aguda iminente.[86]

O lactato é avaliado mais confiavelmente por meio de uma amostra de gasometria arterial, portanto o lactato venoso e o capilar devem ser interpretados com cautela.

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níveis elevados são um marcador de gravidade da doença na sepse e sugerem choque séptico

eletrólitos séricos

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Os eletrólitos séricos frequentemente estão alterados. Eles devem ser medidos em relação à linha basal e regularmente, até o paciente melhorar.

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alterados

creatinina sérica

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Creatinina sérica elevada (ou seja, creatinina sérica >2 vezes o limite superior do normal ou aumento na creatinina sérica >2 vezes o nível basal) é indicativa de lesão renal aguda relacionada à sepse.[3]

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elevado

TFHs

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Bilirrubina elevada (fora da faixa etária neonatal) e/ou alanina aminotransferase elevada na presença de infecção confirmada ou suspeita são sugestivas de disfunção hepática relacionada à sepse.[3]

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anormal

exames de coagulação

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No contexto de sepse e trombocitopenia, os resultados (ou seja, INR >2; TTP ativada prolongado, nível de fibrinogênio diminuído e dímero D elevado) são indicativos de coagulação intravascular disseminada.[3][68]

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anormal

proteína C-reativa

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É um biomarcador que pode ser útil para o diagnóstico e monitoramento de sepse e choque séptico. Não é tão específica quanto a procalcitonina sérica, mas está mais comumente disponível. Pode haver um período de latência entre o início da sepse e o aumento da proteína C-reativa.

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elevado

radiografia torácica

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Bebês e crianças pequenas com desconforto respiratório no contexto de suspeita de sepse devem ser submetidos a uma radiografia torácica para avaliar alterações pneumônicas (por exemplo, condensação lobar na broncopneumonia).

Frequentemente adiada até o estabelecimento de suporte ventilatório.

Se os sintomas não sugerirem a origem da suspeita de sepse, a radiografia torácica também seria uma investigação inicial apropriada.[81]

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pode revelar foco de infecção, principalmente em crianças mais velhas

Investigações a serem consideradas

punção lombar

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Se houver suspeita de meningite e não houver erupções cutâneas purpúreas ou em petéquias, os médicos devem considerar uma punção lombar (para verificar as concentrações de proteína e glicose no líquido cefalorraquidiano, microscopia com coloração de Gram e cultura bacteriana) quando a criança estiver estável e puder ser submetida com segurança ao procedimento.[9][46][87]​​ A glicose sanguínea deve ser medida imediatamente antes da punção lombar, para que a razão entre o líquido cefalorraquidiano e a glicose sanguínea possa ser calculada.[87]

As diretrizes sobre sepse do National Institute for Health and Care Excellence recomendam uma punção lombar no caso de suspeita de sepse em lactentes com idade <1 mês e em todos os lactentes com idade de 1 a 3 meses que parecem debilitados ou com contagem leucocitária <5×10⁹/L ou >15×10⁹/L.[50]

A punção lombar geralmente é contraindicada em crianças com sepse até que o paciente esteja estabilizado.

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uma cultura positiva do líquido cefalorraquidiano pode confirmar meningite bacteriana e fornecer informações sobre o patógeno, incluindo sensibilidades a antibióticos; as proteínas podem estar elevadas; a glicose pode estar baixa

análise meningocócica da reação em cadeia da polimerase

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Pode ser considerada para ajudar a confirmar o diagnóstico em casos clínicos duvidosos ou suspeitos de sepse meningocócica.

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positiva em infecção por Neisseria meningitides

cultura da lavagem broncoalveolar

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A coleta de amostras de lavagem broncoalveolar para microscopia e cultura pode ser considerada para uma criança na unidade de terapia intensiva com suspeita de pneumonia associada à ventilação mecânica.

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uma cultura positiva pode confirmar infecção bacteriana e fornecer informações sobre o patógeno, incluindo sensibilidades a antibióticos

reação em cadeia da polimerase do vírus do herpes simples (HSV) (sangue e líquido cefalorraquidiano)

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A infecção por herpes simples neonatal (seja no sistema nervoso central ou disseminada) é muito rara, mas é importante considerá-la em crianças com sepse.

Considere realizar se a infecção por herpes simples neonatal for uma possibilidade.

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positivo (sistema nervoso central ou infecção por vírus do herpes simples [HSV] disseminada)

tomografia computadorizada (TC) do tórax

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A TC pode desempenhar um papel importante na avaliação de pacientes com suspeita de sepse. O aumento da exposição à radiação com esta investigação deve ser considerado.[81]

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pode revelar foco de infecção

Ultrassonografia abdominal

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Se os sintomas não sugerirem a origem da suspeita de sepse, pode ser apropriado considerar a ultrassonografia abdominal.[81]

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pode revelar foco de infecção

tomografia computadorizada (TC) abdominal

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Se os sintomas não sugerirem a origem da suspeita de sepse, pode ser apropriado considerar a realização de uma TC abdominal.[81]

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pode revelar foco de infecção

Novos exames

procalcitonina sérica

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Uma questão essencial (particularmente na terapia intensiva) é o problema de distinguir sepse de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (ou disfunção orgânica) sem infecção, na qual os sinais clínicos podem não ser úteis. Os dois biomarcadores usados com maior frequência para esse objetivo são a proteína C-reativa e a procalcitonina sérica. A procalcitonina sérica mostra o maior potencial nessa área, apresentando maior precisão para o diagnóstico de sepse, em comparação com a proteína C-reativa em neonatos e crianças mais velhas.[69][70][71][72][73][74] Também há evidências de que as tendências de procalcitonina podem ser usadas para reduzir a duração da antibioticoterapia e o tempo de internação hospitalar.[75]

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elevado

novos biomarcadores

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Outros biomarcadores (por exemplo, CD64, interleucina [IL]-6, IL-8, IL-18, espectrometria de massa, expressão de ácido ribonucleico mensageiro [RNAm] específico) são considerados novidades e não são amplamente usados ou validados, embora sejam significativamente promissores.

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positiva

Kit PhenoTest™ BC

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Pode identificar 14 espécies de bactérias e 2 espécies de levedura que comumente causam infecções na corrente sanguínea, além de fornecer orientação sobre sensibilidade a antibióticos.

Compara o DNA do organismo com um banco de dados e usa imagens com lapso de tempo para analisar a resposta do organismo a antibióticos.

Pode identificar uma hemocultura positiva em 1.5 hora e orientar o tratamento com antibiótico em 6.5 horas.

Foi associado a resultados falso-positivos.[66]

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pode ser positivo para o organismo e orienta a terapêutica antimicrobiana

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