Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

estudos de condução nervosa (ECN)

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Deve-se considerar essa investigação para quaisquer pessoas com suspeita de neuropatia, pois ela pode confirmar o diagnóstico de uma polineuropatia e determinar se a doença afeta principalmente a mielina e a célula de Schwann ou o axônio (isto é, se a doença é essencialmente motora, sensorial ou mista). Devem-se estudar tanto os nervos sensoriais quanto os motores, embora a interpretação dos resultados possa ser difícil, já que alguns tipos de doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) apresentam apenas anormalidades leves nos ECN.

As anormalidades dos nervos são simétricas, com um grau similar de desaceleração ou redução de amplitude em todos os nervos testados, e as respostas dos nervos sensoriais estão geralmente ausentes. A CMT tipo 1 (CMT1) é associada à desmielinização, e a CMT tipo 2 (CMT2) é associada à perda axonal.

Na presença de atrofia extrema nos músculos distais, as respostas podem não ser identificáveis e pode ser necessário realizar os ECN em um músculo mais proximal que o usual.

Resultado

velocidades de condução de 15-38 m/segundo, respostas sensoriais ausentes ou reduzidas e latências distais prolongadas em desmielinização; amplitudes reduzidas e velocidades de condução normais (>38 m/segundo) em perda axonal

Investigações a serem consideradas

teste genético

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As pessoas com uma árvore genealógica que mostre uma mutação dominante ou transmissão homem-a-homem e sinais de desmielinização nos estudos de condução nervosa (ECNs) devem ser testadas para CMT1A, a forma mais comum da doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) desmielinizante. Se não houver duplicação do gene PMP22 indicativa de CMT1A, pode ser adequado testar outras doenças genéticas que afetem a mielina. Se houver possibilidade de uma doença ligada ao cromossomo X, é adequado testar para CMT1X com mutações do gene GJB1. Uma mutação causativa do gene é identificada em aproximadamente 80% dos casos de CMT desmielinizante.[17] Os indivíduos com um padrão axonal nos ECN, com ou sem história familiar, devem ser testados para CMT tipo 2A (CMT2A), o tipo mais comum de CMT axonal.[13] Apenas 30% a 40% dos casos de CMT axonal terão uma mutação identificável. A testagem genética tem >99% de sensibilidade para cada subtipo da CMT. Os painéis de sequenciamento de última geração examinam agora 30-100 genes associados a neuropatia hereditária de uma só vez, de maneira relativamente rápida e econômica. O sequenciamento do exoma está rapidamente se tornando mais econômico e útil em encontrar novos genes na CMT. Se uma pessoa tiver o teste genético negativo para as causas mais comuns da CMT, pode ser recomendável encaminhar o ácido desoxirribonucleico (DNA) da pessoa e de outros membros da família afetados para pesquisa ou análise clínica do exoma.

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mutação genética associada ao subtipo específico de CMT

radiografia do quadril

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A radiografia do quadril deve ser considerada em todas as crianças para rastrear para displasia do quadril.[14]

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normal ou displasia do quadril

radiografias da coluna cervical, torácica, lombar e da pelve

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Radiografias da coluna vertebral e da pelve devem ser consideradas nas crianças que apresentarem sinais de escoliose ou cifose. Recomenda-se obter as incidências posteroanterior e lateral.

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normal ou escoliose/cifose

ultrassonografia de nervo

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Ultrassonografias de nervo podem ser úteis para as pessoas que não quiserem se submeter a ECNs ou a uma eletromiografia (EMG), ou se houver dúvida entre doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) e uma neuropatia diferente. As pessoas com CMT, especialmente as formas desmielinizantes da CMT (sendo a CMT1A a mais bem estudada), terão um aumento da seção transversal do nervo em comparação com os controles.[18]

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área de seção transversal do nervo normal ou possivelmente maior em caso de neuropatia desmielinizante

biópsia de nervo

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​Biópsias de nervos podem ser úteis se a testagem genética constatar uma ou mais variantes de significância incerta em um gene que tenha lesões microscópicas específicas nos nervos para elucidar a patogenicidade da variante.[19] ​São também úteis para distinguir entre uma neuropatia genética e uma neuropatia não genética, como a causada por uma vasculite.[20]

Resultado

​genes específicos e respectivas lesões nervosas: PMP22 (CMT1A/CMT1E): bulbos de cebola; PMP22 (NHPP): tomácula; MPZ (CMT1B): mielina não compactada, dobras da mielina para fora, bulbos de cebola; EGR2 (CMT1D): desmielinização muito grave, dismielinização ou ausência de mielinização; GJB1 (CMT1X): grupos de regeneração; MTMR2, MTMR13, FDG4 (CMT4B1, CMT4B2, CMT4H): dobras de mielina para dentro e para fora; SH3TC2 (CMT4C): proliferação basal (bulbos de cebola), envolvimento de fibras não mielinizadas; INF2 (CMT-DIE): proliferação de filamentos de actina, envolvimento de fibras não mielinizadas; NDRG1 (CMT4D): depósitos adaxonais; PRX (CMT4F): alças paranodais anormais, disjunção das bandas de Cajal; NEFL (CMT2E/CMT1F): axônios gigantes; MFN2 (CMT2A): anomalias mitocondriais; GDAP1 (CMT4A): anomalias mitocondriais; LMNA (AR-CMT2A): grave rarefação de grandes fibras mielinizadas, sem nenhum agrupamento de regeneração.

teste de função pulmonar

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O teste da função pulmonar basal deve ser realizado nas seguintes crianças quando forem capazes de completá-lo de forma confiável (geralmente a partir dos 5-6 anos): crianças com sintomas de distúrbios respiratórios do sono (por exemplo, cefaleias inexplicáveis, sonolência diurna ou sintomas de apneia obstrutiva do sono); crianças com infecções recorrentes do trato respiratório inferior (>2 ciclos de antibióticos em 4 meses ou >2 internações hospitalares por infecção do trato respiratório em 12 meses); crianças com escoliose (ângulo de Cobb >40°); todas as crianças que não deambulam.[14]

Resultado

capacidade vital normal ou reduzida

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