Prognóstico
A evolução da mielite transversa (MT) é altamente variável.
MT parcial aguda, como a que é observada na esclerose múltipla (EM), tem um bom prognóstico. Os deficits neurológicos geralmente melhoram ao longo de várias semanas e a maioria dos pacientes atinge uma recuperação completa ou quase completa. Pacientes com lesões completas, principalmente os que apresentam MT longitudinalmente extensa, têm uma recuperação mais variável. Geralmente, um ataque individual é mais grave que na MT parcial aguda e o grau de recuperação varia de completo a nenhum. Alguns pacientes permanecem com graves e definitivos deficits motores e sensoriais.
MT parcial aguda
A MT parcial aguda geralmente melhora ao longo de várias semanas a meses, com a maior parte da recuperação ocorrendo durante os primeiros 3 meses depois do início, embora, às vezes, uma melhora mais lenta seja observada por até 1 ano depois do início. Se nenhuma outra doença for considerada responsável pelo ataque de mielite, o risco de recorrência (ou de outro ataque do sistema nervoso central) é predito com maior precisão por uma ressonância nuclear magnética cranioencefálica. A presença de uma ou mais lesões da substância branca típicas de desmielinização prevê um risco >80% para o paciente apresentar outro evento e, portanto, desenvolver EM confirmada, em até 10 anos.[7]
MT completa
A MT longitudinalmente extensa tem muitas causas, mas a maioria dos casos é de MT monofásica idiopática ou o primeiro evento de um distúrbio do espectro da neuromielite óptica. O deficit máximo geralmente ocorre em poucos dias e, às vezes, em até 24 horas. A recuperação é altamente inconstante, variando desde o retorno à função normal até a perda completa da função motora e sensorial abaixo do nível da lesão. Aproximadamente um terço dos pacientes apresenta recuperação completa ou quase completa, um terço tem deficits residuais moderados e os pacientes do terço remanescente ficam gravemente incapacitados.[1][78] A maior parte da recuperação ocorre em até 3 meses, mas, às vezes, é observada uma melhora mais lenta por até 2 anos depois do início da MT.[51][78][85] Início com dorsalgia, evolução máxima algumas horas depois do início, choque medular e comprometimento sensorial até o nível cervical são fatores de risco para um desfecho mais desfavorável.[90]
Se o paciente for soropositivo para IgG antiaquaporina-4, existe a hipótese da ocorrência de um distúrbio do espectro da neuromielite óptica, com o evento de MT longitudinalmente extensa representando o ataque inicial.[5][9] Esse paciente apresenta um risco muito alto de recidiva de MT ou de desenvolver neurite óptica (portanto, satisfazendo os critérios de diagnóstico para distúrbio do espectro da neuromielite óptica).
O risco de MT recorrente é desconhecido em casos associados a processos sistêmicos, como doenças do tecido conjuntivo; geralmente recomenda-se o tratamento para a doença subjacente.[78]
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