Complicações
A MT parcial aguda comumente prenuncia ou acompanha esclerose múltipla (EM), que afeta até 0.3% das pessoas de ascendência do norte da Europa.[18]
Para pessoas com ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica característica, a variante parcial aguda sugere um alto risco de evoluir para esclerose múltipla (EM) no futuro.
Se nenhuma outra doença for considerada responsável pelo ataque de mielite parcial aguda, o risco de recorrência (ou de outro ataque do sistema nervoso central) é predito com maior precisão por uma RNM cranioencefálica. A presença de uma ou mais lesões da substância branca típicas de desmielinização prevê um risco >80% para o paciente apresentar outro evento e, portanto, desenvolver EM confirmada, em até 10 anos.[7]
Aproximadamente dois terços dos pacientes com MT permanecem com deficit motor significativo, e a maioria deles interfere com a deambulação. A reabilitação neurológica, incluindo fisioterapia e controle de outros problemas, como espasticidade, pode otimizar a força e suas consequências funcionais.
A espasticidade geralmente acompanha fraqueza crônica e necessita de tratamento se for grave, está associada à dor ou espasmos ou interfere na função. Agentes orais, como baclofeno ou tizanidina, geralmente são úteis. A espasticidade refratária pode responder a injeções de toxina botulínica ou uma bomba de baclofeno intratecal.
A dor neuropática costuma responder a anticonvulsivantes ou antidepressivos tricíclicos.
A retenção urinária aguda pode ser controlada por cateterismo vesical. Os sintomas vesicais neurogênicos residuais podem incluir incontinência de urgência, retenção ou um distúrbio misto, cada um deles necessitando de tratamento específico.[78]
Pacientes imobilizados apresentam aumento do risco para trombose venosa profunda (TVP). A extrapolação de dados de pacientes de clínica geral e de cirurgia ortopédica indica que heparina subcutânea ou enoxaparina associada ao uso de meias ou dispositivos de compressão para os membros inferiores reduz o risco de TVP.
Pacientes com MT grave com paraplegia ou quadriplegia apresentam aumento do risco de úlceras por pressão da pele. Elas podem ser evitadas por cuidados de enfermagem qualificados, reposicionamento frequente e vigilância em tratar as lesões o mais rápido possível.
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