Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

reação transfusional aguda

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ressuscitação fluídica + terapia de suporte + descontinuação da transfusão sanguínea

A transfusão sanguínea deve ser descontinuada imediatamente no caso de reação hemolítica aguda.

Uma reposição fluídica generosa com soro fisiológico deve ser imediatamente iniciada a qualquer suspeita de reação hemolítica aguda. A meta para o débito urinário é de >0.5 a 1.0 mL/kg de peso corporal por hora, para evitar a insuficiência renal oligúrica.

Os pacientes com reação transfusional hemolítica clinicamente significativa devem ser tratados na unidade de terapia intensiva.[3] Outras terapias de suporte que podem ser necessárias incluem suporte das vias aéreas com intubação e ventilação mecânica, monitoramento hemodinâmico invasivo e administração de vasopressores.

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diurese forçada

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A meta para o débito urinário é de >0.5 a 1.0 mL/kg de peso corporal por hora, para evitar a insuficiência renal oligúrica.

Se o débito urinário não for adequado apesar da ressuscitação fluídica, pode-se tentar a diurese forçada. Antes de iniciar a terapia diurética, a presença de depleção de volume intravascular deve ser descartada por meio do monitoramento da pressão venosa central ou da pressão arterial pulmonar.

Geralmente, o manitol é o diurético de escolha, embora deva ser usado com precaução em pacientes com anemia e comorbidades cardíacas.[3]

O manitol é usado monitorando-se o gap osmolar plasmático a cada 4 a 6 horas. A infusão deve ser descontinuada se o gap aumentar para um nível acima de 55 miliosmoles/kg.

Ajustar a infusão de acordo com o débito urinário; pode ser descontinuada quando a urina apresentar aparência clara e a hemólise tiver sido clinicamente resolvida.

Opções primárias

manitol: crianças e adultos: (20%) 0.5 g/kg em bolus intravenoso inicialmente, seguido por 0.1 g/kg/hora em infusão intravenosa, ajustado de acordo com a resposta

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diálise

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Indicada para insuficiência renal aguda progressiva. Tipicamente iniciada para auxiliar no manejo de hipercalemia, uremia, acidose metabólica e/ou sobrecarga hídrica refratárias ao tratamento clínico. É necessária a consulta com um nefrologista.

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adrenalina + cuidados de suporte + descontinuação da transfusão sanguínea

A administração da adrenalina é por via intramuscular.[42]​ A adrenalina deve ser administrada imediatamente após o reconhecimento da anafilaxia, pois o protelamento da administração tem sido implicado como um fator que contribui para a mortalidade e também foi associado a um aumento do risco de reações bifásicas.[5][43]​ A adrenalina por via intravenosa é reservada para as situações de parada cardíaca ou de hipotensão grave refratária às injeções intramusculares.

O monitoramento em unidade de cuidados intensivos pode ser necessário.

As vias aéreas deverão ser protegidas por intubação e início de ventilação mecânica se necessário. O oxigênio suplementar deve ser considerado para todos os pacientes com anafilaxia, independentemente do seu estado respiratório, e deve ser administrado a qualquer paciente com comprometimento respiratório ou cardiovascular e àqueles que não respondem ao tratamento inicial com adrenalina.[42]

Devem ser administrados cristaloides para suporte à circulação. Consulte Anafilaxia (algoritmo de tratamento).

Opções primárias

adrenalina: anafilaxia: crianças: 0.01 mg/kg (solução a 1:1000) por via intramuscular a cada 5 minutos, máximo de 0.3 mg por dose unitária; adultos: 0.3 a 0.5 mg (solução a 1:1000) por via intramuscular a cada 10-15 minutos

ou

adrenalina: parada cardíaca: crianças: 0.01 mg/kg (solução a 1:10,000) por via intravenosa a cada 3-5 minutos, máximo de 1 mg/dose; adultos: 1 mg (solução a 1:10,000) por via intravenosa a cada 3-5 minutos

ou

adrenalina: hipotensão grave: crianças: 0.1 a 1 micrograma/kg/min em infusão intravenosa; adultos: 1-10 microgramas/min em infusão intravenosa

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broncodilatador por via inalatória

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O broncoespasmo pode melhorar em decorrência do uso adjuvante de um broncodilatador por via inalatória, como o salbutamol.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: crianças: 0.63 mg a 5 mg a cada 4-6 horas quando necessário; adultos: 2.5 a 5 mg a cada 4-6 horas quando necessário

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glucagon

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Betabloqueadores (e a doença subjacente para a qual são prescritos, por exemplo, doença arterial coronariana [DAC]) podem complicar o tratamento da anafilaxia grave.[5] Os betabloqueadores podem causar resistência ao tratamento com adrenalina, manifestada por bradicardia refratária e hipotensão.[5]​ O glucagon pode ser usado para superar o bloqueio beta, mas a taquicardia resultante pode ser prejudicial nos pacientes com DAC grave.​[44] Logo, é necessário encaminhamento rápido a um cardiologista.

Opções primárias

glucagon: crianças: 0.02 a 0.03 mg/kg em bolus intravenoso, máximo de 1 mg/dose; adultos: 1-2 mg em bolus intravenoso, seguidos por 1-5 mg/hora em infusão intravenosa se necessário

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anti-histamínico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Anti-histamínicos também podem ser administrados como adjuvantes à adrenalina.[42]

Opções primárias

difenidramina: crianças: 1-2 mg/kg por via intravenosa administrados em dose única; adultos: 50-100 mg por via intravenosa em dose única

e

cimetidina: crianças: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; adultos: 300 mg por via intravenosa em dose única

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corticosteroides

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A administração de corticosteroide não é rotineiramente recomendada, pois não há evidências de benefícios claros na anafilaxia; no entanto, deve ser considerada após a ressuscitação inicial.[42][46]

Opções primárias

succinato sódico de metilprednisolona: crianças: 1-2 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 10-40 mg por via intravenosa, repetir de acordo com a resposta

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anti-histamínico + descontinuação temporária da transfusão sanguínea

A transfusão deve ser temporariamente descontinuada.

Um anti-histamínico como a difenidramina é administrado para aliviar os sintomas.[1]

Após a resolução dos sintomas, a transfusão pode ser reiniciada, e nenhuma investigação adicional é necessária.

Opções primárias

difenidramina: crianças: 1-2 mg/kg por via intravenosa administrados em dose única; adultos: 50-100 mg por via intravenosa em dose única

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possível descontinuação permanente da transfusão sanguínea

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O paciente deve ser rigorosamente monitorado para o início de anafilaxia, que pode evoluir rapidamente. Nesses casos graves, a transfusão não deve ser reiniciada.

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antipirético + descontinuação da transfusão sanguínea

Um antipirético, como o paracetamol, pode ser administrado para o conforto do paciente.A aspirina deve ser evitada no cenário de trombocitopenia.A transfusão deve ser descontinuada até que uma reação hemolítica tenha sido descartada (embora a febre geralmente ocorra pela primeira vez após a finalização da transfusão).Caso não haja preocupação clínica em relação à hemólise, a transfusão pode ser retomada.De maneira alternativa, o paciente pode receber a transfusão de um novo componente.[1]

Opções primárias

paracetamol: crianças: 10-15 mg/kg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 75 mg/kg/dia; adultos: 500-1000 mg oralmente a cada 4-6 horas quando necessário, máximo 4000 mg/dia

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cuidados de suporte

O tratamento é de suporte e pode variar de oxigênio suplementar por máscara por um breve período até ventilação mecânica por um período de dias, dependendo da gravidade da insuficiência respiratória do paciente.

A resolução da síndrome geralmente ocorre de maneira rápida, tipicamente em menos de 7 dias após a transfusão.

CONTÍNUA

reação transfusional tardia

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cuidados de suporte

Na maioria dos casos, a hemólise observada é extravascular e relativamente leve, incluindo febre, queda no hematócrito e/ou aumento leve na bilirrubina sérica não conjugada.

Em geral, não é necessário nenhum tratamento específico.

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cuidados de suporte

Uma reposição fluídica generosa com soro fisiológico deve ser imediatamente iniciada a qualquer suspeita de reação hemolítica tardia com hemólise rápida. A meta para o débito urinário é de >0.5 a 1.0 mL/kg de peso corporal por hora.

Os pacientes com reação transfusional hemolítica clinicamente significativa devem ser tratados na unidade de terapia intensiva.[3]

Outras terapias de suporte que podem ser necessárias incluem suporte das vias aéreas com intubação e ventilação mecânica, monitoramento hemodinâmico invasivo e administração de vasopressores.

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diurese forçada

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A meta para o débito urinário é de >0.5 a 1.0 mL/kg de peso corporal por hora, para evitar a insuficiência renal oligúrica.

Se o débito urinário não for adequado apesar da ressuscitação fluídica, pode-se tentar a diurese forçada.

Antes de iniciar a terapia diurética, a presença de depleção de volume intravascular deve ser descartada (por meio do monitoramento da pressão venosa central ou da pressão arterial pulmonar).

Geralmente, o manitol é o diurético de escolha, embora deva ser usado com precaução em pacientes com anemia e comorbidades cardíacas.[3]

O manitol é usado monitorando-se o gap osmolar plasmático a cada 4 a 6 horas, e a infusão deve ser descontinuada se o gap aumentar para um nível acima de 55 miliosmoles/kg.

Ajustar a infusão de acordo com o débito urinário; pode ser descontinuada quando a urina apresentar aparência clara e a hemólise tiver sido clinicamente resolvida.

Opções primárias

manitol: crianças e adultos: (20%) 0.5 g/kg em bolus intravenoso inicialmente, seguido por 0.1 g/kg/hora em infusão intravenosa, ajustado de acordo com a resposta

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Considerar – 

diálise

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Indicada para insuficiência renal aguda progressiva. Tipicamente iniciada para auxiliar no manejo de hipercalemia, uremia, acidose metabólica e/ou sobrecarga hídrica refratárias ao tratamento clínico. É necessária a consulta com um nefrologista.

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cuidados de suporte

O tratamento quase sempre fracassa e a doença quase sempre resulta em óbito.[9][30]

Corticosteroides, globulina antitimocítica, metotrexato, ciclosporina, azatioprina, inibidores de serina protease, cloroquina e muromonabe CD3 (OKT3) foram tentados e produziram resultados desfavoráveis.[30]

Portanto, nenhum tratamento de supressão imunológica é recomendado.

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imunoglobulina intravenosa

A imunoglobulina intravenosa é a terapia de escolha.[4]

Deve corrigir a trombocitopenia associada em questão de dias.[47][48]

Recomenda-se a consulta com um hematologista.

Opções primárias

imunoglobulina humana normal: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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