Critérios

Reações mediadas imunologicamente agudas

Ocorrem dentro de 24 horas em relação à transfusão e geralmente durante a própria transfusão.

As reações transfusionais hemolíticas agudas, dependendo da gravidade, podem ser caracterizadas por:[3]

  • Dor ao longo do membro que recebeu a transfusão

  • Dor abdominal, torácica ou dorsalgia, que podem acompanhar os sintomas generalizados

  • Hemoglobinúria, que pode se manifestar como urina avermelhada

  • Evolução para hipotensão, insuficiência renal e coagulação intravascular disseminada (CIVD) nos casos graves

  • Teste de antiglobulina direto positivo

  • Evidências de hemólise na inspeção visual do plasma.

As reações transfusionais febris não hemolíticas são um diagnóstico de exclusão. Elas são caracteristicamente:

  • Associadas à febre, especificamente uma elevação da temperatura de pelo menos 1 °C (1.8 °F) acima de 37 °C (98.6 °F), sem nenhuma outra causa identificável

  • Benignas, embora possam inicialmente ser indistinguíveis do início de uma reação transfusional hemolítica aguda

  • Não associadas a evidências de hemólise.

Reações alérgicas são diagnosticadas clinicamente. Elas são caracterizadas por:

  • Prurido, rubor e dispneia

  • Sintomas dentro de minutos após o início da transfusão

  • Urticária que evolui; angioedema se desenvolve de maneira menos comum

  • Ausência de evidências de hemólise nos exames laboratoriais

  • A anafilaxia - uma reação alérgica sistêmica grave, com potencial risco à vida - pode ser desencadeada.[5] A anafilaxia geralmente tem início rápido, com sinais e sintomas variáveis, e normalmente afeta dois ou mais sistemas orgânicos (por exemplo, cutâneo, respiratório, cardiovascular).[5] No entanto, as apresentações atípicas podem parecer afetar apenas um único sistema (por exemplo, hipotensão isolada).[5]​ Pode haver características de comprometimento respiratório (por exemplo, dispneia, sibilância, estridor, hipoxemia, pico do fluxo expiratório reduzido) e/ou comprometimento cardiovascular ou disfunção de órgão-alvo associada (por exemplo, hipotensão, hipotonia/colapso, síncope, incontinência).[5]​ Sintomas gastrointestinais também podem estar presentes (por exemplo, dor abdominal do tipo cólica, vômitos, diarreia).[5]​ É importante observar que as características cutâneas típicas da anafilaxia (por exemplo, urticária, rubor, prurido, angioedema) nem sempre estão presentes.[5]​ O diagnóstico de anafilaxia é clínico, com base na história clínica e nos sinais e sintomas presentes durante o evento.[5]​ ​Caso ocorra anafilaxia, devem ser realizados testes para os níveis de anti-IgA e de triptase sérica (sem protelar o tratamento de emergência) para auxiliar na confirmação pós-aguda do diagnóstico.[5][32]​​ Consulte Anafilaxia (Critérios diagnósticos).

A lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI) é caracterizada por:[38]

  • Novo episódio de lesão pulmonar aguda durante a transfusão ou dentro de 6 horas da transfusão de hemoderivado(s) contendo plasma[7][8]

  • Ausência de relação temporal com um fator de risco alternativo para a lesão pulmonar aguda (como sepse, pneumonite por aspiração ou contusão pulmonar)[8]

  • Lesão pulmonar aguda

  • Critérios para lesão pulmonar aguda, que incluem início agudo dos sintomas, ausência de sobrecarga circulatória, infiltrados pulmonares bilaterais na radiografia torácica e hipoxemia, conforme demonstrado por pressão arterial de oxigênio/fração de oxigênio inspirado (PaO2/FiO2) <300 mmHg.[8]

Reações tardias mediadas imunologicamente

Geralmente ocorrem em dias a semanas em relação à transfusão.

As reações transfusionais hemolíticas tardias são caracterizadas por:[3]

  • Febre ou anemia

  • Icterícia (em alguns pacientes)

  • Hemólise extravascular (raramente causa insuficiência renal aguda ou CIVD)

  • O diagnóstico é corroborado por um novo teste de antiglobulina direto positivo e/ou um rastreamento positivo para anticorpos, além de altos níveis de lactato desidrogenase (LDH) e bilirrubina.

A doença do enxerto contra o hospedeiro associada à transfusão ocorre 8 a 10 dias após uma transfusão e é caracterizada por:[9]

  • exantema maculopapular

  • Febre

  • Diarreia

  • Aplasia da medula óssea e rápida evolução para óbito em alguns pacientes

  • Ocorrência em pacientes imunocomprometidos

  • Biópsia de pele da área afetada, que tem valor diagnóstico.

A púrpura pós-transfusional é caracterizada por:

  • Sangramento de membranas mucosas, do trato gastrointestinal ou do trato urinário

  • Trombocitopenia associada, geralmente grave (menos de 10 x 10⁹/L)[22]

  • Rastreamento de anticorpos plaquetários, que confirma o diagnóstico.

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