Prognóstico
A SIC tem um prognóstico altamente variável de acordo com a saúde do intestino, o tipo e a extensão da ressecção cirúrgica. O intestino geralmente ganha a capacidade de absorção com o tempo, um processo chamado de adaptação intestinal. Aproximadamente 50% dos pacientes consegue desmamar da nutrição parenteral (NP) dentro de 2 anos.[3][4] O prognóstico está diretamente relacionado ao comprimento do intestino e à dependência da NP. Os pacientes de risco mais elevado são aqueles com <50 cm de intestino remanescente, aqueles com jejunostomias proximais e aqueles com trombose mesentérica ou enterite por radiação como etiologia subjacente.[22] Alguns pacientes sobreviveram por até 50 anos ou mais; a taxa de sobrevida em 5 anos em pacientes sem malignidade é de aproximadamente 75%.[22]
Adultos
Ressecção limitada do intestino delgado
Os pacientes com >100 cm de intestino residual e anastomose colônica intacta do intestino delgado, com o cólon inteiro remanescente, apresentam excelente prognóstico. A adaptação intestinal e as instruções alimentares permitem que esses pacientes, mais à frente, vivam suas vidas normalmente com morbidade ou mortalidade relativamente baixas.
Ressecção do íleo terminal
A adaptação intestinal não pode substituir o papel do íleo terminal na absorção dos sais biliares e da vitamina B12. Embora o prognóstico continue excelente, requer-se o manejo da má absorção dos sais biliares e vitaminas por toda a vida. Pode ser necessária suplementação com vitamina lipossolúvel.
Ressecção intestinal extensiva
O desmame da NP é mais difícil em pacientes com intestino delgado residual ≤100 cm, sobretudo os que não possuem cólon ou anastomose colônica.
Transplante intestinal
As taxas de mortalidade e de morbidade são significativas, mas estão melhorando devido ao aumento da experiência cirúrgica e da melhora dos esquemas de imunossupressão. A sobrevida em um ano após o transplante intestinal para síndrome do intestino curto é de 88% e a sobrevida em 5 anos é de 62%.[51] O prognóstico é pior se os pacientes continuarem dependentes da NP.
Crianças
As crianças geralmente adquirem SIC devido a uma anormalidade congênita ou um evento catastrófico, como volvo de intestino delgado. Ela continua sendo uma das doenças mais mórbidas da infância e da primeira infância, com taxas de sobrevivência de 73% a 89%.[52] Crianças mais jovens podem ter um intestino mais adaptável que os adultos; há relatórios anedóticos de crianças vivendo independentes de NP com até 10 cm de intestino delgado residual. Se crianças e lactentes (sobretudo os prematuros) se tornarem dependentes da NP, o risco de insuficiência hepática será muito maior que o dos adultos.
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