História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fortes fatores de risco incluem ressecção do intestino delgado, colectomia, lesão por radiação abdominal extensa e crianças com gastrosquise.

perda de peso

Muitas vezes, os pacientes precisam se esforçar para manter o peso, mesmo com a hiperfagia intencional e suplementação nutricional.

O grau de perda de peso é diretamente proporcional à redução da capacidade de absorção do intestino.

diarreia

É resultado do aumento da osmolaridade dos conteúdos intestinais (principalmente devido à má absorção de gordura), irritação do cólon induzida pelos sais biliares, diminuição de tempo do trânsito intestinal, aumento da produção de ácido gástrico e diminuição da superfície intestinal para reabsorção da água.

depleção de volume

Ocorre devido à perda excessiva de fluidos intestinais. Os sinais incluem membranas da mucosa ressecadas, baixo turgor cutâneo, taquicardia e hipotensão.

edema periférico ou pré-sacral

Deve-se à má absorção de proteínas ou à diminuição da síntese da albumina causada por insuficiência hepática relacionada à insuficiência intestinal.

Outros fatores diagnósticos

comuns

fadiga

Consequência direta de deficiência de vitamina, perda de peso e depleção de volume.

dor epigástrica pós-prandial ou dor abdominal no quadrante superior direito

Pode ocorrer como resultado de colecistite.

A interrupção da circulação enterohepática dos sais biliares causa o aumento das concentrações de lipídios biliares, o que pode resultar na formação de cálculos biliares.

disúria ou cólica renal

Deve-se à formação de cristais de oxalato de cálcio nos rins.

O oxalato normalmente se liga ao cálcio e é eliminado nas fezes. A má absorção da gordura compete pela ligação do cálcio, resultando na absorção de oxalato livre no cólon, podendo, assim, formar cristais de oxalato de cálcio nos rins.

Em um estudo de pacientes com SIC que apresentaram enterectomias e cólons intactos, houve o desenvolvimento de nefrolitíase em 24% dos pacientes no período de 2 anos.[24]

exame neurológico anormal

A deficiência de vitamina E ou B12 pode causar neuropatia. O exame pode revelar hipotensão ortostática, asterixis (flapping), reflexos alterados ou deficits sensoriais.

icterícia e prurido

Sinal/sintoma importante de insuficiência hepática secundária a insuficiência intestinal de longo prazo.

Incomuns

sinais dermatológicos

As deficiências de vitaminas, zinco e ´ácido graxo essencial estão associadas a uma diversidade de sinais dermatológicos.

Deficiência de vitamina B2: edema e fissura labial.

Deficiência de vitamina C: hematomas/equimoses em locais não traumáticos, sangramentos espontâneos (causado também por deficiência de vitamina K).

Deficiência de zinco: erupção cutânea.

Deficiência de ácidos graxos essenciais: ceratose pilar na parte de trás dos braços.

cegueira noturna

Refere-se à incapacidade de enxergar em luz fraca.

Decorrente da deficiência de vitamina A.

fraqueza motora ou marcha alterada

Deve-se à deficiência de vitamina E ou B12.

fraqueza muscular proximal

Características da deficiência de vitamina D.

sangramento excessivo

Deve-se à deficiência de vitamina C ou K. A deficiência de vitamina K é mais comum.

confusão

A confusão pode ser um sintoma de acidose por D-lactato, ou pode ocorrer como resultado de insuficiência hepática grave relacionada à nutrição parenteral (NP).

Fatores de risco

Fortes

ressecção do intestino

A maioria dos pacientes com SIC foi submetida a ressecção do intestino para tratar a doença de Crohn, trauma abdominal ou isquemia intestinal. O volvo gástrico e intestinal como complicação da cirurgia bariátrica está se tornando um achado mais comum. As crianças geralmente foram submetidas a ressecção do intestino para tratar atresia intestinal, volvo do intestino médio, intussuscepção ou enterocolite necrosante.[14]

A morbidade está diretamente relacionada à superfície funcional do intestino delgado disponível para absorção, ao local do intestino restante, ao nível de motilidade intestinal e à presença de uma anastomose colônica para ajudar na absorção da água e de nutrientes. Os pacientes de maior risco apresentam uma duodenostomia ou anastomose jejunoileal com menos de 35 cm de intestino delgado residual, anastomose jejunocólica ou ileocólica com menos de 60 cm de intestino delgado residual, ou uma jejunostomia terminal com menos de 115 cm de intestino delgado residual.[15][22][23][24]

O cólon desempenha um papel essencial na absorção da água e, consequentemente, na absorção de nutrientes. Além disso, a válvula ileocecal oferece um meio crucial para desacelerar o trânsito intestinal e maximizar o tempo disponível para a reabsorção de fluidos, eletrólitos e nutrientes. A SIC geralmente é mais grave em pacientes que foram submetidos à colectomia, ou que não fizeram uma anastomose colônica, porque essas habilidades cruciais do cólon são perdidas.[19]

lesão por radiação abdominal extensa

A radiação pode causar danos graves a células de divisão e de não divisão do intestino delgado, resultando em perda de função. A morbidade está diretamente relacionada à superfície funcional do intestino delgado disponível para absorção e ao nível de motilidade intestinal.

gastrosquise

A gastrosquise é um defeito congênito da parede abdominal que pode produzir isquemia intestinal, causando perda da superfície de absorção em funcionamento. A isquemia geralmente resulta da constrição da artéria mesentérica pelo defeito. A morbidade está diretamente relacionada à superfície funcional do intestino delgado disponível para absorção e ao nível de motilidade intestinal.

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