Os médicos de atenção primária devem usar uma abordagem de tratamento centrada no paciente e em etapas na prestação da assistência, dependendo do perfil de risco do paciente.[97]van der Feltz-Cornelis CM, Hoedeman R, Keuter EJ, et al. Presentation of the multidisciplinary guideline Medically Unexplained Physical Symptoms (MUPS) and Somatoform Disorder in the Netherlands: disease management according to risk profiles. J Psychosom Res. 2012 Feb;72(2):168-9.
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[98]Stewart M, Brown JB, Weston WW, et al. Patient-centered medicine: transforming the clinical method. Thousand Oaks, CA: Sage; 1995. A educação e a explicação do diagnóstico é o primeiro passo do tratamento para ambas as condições. É importante reconhecer a realidade dos sintomas do paciente e de seu sofrimento físico e emocional. Dedique tempo suficiente, dê o nome da condição e forneça leituras e informações de suporte adicionais.[99]Carson A, Lehn A, Ludwig L, et al. Explaining functional disorders in the neurology clinic: a photo story. Pract Neurol. 2016 Feb;16(1):56-61.
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Uma abordagem empática é fundamental, mas observe que, mesmo quando o diagnóstico é apresentado com cuidado, algumas pessoas respondem com raiva, humilhação ou sofrimento. Explicações posteriores por outros membros da equipe multidisciplinar nas atenções primária e secundária podem ser úteis.[71]Bennett K, Diamond C, Hoeritzauer I, et al. A practical review of functional neurological disorder (FND) for the general physician. Clin Med (Lond). 2021 Jan;21(1):28-36.
https://www.rcpjournals.org/content/clinmedicine/21/1/28
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Muitas vezes, o manejo dos transtornos neurológico funcional e de sintomas somáticos envolve o encaminhamento a psiquiatras ou psicoterapeutas de ligação consultiva; encaminhamento a fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais ou fonoaudiólogos conforme necessário; e, quando indicados, o uso criterioso de tratamentos para doenças somáticas, depressão ou ansiedade. É necessária uma abordagem multidisciplinar integrativa para todos os pacientes. Visitas breves regulares a médicos de atenção primária (para transtorno de sintomas somáticos) e neurologistas (para transtorno neurológico funcional) devem ser agendadas para se avaliar o progresso, manter a relação terapêutica, evitar o abandono e o excesso de exames/procedimentos. Após o diagnóstico inicial, a consulta psiquiátrica seguida por contatos telefônicos semanais também pode melhorar a qualidade de vida.[100]Drane DL, LaRoche SM, Ganesh GA, et al. A standardized diagnostic approach and ongoing feedback improves outcome in psychogenic nonepileptic seizures. Epilepsy Behav. 2016 Jan 1;54:34-9.
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Embora muitas vezes, em última análise, o objetivo do tratamento possa ser o bom manejo e não a cura, pode, no entanto, ser útil enfatizar desde o início aos pacientes que a resolução completa dos sintomas é possível.
Transtorno neurológico funcional sem ansiedade e depressão comórbidas: modelo de cuidados de manejo escalonados
Passo 1: comunicação do diagnóstico e educação do paciente
O diagnóstico deve ser feito e explicado por um neurologista, um neuropsiquiatra e/ou outro médico com experiência em exame neurológico.[3]Perez DL, Aybek S, Popkirov S, et al; American Neuropsychiatric Association Committee for Research. A review and expert opinion on the neuropsychiatric assessment of motor functional neurological disorders. J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2021 Winter;33(1):14-26.
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Eles devem demonstrar sinais clínicos positivos para ilustrar os mecanismos subjacentes envolvidos.[101]Stone J, Edwards M. Trick or treat? Showing patients with functional (psychogenic) motor symptoms their physical signs. Neurology. 2012 Jul 17;79(3):282-4.
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O objetivo é fornecer validação dos sintomas do paciente e oferecer um diagnóstico confiável que negue a necessidade de se buscar uma opinião clínica alternativa.
As frases úteis para a adaptação podem incluir:[71]Bennett K, Diamond C, Hoeritzauer I, et al. A practical review of functional neurological disorder (FND) for the general physician. Clin Med (Lond). 2021 Jan;21(1):28-36.
https://www.rcpjournals.org/content/clinmedicine/21/1/28
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"O transtorno neurológico funcional é um problema com o funcionamento do sistema nervoso. É um problema com o software e não com o hardware."
Se esta explicação não for totalmente compreendida, uma alternativa pode ser: "É como um piano desafinado; não está quebrado, apenas não está funcionando direito."
Uma maneira útil de descrever o prognóstico poderia ser: "Este não é um problema fácil de corrigir, mas tem potencial para melhorar e muitas pessoas conseguem uma boa recuperação".
Em relação à necessidade de tratamento psicológico ou psiquiátrico: "É comum no transtorno neurológico funcional que as pessoas tenham problemas como ansiedade e depressão. Para alguns, há coisas que aconteceram que podem explicar o motivo do seu cérebro ser vulnerável a errar dessa maneira e pode valer a pena explorar. Acho que uma avaliação psiquiátrica/psicológica pode ser útil. O que você acha?"
É importante desenvolver um senso de parceria entre o paciente e o médico, e uma compreensão dos próximos passos prováveis no tratamento (incluindo tratamento psicológico).[74]Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2018 Sep 1;75(9):1132-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29868890?tool=bestpractice.com
Os recursos da internet para sinalizar podem incluir:
Passo 2: reabilitação breve associada a terapia psicológica
Se os sintomas problemáticos persistirem após a explicação do diagnóstico, o próximo passo geralmente é oferecer uma breve intervenção de reabilitação direcionada a sintomas específicos, em combinação com terapia psicológica (por exemplo, terapia cognitivo-comportamental).
Por exemplo, aqueles com distúrbios motores ou de marcha podem se beneficiar da fisioterapia, enquanto a fonoterapia é recomendada para aqueles com distúrbios de fala e da deglutição.[92]Baker J, Barnett C, Cavalli L, et al. Management of functional communication, swallowing, cough and related disorders: consensus recommendations for speech and language therapy. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Oct;92(10):1112-25.
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[102]Nielsen G, Buszewicz M, Stevenson F, et al. Randomised feasibility study of physiotherapy for patients with functional motor symptoms. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2017 Jun;88(6):484-90.
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A terapia ocupacional pode ser aplicável de forma mais generalizada para melhorar a funcionalidade e o envolvimento com as atividades cotidianas.[103]Nicholson C, Edwards MJ, Carson AJ, et al. Occupational therapy consensus recommendations for functional neurological disorder. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2020 Oct;91(10):1037-45.
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Para pacientes com convulsões funcionais, os princípios gerais de manejo incluem ajudar o paciente a reconhecer os fatores desencadeantes e os sintomas de alerta para evitar os episódios e aprender e desafiar comportamentos de segurança ou evitação em torno dos episódios.[74]Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2018 Sep 1;75(9):1132-41.
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A base de evidências para tratamentos de reabilitação para transtornos neurológicos funcionais está crescendo, e agora há boas evidências (predominantemente de ensaios clínicos randomizados e controlados), em particular, em relação à fisioterapia para sintomas motores.[102]Nielsen G, Buszewicz M, Stevenson F, et al. Randomised feasibility study of physiotherapy for patients with functional motor symptoms. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2017 Jun;88(6):484-90.
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[104]Nielsen G, Stone J, Matthews A, et al. Physiotherapy for functional motor disorders: a consensus recommendation. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2015 Oct;86(10):1113-9.
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[106]Jordbru AA, Smedstad LM, Klungsøyr O, et al. Psychogenic gait disorder: a randomized controlled trial of physical rehabilitation with one-year follow-up. J Rehabil Med. 2014 Feb;46(2):181-7.
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[107]Nielsen G, Ricciardi L, Demartini B, et al. Outcomes of a 5-day physiotherapy programme for functional (psychogenic) motor disorders. J Neurol. 2015 Mar;262(3):674-81.
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Os programas bem-sucedidos incorporam fisioterapia ministrada por um terapeuta com experiência em transtornos neurológicos funcionais, realizada dentro de uma estrutura psicologicamente informada (por exemplo, incorporando psicoeducação e técnicas de redução do estresse). O objetivo é focar na função e nos movimentos automáticos, e não nos componentes individuais do movimento e nos sintomas (por exemplo, fraqueza). Os estilos de pensamento e comportamentos contraproducentes devem ser abordados durante a fisioterapia, como evitar movimentos específicos na tentativa de evitar danos.[74]Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2018 Sep 1;75(9):1132-41.
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[104]Nielsen G, Stone J, Matthews A, et al. Physiotherapy for functional motor disorders: a consensus recommendation. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2015 Oct;86(10):1113-9.
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A terapia psicológica (por exemplo, terapia cognitivo-comportamental [TCC]) é um aspecto fundamental do tratamento para a maioria dos pacientes, idealmente ministrada por um terapeuta com experiência no tratamento de transtornos neurológicos funcionais.[108]Sharpe M, Walker J, Williams C, et al. Guided self-help for functional (psychogenic) symptoms: a randomized controlled efficacy trial. Neurology. 2011 Aug 9;77(6):564-72.
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De acordo com uma revisão Cochrane, não há evidências suficientes para recomendar qualquer intervenção psicossocial específica para o transtorno neurológico funcional.[109]Ganslev CA, Storebø OJ, Callesen HE, et al. Psychosocial interventions for conversion and dissociative disorders in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jul 17;(7):CD005331.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD005331.pub3/full
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No entanto, vários outros estudos individuais e revisões sistemáticas sugerem benefícios com TCC, autoajuda guiada baseada em TCC, treinamento em grupo de TCC, terapia de atenção plena, psicoterapia dinâmica de curto prazo, treinamento de reatribuição e psicoterapia interpessoal psicodinâmica aumentada.[108]Sharpe M, Walker J, Williams C, et al. Guided self-help for functional (psychogenic) symptoms: a randomized controlled efficacy trial. Neurology. 2011 Aug 9;77(6):564-72.
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[110]Gutkin M, McLean L, Brown R, et al. Systematic review of psychotherapy for adults with functional neurological disorder. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jan;92(1):36.
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[
]
What are the effects of psychological therapies for adults with somatic symptom disorder or medically unexplained physical symptoms (MUPS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2344/fullMostre-me a resposta
[
]
Is there randomized controlled trial evidence to support the use of short-term psychodynamic psychotherapies in people with common mental disorders?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.464/fullMostre-me a resposta Na prática, geralmente são usadas abordagens psicoterapêuticas ecléticas, mas há evidências limitadas, e são necessários mais ensaios clínicos randomizados e controlados de maior duração (>12 meses).[121]Kleinstauber M, Witthöft M, Hiller W. Efficacy of short-term psychotherapy for multiple medically unexplained physical symptoms: a meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2011 Feb;31(1):146-60.
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[122]Martlew J, Pulman J, Marson AG. Psychological and behavioural treatments for adults with non-epileptic attack disorder. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Feb 11;(2):CD006370.
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[123]Kisely SR, Campbell LA, Yelland MJ, et al. Psychological interventions for symptomatic management of non-specific chest pain in patients with normal coronary anatomy. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Jun 30;(6):CD004101.
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A psicoterapia eclética inclui uma combinação de TCC, terapia de atenção plena, psicoterapia interpessoal, psicoterapia dinâmica de curto prazo e psicoterapia geral.
Os pacientes com transtornos neurológicos funcionais podem se beneficiar aprendendo a auto-hipnose como uma ferramenta para controlar os sintomas e, portanto, a hipnose pode ser considerada um tratamento adjuvante.[124]Moene FC, Spinhoven P, Hoogduin KA, et al. A randomised controlled clinical trial on the additional effect of hypnosis in a comprehensive treatment programme for in-patients with conversion disorder of the motor type. Psychother Psychosom. 2002 Mar-Apr;71(2):66-76.
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[125]Moene FC, Spinhoven P, Hoogduin KA, et al. A randomized controlled clinical trial of a hypnosis-based treatment for patients with conversion disorder, motor type. Int J Clin Exp Hypn. 2003 Jan;51(1):29-50.
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A psicoterapia eclética envolve:
Ter conhecimento sobre os mecanismos e padrões psicológicos (por exemplo, entre o físico e o emocional; e entre relações e sintomas atuais ou passados)
Compreender e reconhecer relações interpessoais problemáticas
Desenvolver maneiras de expressar e processar emoções efetivamente
Desenvolver uma nova relação com os sintomas que envolva aceitação, conscientização sem julgamento dos sintomas e da dinâmica dos sintomas, e autocompaixão, em vez de tentar controlar os sintomas somáticos
Criar estratégias para reconhecer e resolver conflitos
Usar estratégias cognitivas e comportamentais como mudar pensamentos desadaptativos, estratégias de relaxamento e tratar os sintomas (o tipo de TCC varia para cada grupo).
Passo 3: terapia psicológica adicional
Os pacientes que não respondem às terapias iniciais (intervenção breve de reabilitação em combinação com terapia psicológica [por exemplo, TCC]) podem se beneficiar de terapia psicológica adicional.
A terapia psicológica adicional envolve:
Administrar psicoterapia psicodinâmica
Administrar terapia familiar - reconhecendo dilemas inexprimíveis (a supressão de um conflito que surge de eventos familiares, sociais ou políticos devido à crença de que eles devem permanecer ocultos das principais pessoas envolvidas) e interrompendo o reforço do cônjuge a comportamentos da doença[126]Schade N, Torres P, Beyebach M. Cost-efficiency of a brief family intervention for somatoform patients in primary care. Fam Syst Health. 2011 Sep;29(3):197-205.
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[127]Griffith JL, Polles A, Griffith ME. Pseudoseizures, families, and unspeakable dilemmas. Psychosomatics. 1998 Mar-Apr;39(2):144-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9584540?tool=bestpractice.com
Administrar terapia em grupo
Administrar terapia comportamental dialética - usando treinamento in vivo, lições de casa e grupos de habilidades para ajudar os pacientes a lidar com mudanças rápidas de emoções e reações problemáticas a estímulos emocionais (principalmente trauma ou comorbidade com transtorno de personalidade borderline)[128]Wagner AW, Rizvi SL, Harned MS. Applications of dialectical behavior therapy to the treatment of complex trauma-related problems: when one case formulation does not fit all. J Trauma Stress. 2007 Aug;20(4):391-400.
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Administrar terapia de intenção paradoxal (incentiva o paciente a enfrentar deliberadamente o comportamento indesejado)
Administrar dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares (principalmente com transtorno do estresse pós-traumático comórbido).
O treinamento de biofeedback pode ser considerado como adjuvante à psicoterapia.[74]Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2018 Sep 1;75(9):1132-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29868890?tool=bestpractice.com
Isso ajuda os pacientes a influenciarem funções corporais involuntárias e automáticas (por exemplo, ondas cerebrais, pressão arterial, frequência cardíaca, tensão muscular, temperatura da pele, atividade das glândulas sudoríparas) e melhor compreender a conexão entre mente e corpo medindo as funções corporais, usando informações sobre como essas funções contribuem para a tensão e o estresse corporal e incorporando treinamento de relaxamento; é pouco provável curar os pacientes dos sintomas de transtorno neurológico funcional se outras modalidades de tratamento não forem usadas em conjunto.
Passo 4: terapia multidisciplinar especializada
Pacientes com sintomas problemáticos apesar dos passos 1-3 (por exemplo, aqueles com apresentações de sintomas complexos e/ou altos níveis de incapacidade) podem se beneficiar de terapia multidisciplinar especializada conduzida em ambiente ambulatorial ou hospitalar. Esta abordagem tem mostrado resultados positivos em estudos em centros únicos.[129]Jacob AE, Kaelin DL, Roach AR, et al. Motor retraining (MoRe) for functional movement disorders: outcomes from a 1-week multidisciplinary rehabilitation program. PM R. 2018 Nov;10(11):1164-72.
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[130]McCormack R, Moriarty J, Mellers JD, et al. Specialist inpatient treatment for severe motor conversion disorder: a retrospective comparative study. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2014 Aug;85(8):895-900.
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[131]Saifee TA, Kassavetis P, Pareés I, et al. Inpatient treatment of functional motor symptoms: a long-term follow-up study. J Neurol. 2012 Sep;259(9):1958-63.
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Transtorno neurológico funcional com ansiedade e depressão comórbidas: modelo de manejo escalonado
Passos 1-4: Manejo habitual associado a farmacoterapia adjuvante
O tratamento segue o mesmo modelo de manejo escalonado acima, mas com a adição de tratamento farmacológico adjuvante direcionado aos sintomas de depressão e ansiedade.[74]Espay AJ, Aybek S, Carson A, et al. Current concepts in diagnosis and treatment of functional neurological disorders. JAMA Neurol. 2018 Sep 1;75(9):1132-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29868890?tool=bestpractice.com
Normalmente, é necessária a entrada de um especialista (por exemplo, de um psicólogo clínico ou psiquiatra de apoio).
As opções de tratamento farmacológico para depressão ou ansiedade comórbida incluem inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), principalmente para transtornos de ansiedade; inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSNs), principalmente para síndromes de dor coexistentes; antidepressivos tricíclicos; mirtazapina; ou bupropiona.
Pacientes que não se beneficiam da psicoterapia eclética (inclusive TCC) e da terapia antidepressiva podem ser tratados com outras modalidades de psicoterapia.
Passos 5 e 6: opções adicionais
Se o manejo acima não for efetivo, os antipsicóticos atípicos podem ser tentados. Se as estratégias de potencialização não forem efetivas, pode-se considerar a eletroconvulsoterapia (ECT) ou a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr). As evidências que apoiam o uso de antipsicóticos atípicos, ECT ou EMTr para o transtorno neurológico funcional são limitadas.[134]Prigatano GP, Stonnington CM, Fisher RS. Psychological factors in the genesis and management of nonepileptic seizures: clinical observations. Epilepsy Behav. 2002 Aug;3(4):343-9.
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No entanto, quando transtornos de humor ou ansiedade estão presentes, esses tratamentos podem ser benéficos para tratar a comorbidade clínica.
Transtorno de sintomas somáticos sem ansiedade ou transtorno depressivo comórbidos: modelo de cuidados de manejo escalonados
Passo 1: comunicação do diagnóstico e educação do paciente
A educação do paciente, incluindo a informação cuidadosa do diagnóstico, é o primeiro passo do tratamento. Antes de se fazer um diagnóstico de transtorno de sintomas somáticos, explore cuidadosamente o que o paciente acha que está errado e adapte a explicação de acordo.[145]Page LA, Wessely S. Medically unexplained symptoms: exacerbating factors in the doctor-patient encounter. J R Soc Med. 2003 May;96(5):223-7.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/014107680309600505
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12724431?tool=bestpractice.com
Uma abordagem para dar o diagnóstico é explicar que não há evidência de uma doença grave ou com risco de vida, e enfatizar que esta é uma notícia positiva. A explicação pode incluir: "Você tem uma condição comum, mas ainda não totalmente compreendida, que sabemos que causa o grupo de sintomas que você está enfrentando".
O manejo inicial geralmente ocorre na atenção primária, com consultas regulares de acompanhamento agendadas (por exemplo, a cada 4-8 semanas) independentemente dos sintomas.[146]Gordon-Elliott JS, Muskin PR. An approach to the patient with multiple physical symptoms or chronic disease. Med Clin North Am. 2010 Nov;94(6):1207-16, xi.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20951278?tool=bestpractice.com
As evidências sobre o tratamento são limitadas, mas uma abordagem prática para o manejo inicial na atenção primária com base no parecer de especialistas e em vários artigos de revisão inclui:[97]van der Feltz-Cornelis CM, Hoedeman R, Keuter EJ, et al. Presentation of the multidisciplinary guideline Medically Unexplained Physical Symptoms (MUPS) and Somatoform Disorder in the Netherlands: disease management according to risk profiles. J Psychosom Res. 2012 Feb;72(2):168-9.
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[145]Page LA, Wessely S. Medically unexplained symptoms: exacerbating factors in the doctor-patient encounter. J R Soc Med. 2003 May;96(5):223-7.
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[146]Gordon-Elliott JS, Muskin PR. An approach to the patient with multiple physical symptoms or chronic disease. Med Clin North Am. 2010 Nov;94(6):1207-16, xi.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25134874?tool=bestpractice.com
Exploração dos sintomas, incluindo pensamentos e emoções do paciente em resposta a eles, incluindo impacto sobre a funcionalidade
Realizar exames físicos breves em cada visita, concentrando-se nas áreas de desconforto
Estabelecer uma aliança terapêutica, reconhecendo que os sintomas do paciente são reais
Limitar exames e encaminhamentos, a menos que os sintomas mudem
Comunicação com os especialistas que tratam o paciente
Descontinuação gradual de medicamentos desnecessários
Psicoeducação (por exemplo, explicando que o corpo pode gerar sintomas na ausência de doença)
Metas realistas e incrementais mutuamente acordadas para a melhora da funcionalidade.
Se nenhuma causa clínica dos sintomas tiver sido identificada, observe que não é possível descartar completamente a presença de uma afecção clínica subjacente através de resultados de investigação negativos, embora a probabilidade de resultados falsamente tranquilizadores seja baixa. Ao reconhecer essa incerteza para os pacientes, os médicos podem evitar oferecer uma tranquilização fácil, a qual pode exacerbar medos. Aconselhe os pacientes a relatarem qualquer alteração, agravamento ou novos sintomas, pois eles podem justificar uma reavaliação.[148]den Boeft M, Claassen-van Dessel N, van der Wouden JC. How should we manage adults with persistent unexplained physical symptoms? BMJ. 2017 Feb 8;356:j268.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28179237?tool=bestpractice.com
Passo 2: terapia psicológica
A terapia psicológica pode ser benéfica como o próximo passo. A discussão com um psiquiatra também pode ser útil para cobrir uma revisão do manejo inicial, para garantir que tenha sido apropriado, e a verificação do diagnóstico. É importante explicar isso com sensibilidade, pois os pacientes podem considerar o envolvimento de psiquiatras como evidência de que seus sintomas estão "somente na cabeça deles".
Na prática, a terapia psicológica pode incluir psicoterapia eclética (incluindo TCC, atenção plena e/ou psicoterapia dinâmica de curta duração).[112]van Dessel N, den Boeft M, van der Wouden JC, et al. Non-pharmacological interventions for somatoform disorders and medically unexplained physical symptoms (MUPS) in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 1;(11):CD011142.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011142.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25362239?tool=bestpractice.com
[118]Abbass A, Kisely S, Kroenke K. Short-term psychodynamic psychotherapy for somatic disorders: systematic review and meta-analysis of clinical trials. Psychother Psychosom. 2009;78(5):265-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19602915?tool=bestpractice.com
[149]Smith GR Jr, Monson RA, Ray DC. Psychiatric consultation in somatization disorder: a randomized controlled study. N Engl J Med. 1986 May 29;314(22):1407-13.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3084975?tool=bestpractice.com
[150]Hoedeman R, Blankenstein AH, van der Feltz-Cornelis CM, et al. Consultation letters for medically unexplained physical symptoms in primary care. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Dec 8;(12):CD006524.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD006524.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21154369?tool=bestpractice.com
A TCC neste grupo envolve:
Reduzir a estimulação fisiológica por meio de técnicas de relaxamento
Aprimorar a regulação da atividade por meio do aumento de exercícios e de atividades prazerosas e significativas
Atividades de ritmo
Aumentar a conscientização de emoções
Modificar crenças disfuncionais
Aprimorar a comunicação de pensamentos e emoções
Reduzir o reforço do cônjuge ao comportamento da doença.
Pacientes tratados com psicoterapia eclética (inclusive TCC) também podem se beneficiar dos seguintes tratamentos adjuvantes:
Exercícios físicos graduais: os pacientes são suavemente apresentados aos exercícios, aumentando-se apenas gradualmente o nível de esforço físico diário; o objetivo é começar com períodos bem curtos de exercícios, como caminhada ou natação, até o máximo ponto tolerável, e a cada semana tentar aumentar a quantidade de exercícios visando a aumentar a tolerância e a capacidade para o exercício.[151]Henningsen P. Management of somatic symptom disorder. Dialogues Clin Neurosci. 2018 Mar;20(1):23-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29946208?tool=bestpractice.com
[152]Henningsen P, Zipfel S, Herzog W. Management of functional somatic syndromes. Lancet. 2007 Mar 17;369(9565):946-55.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17368156?tool=bestpractice.com
A justificativa para oferecer exercícios graduados se baseia em seu uso em outras afecções com sintomas sobrepostos, como a encefalomielite miálgica/síndrome da fadiga crônica (EM/SFC); observe que houve sérias preocupações quanto ao potencial para danos iatrogênicos com exercícios físicos graduais na EM/SFC, e seu uso não é mais recomendado na EM/SFC pelo National Institute for Health and Care Excellence (NICE) no Reino Unido por esse motivo.[153]National Institute for Health and Care Excellence. Myalgic encephalomyelitis (or encephalopathy)/chronic fatigue syndrome: diagnosis and management. Oct 2021 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng206
É importante reconhecer que este é um tema de discussão polarizada; a atual base de evidências sobre a possibilidade de danos iatrogênicos com os exercícios físicos graduados é dificultada por deficiências metodológicas, e há uma falta de consenso generalizado entre os especialistas sobre o equilíbrio entre os seus riscos e benefícios.
Treinamento em biofeedback: o objetivo é compreender melhor a conexão entre mente e corpo, além de aprender maneiras de uso do treino de relaxamento; potencialmente, qualquer paciente pode se beneficiar, especialmente aqueles com queixas geniturinárias e/ou gastrointestinais, que aprenderão a relaxar esses sistemas de órgãos. A justificativa para considerar o biofeedback é baseada em seu uso em síndromes de dor e outros transtornos mente-corpo.
Passo 3: encaminhamento para um psiquiatra
Para pacientes cujos sintomas não tiverem respondido adequadamente aos passos 1-2, o encaminhamento psiquiátrico é o próximo passo recomendado, com participações regulares contínuas da atenção primária. Para evitar gerar sentimentos de abandono, pode ser útil enfatizar que você continuará a ajudar o paciente, mas que está buscando informações de um colega para melhor ajudá-lo a fazer isso. Há evidências de que mesmo uma única consulta com um psiquiatra pode melhorar os desfechos.[150]Hoedeman R, Blankenstein AH, van der Feltz-Cornelis CM, et al. Consultation letters for medically unexplained physical symptoms in primary care. Cochrane Database Syst Rev. 2010 Dec 8;(12):CD006524.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21154369?tool=bestpractice.com
As evidências sobre o tratamento farmacológico são limitadas, de baixa qualidade e muitas vezes indiretas.[154]Kleinstäuber M, Witthöft M, Steffanowski A, et al. Pharmacological interventions for somatoform disorders in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 7;(11):CD010628.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25379990?tool=bestpractice.com
[155]Sumathipala A. What is the evidence for the efficacy of treatments for somatoform disorders? A critical review of previous intervention studies. Psychosom Med. 2007 Dec;69(9):889-900.
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[156]Kroenke K. Efficacy of treatment for somatoform disorders: a review of randomized controlled trials. Psychosom Med. 2007 Dec;69(9):881-8.
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[157]O'Malley PG, Jackson JL, Santoro J, et al. Antidepressant therapy for unexplained symptoms and symptom syndromes. J Fam Pract. 1999 Dec;48(12):980-90.
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Um especialista pode considerar a possibilidade de oferecer terapia antidepressiva (com antidepressivos tricíclicos, IRSNs, ISRSs, mirtazapina ou bupropiona), principalmente nos casos de síndromes dolorosas ou vômitos cíclicos.[155]Sumathipala A. What is the evidence for the efficacy of treatments for somatoform disorders? A critical review of previous intervention studies. Psychosom Med. 2007 Dec;69(9):889-900.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18040100?tool=bestpractice.com
Mesmo se dor ou vômitos cíclicos não forem os sintomas-alvo primários, há evidências de baixa qualidade de que as terapias farmacológicas sejam efetivas comparadas com placebo no tratamento de sintomas clinicamente inexplicados, sem nenhuma classe de antidepressivo ou suplemento natural sendo superior à outra; portanto, os benefícios precisam ser ponderados em relação aos seus efeitos adversos.[154]Kleinstäuber M, Witthöft M, Steffanowski A, et al. Pharmacological interventions for somatoform disorders in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 7;(11):CD010628.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010628.pub2/full
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Passo 4: psicoterapia adicional
Pacientes que não respondam às terapias iniciais (psicoterapia eclética e/ou farmacoterapia) podem se beneficiar de outra modalidade de psicoterapia, inclusive psicoterapia psicodinâmica; terapia familiar (reconhecendo dilemas inexprimíveis e interrompendo o reforço do cônjuge a comportamentos da doença); terapia em grupo; terapia comportamental dialética (principalmente comorbidade com trauma ou transtorno de personalidade borderline); terapia de intenção paradoxal (incentiva o paciente a enfrentar deliberadamente o comportamento indesejado); e dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares (principalmente com transtorno do estresse pós-traumático comórbido).[127]Griffith JL, Polles A, Griffith ME. Pseudoseizures, families, and unspeakable dilemmas. Psychosomatics. 1998 Mar-Apr;39(2):144-53.
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[128]Wagner AW, Rizvi SL, Harned MS. Applications of dialectical behavior therapy to the treatment of complex trauma-related problems: when one case formulation does not fit all. J Trauma Stress. 2007 Aug;20(4):391-400.
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Transtorno de sintomas somáticos com transtorno depressivo ou de ansiedade comórbidos: modelo de manejo escalonado
Passos 1-4: Manejo habitual associado a farmacoterapia adjuvante
O tratamento segue o mesmo modelo de manejo escalonado acima, mas com a adição de tratamento farmacológico adjuvante direcionado aos sintomas de depressão e ansiedade. Normalmente, é necessária a opinião de um especialista (por exemplo, de um psiquiatra consultor).[148]den Boeft M, Claassen-van Dessel N, van der Wouden JC. How should we manage adults with persistent unexplained physical symptoms? BMJ. 2017 Feb 8;356:j268.
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As opções de tratamento farmacológico para depressão ou ansiedade comórbida incluem ISRSs (principalmente para transtornos de ansiedade); IRSNs (principalmente com dor predominante); antidepressivos tricíclicos; mirtazapina; ou bupropiona.
Passo 5: antipsicótico atípico
Um medicamento antipsicótico atípico pode ser oferecido por um especialista aos pacientes que não responderem a psicoterapia adicional. Quando transtornos do humor ou de ansiedade estiverem presentes, esses medicamentos podem oferecer benefício para tratar a condição comórbida. Consulte um especialista para obter orientação sobre a dose e a escolha da medicação.