Neutropenia febril
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
alto risco de complicação ou morte: apresentação inicial
antibioticoterapia empírica em pacientes hospitalizados
A maioria das autoridades e diretrizes publicadas recomenda a administração da primeira dose de antibiótico empírico até 60 minutos após a apresentação, e assim que possível para pacientes neutropênicos com febre, independente do estado de risco e do local pretendido de cuidados (paciente hospitalizado ou ambulatorial).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com [45]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Antimicrobial prophylaxis for adult patients with cancer-related immunosuppression: ASCO and IDSA clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Oct;36(30):3043-54. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.18.00374 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30179565?tool=bestpractice.com [58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com Isso permite que uma avaliação inicial (história, exame físico, investigações laboratoriais [incluindo coleta de hemocultura]) e uma avaliação de risco sejam realizadas, sem atraso indevido na terapia.
Várias ferramentas de avaliação de risco validadas (por exemplo, sistema Talcott; escore da Multinational Association of Supportive Care in Cancer [MASCC]; e escore do Índice Clínico de Neutropenia Febril Estável [CISNE]) estão disponíveis para ajudar a estratificar o risco de pacientes que apresentam neutropenia febril. Consulte a seção Critérios. Embora essas ferramentas possam ajudar a informar decisões sobre o local ideal de atendimento para um paciente específico (ou seja, paciente hospitalizado ou ambulatorial), elas não substituem a tomada de decisões clínicas.
Normalmente, os pacientes são tratados com base em seu alto ou baixo risco de complicações ou morte. Os pacientes de alto risco incluem aqueles que tiverem qualquer um dos seguintes fatores: grupos I a III do sistema de Talcott, ou escore de risco da MASCC <21, ou CISNE ≥3; paciente hospitalizado no momento do início da febre; comorbidades significativas ou clinicamente instável; transplante alogênico de células hematopoéticas; neutropenia grave prolongada prevista (contagem absoluta de neutrófilos [ANC] ≤100 células/microlitro e duração ≥7 dias); insuficiência hepática ou renal; câncer não controlado ou progressivo; pneumonia ou outra infecção complexa; uso de certos tratamentos imunes e/ou direcionados (por exemplo, inibidores de fosfatidilinositol-3 quinase [PI3K]); mucosite grave (grau 3 a 4).[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Os pacientes de alto risco devem ser tratados com antibióticos empíricos de amplo espectro e hospitalizados para tratamento adicional.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A escolha do esquema de antibioticoterapia deve basear-se na cobertura dos patógenos mais prováveis e nos padrões locais de suscetibilidade (de acordo com os algoritmos da instituição de cuidados de saúde local e diretrizes), bem como fatores específicos para cada paciente (por exemplo, história prévia de infecção resistente a antibióticos e história de alergia).
A monoterapia com antibiótico empírico com um betalactâmico (por exemplo, cefepima, piperacilina/tazobactam, imipeném/cilastatina ou meropeném) normalmente é recomendada para pacientes hospitalizados com neutropenia febril.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com [59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 Uma revisão Cochrane relatou um risco mais baixo de mortalidade, eventos adversos e superinfecções fúngicas nos pacientes com neutropenia febril tratados com monoterapia com betalactâmicos, em comparação com betalactâmicos associados a um aminoglicosídeo.[65]Paul M, Dickstein Y, Schlesinger A, et al. Beta-lactam versus beta-lactam-aminoglycoside combination therapy in cancer patients with neutropenia. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jun 29;(6):CD003038. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003038.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23813455?tool=bestpractice.com
A monoterapia com ceftazidima não é mais uma opção adequada para monoterapia empírica em muitas instituições, devido a sua atividade Gram-positiva limitada e a crescente taxa de resistência entre bactérias Gram-negativas.
Em situações em que há probabilidade de influência de bactérias anaeróbias, seria adequado o uso da monoterapia com piperacilina/tazobactam como opção de primeira linha, ou combinação de metronidazol com cefepima, ou o uso de um carbapeném (meropeném ou imipeném/cilastatina).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com
A monoterapia com piperacilina/tazobactam é uma opção razoável em locais em que a resistência (por exemplo, organismos produtores de beta-lactamase de espectro estendido [BLEE]) não é prevalente, com base nas suscetibilidades bacterianas institucionais locais.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 A piperacilina/tazobactam demonstrou não inferioridade à cefepima e à ceftazidima em ensaios clínicos randomizados.[66]Harter C, Schulze B, Goldschmidt H, et al. Piperacillin/tazobactam vs ceftazidime in the treatment of neutropenic fever in patients with acute leukemia or following autologous peripheral blood stem cell transplantation: a prospective randomized trial. Bone Marrow Transplant. 2006 Feb;37(4):373-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16400334?tool=bestpractice.com [67]Bow EJ, Rotstein C, Noskin GA, et al. A randomized, open-label, multicenter comparative study of the efficacy and safety of piperacillin-tazobactam and cefepime for the empirical treatment of febrile neutropenic episodes in patients with hematologic malignancies. Clin Infect Dis. 2006 Aug 15;43(4):447-59. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16838234?tool=bestpractice.com [68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24733807?tool=bestpractice.com Verificou-se que a infusão prolongada de piperacilina/tazobactam está associada a desfechos de tratamento superiores em comparação com a infusão em bolus em pacientes de alto risco.[69]Ram R, Halavy Y, Amit O, et al. Extended vs bolus infusion of broad-spectrum β-lactams for febrile neutropenia: an unblinded, randomized trial. Clin Infect Dis. 2018 Sep 28;67(8):1153-60. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29608680?tool=bestpractice.com
Pode-se considerar a terapia combinada de um antibiótico betalactâmico com um aminoglicosídeo (por exemplo, tobramicina) se houver suspeita de resistência antibiótica, com descontinuação precoce do aminoglicosídeo se as culturas não revelarem evidências de organismo resistente.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A combinação de um betalactâmico com um aminoglicosídeo (tobramicina ou amicacina, mas não gentamicina) pode ser preferível nos pacientes com sepse por Pseudomonas aeruginosa, enquanto se aguardam os dados de suscetibilidade, dada a natureza frequentemente multirresistente desse organismo.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com [70]Clinical and Laboratory Standards Institute. AST news update June 2023: new! CLSI M100-Ed33: updated aminoglycoside breakpoints for enterobacterales and Pseudomonas aeruginosa. Jun 2023 [internet publication]. https://clsi.org/about/blog/ast-news-update-june-2023-new-clsi-m100-ed33-updated-aminoglycoside-breakpoints-for-enterobacterales-and-pseudomonas-aeruginosa
Em instituições com grande prevalência de bacilos Gram-negativos resistentes a múltiplos medicamentos, a combinação de piperacilina/tazobactam com tigeciclina pode ser uma opção. Um ensaio clínico randomizado constatou que essa combinação é segura, bem tolerada e mais eficaz (medida pela resolução da febre sem alterações nos antibióticos) que a monoterapia com piperacilina/tazobactam em pacientes neutropênicos febris com neoplasias hematológicas de alto risco.[68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24733807?tool=bestpractice.com A mortalidade foi similar para terapia combinada e monoterapia.[68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24733807?tool=bestpractice.com
A antibioticoterapia empírica normalmente é mantida até a recuperação de neutrófilos (isto é, ANC ≥500 células/microlitro e acima).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Após iniciar os antibióticos empíricos, o tempo mediano de resposta clínica é de 5-7 dias.
Os antibióticos não devem ser alterados empiricamente diante de febre persistente nos primeiros 3-5 dias, desde que o paciente esteja clinicamente estável.[80]Elting LS, Rubenstein EB, Rolston K, et al. Time to clinical response: an outcome of antibiotic therapy of febrile neutropenia with implications for quality and cost of care. J Clin Oncol. 2000 Nov 1;18(21):3699-706. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11054443?tool=bestpractice.com
Para pacientes clinicamente estáveis com neutropenia persistente que apresentam defervescência (isto é, afebris por pelo menos 48 horas) tratados com antibióticos parenterais empíricos de amplo espectro, com hemocultura negativa e fonte de infecção não identificada, a redução (por exemplo, para profilaxia oral com fluoroquinolona) ou descontinuação do antibiótico pode ser considerada se o uso de profilaxia com antibiótico não for o protocolo padrão.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
As evidências que dão suporte à descontinuação precoce da antibioticoterapia em pacientes com neutropenia febril estão aumentando, inclusive em pacientes de alto risco.[81]Le Clech L, Talarmin JP, Couturier MA, et al. Early discontinuation of empirical antibacterial therapy in febrile neutropenia: the ANTIBIOSTOP study. Infect Dis (Lond). 2018 Jul;50(7):539-49. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29451055?tool=bestpractice.com [82]Van de Wyngaert Z, Berthon C, Debarri H, et al. Discontinuation of antimicrobial therapy in adult neutropenic haematology patients: a prospective cohort. Int J Antimicrob Agents. 2019 Jun;53(6):781-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30831232?tool=bestpractice.com [83]Verlinden A, Jansens H, Goossens H, et al. Safety and efficacy of antibiotic de-escalation and discontinuation in high-risk hematological patients with febrile neutropenia: a single-center experience. Open Forum Infect Dis. 2022 Mar;9(3):ofab624. https://academic.oup.com/ofid/article/9/3/ofab624/6481743 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35146042?tool=bestpractice.com [84]Averbuch D, Orasch C, Cordonnier C, et al. European guidelines for empirical antibacterial therapy for febrile neutropenic patients in the era of growing resistance: summary of the 2011 4th European Conference on Infections in Leukemia. Haematologica. 2013 Dec;98(12):1826-35. https://haematologica.org/article/view/6857 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24323983?tool=bestpractice.com [85]Aguilar-Guisado M, Espigado I, Martín-Peña A, et al. Optimisation of empirical antimicrobial therapy in patients with haematological malignancies and febrile neutropenia (How Long study): an open-label, randomised, controlled phase 4 trial. Lancet Haematol. 2017 Dec;4(12):e573-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29153975?tool=bestpractice.com [86]Stern A, Carrara E, Bitterman R, et al. Early discontinuation of antibiotics for febrile neutropenia versus continuation until neutropenia resolution in people with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Jan 3;(1):CD012184. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD012184.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605229?tool=bestpractice.com [87]de Jonge NA, Sikkens JJ, Zweegman S, et al. Short versus extended treatment with a carbapenem in patients with high-risk fever of unknown origin during neutropenia: a non-inferiority, open-label, multicentre, randomised trial. Lancet Haematol. 2022 Aug;9(8):e563-72. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35691326?tool=bestpractice.com
Para pacientes com infecção documentada, a duração e a redução da antibioticoterapia dependem da recuperação de neutrófilos, da velocidade de defervescência, do patógeno específico, do local da infecção e da doença subjacente.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 A duração do tratamento é normalmente de 5 a 14 dias para infecções bacterianas da pele/tecidos moles e pulmões, e de 7 a 14 dias para infecções bacterianas dos seios da face e a maioria das infecções bacterianas da corrente sanguínea.
A remoção do cateter é recomendada no contexto de infecção da corrente sanguínea por Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Corynebacterium jeikeium, espécies de Candida, Acinetobacter, Stenotrophomonas maltophilia, organismos Bacillus, fungos, micobactérias não tuberculosas, Enterococcus resistente à vancomicina (ERV) ou outros organismos multirresistentes.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Os cateteres também devem ser removidos em pacientes com sepse e suspeita de fonte no acesso; naqueles com bacteremia persistente apesar da antibioticoterapia eficaz; e naqueles com infecção no túnel ou via de acesso.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Pacientes com febre persistente, apesar da recuperação dos neutrófilos, podem continuar a terapia empírica e obter uma avaliação diagnóstica adicional.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
Opções primárias
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
piperacilina/tazobactam: 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 4 g de piperacilina associada a 0.5 g de tazobactam. Dose de infusão prolongada pode ser usada em algumas instituições; consulte os protocolos locais.
ou
imipeném/cilastatina: 500 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
e
metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa inicialmente como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4 g/dia
Opções secundárias
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
piperacilina/tazobactam: 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 4 g de piperacilina associada a 0.5 g de tazobactam. Dose de infusão prolongada pode ser usada em algumas instituições; consulte os protocolos locais.
ou
imipeném/cilastatina: 500 mg por via intravenosa a cada 6 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
--E--
tobramicina: 5-7 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
Mais tobramicinaMonitore o nível de tobramicina sérica e a função renal.
ou
amicacina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
Mais amicacinaMonitore o nível de amicacina sérica e a função renal.
ou
piperacilina/tazobactam: 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 4 g de piperacilina associada a 0.5 g de tazobactam. Dose de infusão prolongada pode ser usada em algumas instituições; consulte os protocolos locais.
e
tigeciclina: 100 mg por via intravenosa inicialmente como uma dose de ataque, seguidos por 50 mg a cada 12 horas
cobertura empírica Gram-positiva de espectro estendido
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de vancomicina empírica (ou de outros agentes Gram-positivos estendidos, por exemplo, linezolida, tedizolida ou daptomicina) não costuma ser recomendado para os pacientes com neutropenia febril, mas pode ser considerado em situações específicas em que o risco de infecção Gram-positiva grave (por exemplo, MRSA) é alto, incluindo suspeita de infecção relacionada com cateter, infecção de pele/de tecidos moles, pneumonia ou instabilidade hemodinâmica.[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com [58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com [59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 [71]Beyar-Katz O, Dickstein Y, Borok S, et al. Empirical antibiotics targeting gram-positive bacteria for the treatment of febrile neutropenic patients with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jun 3;(6):CD003914. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003914.pub4/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28577308?tool=bestpractice.com
A presença de um cateter venoso central isolado em paciente com neutropenia febril não é uma indicação para vancomicina empírica. Além disso, a adição de vancomicina para pacientes com febre persistente apesar da monoterapia empírica com agente de primeira linha não é recomendável.[71]Beyar-Katz O, Dickstein Y, Borok S, et al. Empirical antibiotics targeting gram-positive bacteria for the treatment of febrile neutropenic patients with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jun 3;(6):CD003914. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003914.pub4/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28577308?tool=bestpractice.com [72]Cometta A, Kern WV, De Bock R, et al. Vancomycin versus placebo for treating persistent fever in patients with neutropenic cancer receiving piperacillin-tazobactam monotherapy. Clin Infect Dis. 2003 Aug 1;37(3):382-9. https://academic.oup.com/cid/article/37/3/382/436264 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12884163?tool=bestpractice.com
O uso criterioso de vancomicina é justificado pela crescente prevalência de organismos Gram-positivos resistentes a antibióticos (por exemplo, enterococcus resistente à vancomicina) e pela potencial nefrotoxicidade associada com esse agente.[73]Tong SY, Davis JS, Eichenberger E, et al. Staphylococcus aureus infections: epidemiology, pathophysiology, clinical manifestations, and management. Clin Microbiol Rev. 2015 Jul;28(3):603-61. https://journals.asm.org/doi/10.1128/CMR.00134-14 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26016486?tool=bestpractice.com [74]Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Recommendations for preventing the spread of vancomycin resistance: recommendations of the Hospital Infection Control Practices Advisory Committee (HICPAC). Am J Infect Control. 1995 Apr;23(2):87-94. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7639408?tool=bestpractice.com
A linezolida, a tedizolida ou a daptomicina podem ser usadas como alternativas nos pacientes intolerantes à vancomicina, e devem ser consideradas para pacientes com sepse e colonização ou infecção prévia conhecidas com Enterococcus resistente à vancomicina.[75]Jaksic B, Martinelli G, Perez-Oteyza J, et al. Efficacy and safety of linezolid compared with vancomycin in a randomized, double-blind study of febrile neutropenic patients with cancer. Clin Infect Dis. 2006 Mar 1;42(5):597-607. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16447103?tool=bestpractice.com
A daptomicina não deve ser utilizada em pacientes com pneumonia, uma vez que é inativada por surfactante pulmonar.
O uso de vancomicina empírica (ou outros antibióticos GRam-positivos) deve ser reavaliado após 2-3 dias de tratamento, e descontinuado se um patógeno Gram-positivo não for identificado na hemocultura.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Opções primárias
vancomicina: 20-35 mg por via intravenosa inicialmente como dose de ataque, seguidos por 15-20 mg/kg a cada 8-12 horas
Mais vancomicinaMonitore o nível de vancomicina sérica e a função renal.
Opções secundárias
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
fosfato de tedizolida: 200 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
daptomicina: 6 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
fator estimulante de colônias
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O uso de fatores estimuladores de colônias (CSFs) para tratar pacientes com neutropenia febril é controverso.
Dados limitados sugerem um benefício em relação ao momento da recuperação de neutrófilos, duração da antibioticoterapia e tempo de hospitalização, mas nenhum benefício em relação à mortalidade geral.[88]Mhaskar R, Clark OA, Lyman G, et al. Colony-stimulating factors for chemotherapy-induced febrile neutropenia. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Oct 30;(10):CD003039. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003039.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25356786?tool=bestpractice.com Assim, geralmente, não se recomenda o uso do fator empírico estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF), disponível como filgrastim ou pegfilgrastim, ou do fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF), disponível como sargramostim, para tratar pacientes com neutropenia febril.[38]Smith TJ, Bohlke K, Lyman GH, et al. Recommendations for the use of WBC growth factors: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2015 Oct 1;33(28):3199-212. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2015.62.3488 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26169616?tool=bestpractice.com
No entanto, pode-se considerar o G-CSF ou o GM-CSF nos pacientes de alto risco com pneumonia, hipotensão, disfunção de múltiplos órgãos (síndrome da sepse), infecção fúngica invasiva ou doença primária não controlada; ou nos pacientes com febre persistente (>10 dias), que apresentarem neutropenia profunda (contagem absoluta de neutrófilos <100 células/microlitro), com idade >65 anos, que encontravam-se hospitalizados no momento do desenvolvimento da febre ou que tiverem tido um episódio prévio de neutropenia febril.[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: hematopoietic growth factors [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 [38]Smith TJ, Bohlke K, Lyman GH, et al. Recommendations for the use of WBC growth factors: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2015 Oct 1;33(28):3199-212. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2015.62.3488 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26169616?tool=bestpractice.com
Nos pacientes que tiverem recebido G-CSF profilático, as diretrizes da National Comprehensive Cancer Network recomendam a continuação do tratamento com G-CSF, a menos que um G-CSF de ação prolongada tenha sido usado na profilaxia.[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: hematopoietic growth factors [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Opções primárias
filgrastim: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
pegfilgrastim: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
sargramostim: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
baixo risco de complicação ou morte: apresentação inicial
antibioticoterapia empírica em pacientes ambulatoriais
A maioria das autoridades e diretrizes publicadas recomenda a administração da primeira dose de antibiótico empírico até 60 minutos após a apresentação, e assim que possível para pacientes neutropênicos com febre, independente do estado de risco e do local pretendido de cuidados (paciente hospitalizado ou ambulatorial).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com [45]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Antimicrobial prophylaxis for adult patients with cancer-related immunosuppression: ASCO and IDSA clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Oct;36(30):3043-54. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.18.00374 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30179565?tool=bestpractice.com [58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com Isso permite que uma avaliação inicial (história, exame físico, investigações laboratoriais [incluindo coleta de hemocultura]) e uma avaliação de risco sejam realizadas, sem atraso indevido na terapia.
Várias ferramentas de avaliação de risco validadas (por exemplo, sistema Talcott; escore da Multinational Association of Supportive Care in Cancer [MASCC]; e escore do Índice Clínico de Neutropenia Febril Estável [CISNE]) estão disponíveis para ajudar a estratificar o risco de pacientes que apresentam neutropenia febril. Consulte a seção Critérios. Embora essas ferramentas possam ajudar a informar decisões sobre o local ideal de atendimento para um paciente específico (ou seja, paciente hospitalizado ou ambulatorial), elas não substituem a tomada de decisões clínicas.
Normalmente, os pacientes são tratados com base em seu alto ou baixo risco de complicações ou morte.
Pacientes de baixo risco incluem aqueles sem fatores de alto risco e a maioria dos seguintes fatores: grupo IV do sistema de Talcott, ou escore da MASCC ≥21; ou escore CISNE 0*; paciente ambulatorial no momento do início da febre; ausência de comorbidades; boa capacidade funcional (capacidade funcional do Eastern Cooperative Oncology Group [ECOG PS] 0-1); neutropenia grave de curta duração prevista (contagem absoluta de neutrófilos [ANC] ≤100 células/microlitro por <7 dias); ausência de insuficiência hepática ou renal.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 [61]Monuszko KA, Albright B, Katherine Montes De Oca M, et al. Evaluation of the clinical index of stable febrile neutropenia risk stratification system for management of febrile neutropenia in gynecologic oncology patients. Gynecol Oncol Rep. 2021 Aug;37:100853. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8414105 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34504931?tool=bestpractice.com
*As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network consideram CISNE <3 como baixo risco na avaliação de risco inicial de pacientes com neutropenia febril.
Os pacientes considerados de baixo risco podem ser submetidos a tratamento ambulatorial.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3 Os pacientes requerem uma avaliação detalhada e observação estrita por ≥4 horas antes de serem considerados para o tratamento ambulatorial.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com Os pacientes com sinais vitais estáveis, resultados laboratoriais não críticos, cuidados sociais adequados e adaptações para terapia doméstica, além da capacidade de seguir e tolerar a antibioticoterapia oral, podem ser adequados para o tratamento ambulatorial.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
Várias metanálises descobriram que o tratamento ambulatorial é uma alternativa segura e eficaz ao tratamento de pacientes hospitalizados para pacientes de baixo risco, sem diferença no fracasso do tratamento ou na taxa de mortalidade.[62]Teuffel O, Ethier MC, Alibhai SM, et al. Outpatient management of cancer patients with febrile neutropenia: a systematic review and meta-analysis. Ann Oncol. 2011 Nov;22(11):2358-65. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)37696-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21363878?tool=bestpractice.com [63]Carstensen M, Sørensen JB. Outpatient management of febrile neutropenia: time to revise the present treatment strategy. J Support Oncol. 2008 May-Jun;6(5):199-208. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18551855?tool=bestpractice.com [64]Rivas-Ruiz R, Villasis-Keever M, Miranda-Novales G, et al. Outpatient treatment for people with cancer who develop a low-risk febrile neutropaenic event. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 19;(3):CD009031. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009031.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30887505?tool=bestpractice.com No entanto, em uma metanálise, ANC <100 células/microlitro foi identificado como potencial preditor de fracasso do tratamento ambulatorial.[63]Carstensen M, Sørensen JB. Outpatient management of febrile neutropenia: time to revise the present treatment strategy. J Support Oncol. 2008 May-Jun;6(5):199-208. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18551855?tool=bestpractice.com
Pacientes de baixo risco elegíveis para o tratamento ambulatorial podem receber terapia oral com uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino) associada a amoxicilina/ácido clavulânico (ou clindamicina se o paciente for alérgico à penicilina) se a profilaxia com fluoroquinolona não tiver sido usada antes do início da febre e desde que o paciente não tenha história de infecção ou colonização com organismo resistente à fluoroquinolona.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com [76]Escalante CP, Weiser MA, Manzullo E, et al. Outcomes of treatment pathways in outpatient treatment of low risk febrile neutropenic cancer patients. Support Care Cancer. 2004 Sep;12(9):657-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15185134?tool=bestpractice.com A monoterapia com uma fluoroquinolona também pode ser considerada nesses pacientes.[77]Kern WV, Marchetti O, Drgona L, et al. Oral antibiotics for fever in low-risk neutropenic patients with cancer: a double-blind, randomized, multicenter trial comparing single daily moxifloxacin with twice daily ciprofloxacin plus amoxicillin/clavulanic acid combination therapy - EORTC infectious diseases group trial XV. J Clin Oncol. 2013 Mar 20;31(9):1149-56. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2012.45.8109 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23358983?tool=bestpractice.com [78]Rolston KV, Frisbee-Hume SE, Patel S, et al. Oral moxifloxacin for outpatient treatment of low-risk, febrile neutropenic patients. Support Care Cancer. 2010 Jan;18(1):89-94. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19387695?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicidas.[79]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10056716 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso das fluoroquinolonas deve ser restrito apenas nas infecções bacterianas graves e com risco à vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Alguns pacientes de baixo risco podem ser tratados com um esquema parenteral ambulatorial, embora não existam ensaios clínicos que respaldem seu uso.
A antibioticoterapia empírica normalmente é mantida até a recuperação de neutrófilos (isto é, ANC ≥500 células/microlitro e acima).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com [60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Após iniciar os antibióticos empíricos, o tempo mediano de resposta clínica é de 5-7 dias.
Os antibióticos não devem ser alterados empiricamente diante de febre persistente nos primeiros 3-5 dias, desde que o paciente esteja clinicamente estável.[80]Elting LS, Rubenstein EB, Rolston K, et al. Time to clinical response: an outcome of antibiotic therapy of febrile neutropenia with implications for quality and cost of care. J Clin Oncol. 2000 Nov 1;18(21):3699-706. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11054443?tool=bestpractice.com
Pacientes com febre persistente, apesar da recuperação dos neutrófilos, podem continuar a terapia empírica e obter uma avaliação diagnóstica adicional.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
A internação hospitalar e o tratamento com paciente hospitalizado devem ser considerados se a febre continuar após 2-3 dias ou se houver evidências de infecção progressiva.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
Opções primárias
amoxicilina/ácido clavulânico: 875 mg por via oral duas vezes ao dia
Mais amoxicilina/ácido clavulânicoA dose se refere ao componente amoxicilina.
ou
clindamicina: 150-450 mg por via oral quatro vezes ao dia
--E--
ciprofloxacino: 500-750 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
levofloxacino: 500-750 mg por via oral uma vez ao dia
ou
ciprofloxacino: 500-750 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
levofloxacino: 500-750 mg por via oral uma vez ao dia
febre persistente além de 3-5 dias de tratamento
avaliação para infecções ocultas + antibióticos iniciais continuados
Pacientes com febre persistente além dos primeiros 3-5 dias de terapia empírica requerem avaliação adicional (por exemplo, exame de imagem e teste microbiológico) para uma possível infecção fúngica oculta, infecção bacteriana com foco obscuro ou organismos resistentes, ou uma infecção viral.
Caso uma avaliação detalhada para infecção não revele nada diante de febre persistente apesar da terapia empírica adequada, deve-se considerar uma causa não infecciosa para a febre (por exemplo, febre medicamentosa, febre tumoral, tromboembolismo).
consideração para tratamento com paciente hospitalizado
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes e baixo risco com febre persistente apesar de 2-3 dias de antibioticoterapia empírica ambulatorial devem ser reavaliados, com forte consideração ao tratamento com paciente hospitalizado.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53. http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
terapia antifúngica empírica ativa contra bolor
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A adição de terapia empírica antifúngica ativa contra bolor deve ser considerada para os pacientes de alto risco com febre persistente apesar de ≥4 dias de antibioticoterapia empírica.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A escolha do antifúngico costuma ser determinada pelas diretrizes institucionais locais, risco de infecção por bolor invasiva, gravidade da doença e risco específico de interação medicamentosa ou toxicidade em um paciente específico.
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