A neutropenia febril é a complicação com risco de vida mais comum da terapia contra o câncer.
Se não tratada nas primeiras 48 horas, a taxa de mortalidade se aproxima de 50%.[56]Bodey GP, Jadeja L, Elting L. Pseudomonas bacteremia. Retrospective analysis of 410 episodes. Arch Intern Med. 1985 Sep;145(9):1621-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3927867?tool=bestpractice.com
É, portanto, uma emergência oncológica. A administração imediata de antibióticos empíricos adequados está associada com a redução acentuada da mortalidade.[12]Kuderer NM, Dale DC, Crawford J, et al. Mortality, morbidity, and cost associated with febrile neutropenia in adult cancer patients. Cancer. 2006 May 15;106(10):2258-66.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16575919?tool=bestpractice.com
Protelar a administração de antibióticos empíricos pode causar desfechos mais desfavoráveis (por exemplo, complicação médica grave, aumento de internações na unidade de terapia intensiva, sepse).[57]Koenig C, Schneider C, Morgan JE, et al. Association of time to antibiotics and clinical outcomes in patients with fever and neutropenia during chemotherapy for cancer: a systematic review. Support Care Cancer. 2020 Mar;28(3):1369-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31264188?tool=bestpractice.com
Embora um diagnóstico microbiológico não seja feito na maioria dos casos (aproximadamente dois terços) de febre neutropênica, é possível suspeitar dos prováveis organismos com base nos seguintes fatores:
Local da infecção
Neoplasia maligna subjacente e comprometimento imunológico associado
Tipo de quimioterapia
Gravidade e duração da neutropenia
Presença de mucosite
Patógenos predominantes na instalação de cuidados com a saúde onde o paciente faz tratamento.
É essencial que os pacientes sejam tratados de acordo com os algoritmos da instituição local de cuidados com a saúde e com as diretrizes desenvolvidas com base em conhecimentos dos padrões locais e regionais de suscetibilidade a antibióticos [antibiogramas]).
O tratamento específico para cada paciente deve basear-se em fatores individuais do paciente, inclusive história prévia de infecção resistente a antibióticos e história de alergia.
Manejo inicial
A maioria das autoridades e diretrizes recomenda a administração da primeira dose de antibiótico empírico até 60 minutos após a apresentação, e assim que possível para pacientes neutropênicos com febre, independente do estado de risco e do local pretendido de cuidados (paciente hospitalizado ou ambulatorial).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93.
https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com
[45]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Antimicrobial prophylaxis for adult patients with cancer-related immunosuppression: ASCO and IDSA clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Oct;36(30):3043-54.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30179565?tool=bestpractice.com
[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
Isso permite que uma avaliação inicial (história, exame físico, investigações laboratoriais [incluindo coleta de hemocultura]) e uma avaliação de risco sejam realizadas, sem atraso indevido na terapia.
Avaliação de risco
Várias ferramentas de avaliação de risco validadas (por exemplo, sistema Talcott; escore da Multinational Association of Supportive Care in Cancer [MASCC]; e escore do Índice Clínico de Neutropenia Febril Estável [CISNE]) estão disponíveis para ajudar a estratificar o risco de pacientes que apresentam neutropenia febril. Consulte a seção Critérios. Embora essas ferramentas possam ajudar a informar decisões sobre o local ideal de atendimento para um paciente específico (ou seja, paciente hospitalizado ou ambulatorial), elas não substituem a tomada de decisões clínicas.
Normalmente, os pacientes são tratados com base em seu alto ou baixo risco de complicações ou morte.
Pacientes de alto risco incluem aqueles que apresentam qualquer um dos seguintes fatores:[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Grupos I a III do sistema de Talcott; escore de risco da MASCC <21; ou CISNE ≥3
Paciente hospitalizado no momento do início da febre
Comorbidades significativas ou clinicamente instável
Transplante alogênico de células hematopoéticas
Neutropenia grave prolongada prevista (contagem absoluta de neutrófilos [ANC] ≤100 células/microlitro e duração ≥7 dias)
Insuficiência hepática ou renal
Câncer não controlado ou progressivo
Pneumonia ou outra infecção complexa
Uso de certos tratamentos imunológicos e/ou direcionados (por exemplo, inibidores de fosfatidilinositol-3 quinase [PI3K])
Mucosite grave (grau 3 a 4).
Pacientes de baixo risco incluem aqueles sem fatores de alto risco e a maioria dos seguintes fatores:[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
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[61]Monuszko KA, Albright B, Katherine Montes De Oca M, et al. Evaluation of the clinical index of stable febrile neutropenia risk stratification system for management of febrile neutropenia in gynecologic oncology patients. Gynecol Oncol Rep. 2021 Aug;37:100853.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8414105
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34504931?tool=bestpractice.com
Grupo IV do sistema de Talcott; escore da MASCC ≥21; ou escore CISNE 0*
Paciente ambulatorial no momento do início da febre
Ausência de comorbidades
Boa capacidade funcional (capacidade funcional do Eastern Cooperative Oncology Group [ECOG PS] 0-1)
Duração curta prevista da neutropenia grave (ANC ≤100 células/microlitro por <7 dias)
Ausência de insuficiência hepática ou renal.
*As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network consideram CISNE <3 como baixo risco na avaliação de risco inicial de pacientes com neutropenia febril.
Tratamento de paciente hospitalizado versus ambulatorial
Os pacientes com neutropenia febril avaliados como de alto risco devem ser internados e submetidos a tratamento com paciente hospitalizado.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
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[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
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Os pacientes considerados de baixo risco podem ser submetidos a tratamento ambulatorial.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
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[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Os pacientes requerem uma avaliação detalhada e observação estrita por ≥4 horas antes de serem considerados para o tratamento ambulatorial, para garantir a estabilidade clínica.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
Os pacientes com sinais vitais estáveis, resultados laboratoriais não críticos, cuidados sociais adequados e adaptações para terapia doméstica, além da capacidade de seguir e tolerar a antibioticoterapia oral, podem ser adequados para o tratamento ambulatorial.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
Várias metanálises descobriram que o tratamento ambulatorial é uma alternativa segura e eficaz ao tratamento de pacientes hospitalizados para pacientes de baixo risco, sem diferença no fracasso do tratamento ou na taxa de mortalidade.[62]Teuffel O, Ethier MC, Alibhai SM, et al. Outpatient management of cancer patients with febrile neutropenia: a systematic review and meta-analysis. Ann Oncol. 2011 Nov;22(11):2358-65.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)37696-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21363878?tool=bestpractice.com
[63]Carstensen M, Sørensen JB. Outpatient management of febrile neutropenia: time to revise the present treatment strategy. J Support Oncol. 2008 May-Jun;6(5):199-208.
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[64]Rivas-Ruiz R, Villasis-Keever M, Miranda-Novales G, et al. Outpatient treatment for people with cancer who develop a low-risk febrile neutropaenic event. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 19;(3):CD009031.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30887505?tool=bestpractice.com
No entanto, em uma metanálise, ANC <100 células/microlitro foi identificado como potencial preditor de fracasso do tratamento ambulatorial.[63]Carstensen M, Sørensen JB. Outpatient management of febrile neutropenia: time to revise the present treatment strategy. J Support Oncol. 2008 May-Jun;6(5):199-208.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18551855?tool=bestpractice.com
Antibióticos empíricos para pacientes de alto risco
Os pacientes de alto risco devem ser tratados com antibióticos empíricos de amplo espectro e hospitalizados para tratamento adicional.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A escolha do esquema de antibioticoterapia deve basear-se na cobertura dos patógenos mais prováveis e nos padrões locais de suscetibilidade (de acordo com os algoritmos da instituição de cuidados de saúde local e diretrizes), bem como fatores específicos para cada paciente (por exemplo, história prévia de infecção resistente a antibióticos e história de alergia).
Monoterapia antibiótica
A monoterapia com antibiótico empírico com um betalactâmico (por exemplo, cefepima, piperacilina/tazobactam, imipeném/cilastatina ou meropeném) normalmente é recomendada para pacientes hospitalizados com neutropenia febril.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Uma revisão Cochrane relatou um risco mais baixo de mortalidade, eventos adversos e superinfecções fúngicas nos pacientes com neutropenia febril tratados com monoterapia com betalactâmicos, em comparação com betalactâmicos associados a um aminoglicosídeo.[65]Paul M, Dickstein Y, Schlesinger A, et al. Beta-lactam versus beta-lactam-aminoglycoside combination therapy in cancer patients with neutropenia. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jun 29;(6):CD003038.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23813455?tool=bestpractice.com
A monoterapia com ceftazidima não é mais uma opção adequada para monoterapia empírica em muitas instituições, devido a sua atividade Gram-positiva limitada e a crescente taxa de resistência entre bactérias Gram-negativas.
Em situações em que há probabilidade de influência de bactérias anaeróbias, seria adequado o uso da monoterapia com piperacilina/tazobactam como opção de primeira linha, ou combinação de metronidazol com cefepima, ou o uso de um carbapeném (meropeném ou imipeném/cilastatina).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93.
https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com
A monoterapia com piperacilina/tazobactam é uma opção razoável em locais em que a resistência (por exemplo, organismos produtores de beta-lactamase de espectro estendido [BLEE]) não é prevalente, com base nas suscetibilidades bacterianas institucionais locais.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A piperacilina/tazobactam demonstrou não inferioridade à cefepima e à ceftazidima em ensaios clínicos randomizados.[66]Harter C, Schulze B, Goldschmidt H, et al. Piperacillin/tazobactam vs ceftazidime in the treatment of neutropenic fever in patients with acute leukemia or following autologous peripheral blood stem cell transplantation: a prospective randomized trial. Bone Marrow Transplant. 2006 Feb;37(4):373-9.
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[67]Bow EJ, Rotstein C, Noskin GA, et al. A randomized, open-label, multicenter comparative study of the efficacy and safety of piperacillin-tazobactam and cefepime for the empirical treatment of febrile neutropenic episodes in patients with hematologic malignancies. Clin Infect Dis. 2006 Aug 15;43(4):447-59.
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[68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24733807?tool=bestpractice.com
Verificou-se que a infusão prolongada de piperacilina/tazobactam está associada a desfechos de tratamento superiores em comparação com a infusão em bolus em pacientes de alto risco.[69]Ram R, Halavy Y, Amit O, et al. Extended vs bolus infusion of broad-spectrum β-lactams for febrile neutropenia: an unblinded, randomized trial. Clin Infect Dis. 2018 Sep 28;67(8):1153-60.
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Antibioticoterapia combinada
Pode-se considerar a terapia combinada de um antibiótico betalactâmico com um aminoglicosídeo (por exemplo, tobramicina) se houver suspeita de resistência antibiótica, com descontinuação precoce do aminoglicosídeo se as culturas não revelarem evidências de organismo resistente.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
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[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
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A combinação de um betalactâmico com um aminoglicosídeo (tobramicina ou amicacina, mas não gentamicina) pode ser preferível nos pacientes com sepse por Pseudomonas aeruginosa, enquanto se aguardam os dados de suscetibilidade, dada a natureza frequentemente multirresistente desse organismo.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
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[70]Clinical and Laboratory Standards Institute. AST news update June 2023: new! CLSI M100-Ed33: updated aminoglycoside breakpoints for enterobacterales and Pseudomonas aeruginosa. Jun 2023 [internet publication].
https://clsi.org/about/blog/ast-news-update-june-2023-new-clsi-m100-ed33-updated-aminoglycoside-breakpoints-for-enterobacterales-and-pseudomonas-aeruginosa
Em instituições com grande prevalência de bacilos Gram-negativos resistentes a múltiplos medicamentos, a combinação de piperacilina/tazobactam com tigeciclina pode ser uma opção. Um ensaio clínico randomizado constatou que essa combinação é segura, bem tolerada e mais eficaz (medida pela resolução da febre sem alterações nos antibióticos) que a monoterapia com piperacilina/tazobactam em pacientes neutropênicos febris com neoplasias hematológicas de alto risco.[68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71.
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A mortalidade foi similar para terapia combinada e monoterapia.[68]Bucaneve G, Micozzi A, Picardi M, et al. Results of a multicenter, controlled, randomized clinical trial evaluating the combination of piperacillin/tazobactam and tigecycline in high-risk hematologic patients with cancer with febrile neutropenia. J Clin Oncol. 2014 May 10;32(14):1463-71.
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Indicações para cobertura empírica Gram-positiva de espectro estendido
O uso de vancomicina empírica (ou outros agentes Gram-positivos estendidos, por exemplo, linezolida, tedizolida ou daptomicina) não costuma ser recomendado para os pacientes com neutropenia febril, mas pode ser considerado em situações específicas em que o risco de infecção Gram-positiva grave (por exemplo, MRSA) é alto, incluindo suspeita de infecção relacionada a cateter, infecção de pele ou de tecidos moles, pneumonia ou instabilidade hemodinâmica.[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com
[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
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[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
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[71]Beyar-Katz O, Dickstein Y, Borok S, et al. Empirical antibiotics targeting gram-positive bacteria for the treatment of febrile neutropenic patients with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jun 3;(6):CD003914.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003914.pub4/full
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A presença de um cateter venoso central, somente, em um paciente com neutropenia febril não é uma indicação para vancomicina empírica. Além disso, a adição de vancomicina para os pacientes com febre persistente apesar da monoterapia empírica com um agente de primeira linha não é recomendável.[71]Beyar-Katz O, Dickstein Y, Borok S, et al. Empirical antibiotics targeting gram-positive bacteria for the treatment of febrile neutropenic patients with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jun 3;(6):CD003914.
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[72]Cometta A, Kern WV, De Bock R, et al. Vancomycin versus placebo for treating persistent fever in patients with neutropenic cancer receiving piperacillin-tazobactam monotherapy. Clin Infect Dis. 2003 Aug 1;37(3):382-9.
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O uso criterioso de vancomicina é justificado pela crescente prevalência de organismos Gram-positivos resistentes a antibióticos (por exemplo, enterococcus resistente à vancomicina) e pela potencial nefrotoxicidade associada com esse agente.[73]Tong SY, Davis JS, Eichenberger E, et al. Staphylococcus aureus infections: epidemiology, pathophysiology, clinical manifestations, and management. Clin Microbiol Rev. 2015 Jul;28(3):603-61.
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[74]Hospital Infection Control Practices Advisory Committee. Recommendations for preventing the spread of vancomycin resistance: recommendations of the Hospital Infection Control Practices Advisory Committee (HICPAC). Am J Infect Control. 1995 Apr;23(2):87-94.
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A linezolida, a tedizolida ou a daptomicina podem ser usadas como alternativas nos pacientes intolerantes à vancomicina, e devem ser consideradas para pacientes com sepse e colonização ou infecção prévia conhecidas com Enterococcus resistente à vancomicina.[75]Jaksic B, Martinelli G, Perez-Oteyza J, et al. Efficacy and safety of linezolid compared with vancomycin in a randomized, double-blind study of febrile neutropenic patients with cancer. Clin Infect Dis. 2006 Mar 1;42(5):597-607.
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A daptomicina não deve ser utilizada em pacientes com pneumonia, uma vez que é inativada por surfactante pulmonar.
O uso de vancomicina empírica (ou outros antibióticos GRam-positivos) deve ser reavaliado após 2-3 dias de tratamento, e descontinuado se um patógeno Gram-positivo não for identificado na hemocultura.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
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Antibióticos empíricos para pacientes de baixo risco
Pacientes de baixo risco elegíveis para o tratamento ambulatorial podem receber terapia oral com uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino) associada a amoxicilina/ácido clavulânico (ou clindamicina se o paciente for alérgico à penicilina) se a profilaxia com fluoroquinolona não tiver sido usada antes do início da febre e desde que o paciente não tenha história de infecção ou colonização com organismo resistente à fluoroquinolona.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
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[76]Escalante CP, Weiser MA, Manzullo E, et al. Outcomes of treatment pathways in outpatient treatment of low risk febrile neutropenic cancer patients. Support Care Cancer. 2004 Sep;12(9):657-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15185134?tool=bestpractice.com
A monoterapia com uma fluoroquinolona também pode ser considerada nesses pacientes.[77]Kern WV, Marchetti O, Drgona L, et al. Oral antibiotics for fever in low-risk neutropenic patients with cancer: a double-blind, randomized, multicenter trial comparing single daily moxifloxacin with twice daily ciprofloxacin plus amoxicillin/clavulanic acid combination therapy - EORTC infectious diseases group trial XV. J Clin Oncol. 2013 Mar 20;31(9):1149-56.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2012.45.8109
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23358983?tool=bestpractice.com
[78]Rolston KV, Frisbee-Hume SE, Patel S, et al. Oral moxifloxacin for outpatient treatment of low-risk, febrile neutropenic patients. Support Care Cancer. 2010 Jan;18(1):89-94.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19387695?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicidas.[79]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10056716
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com
Restrições de prescrição aplicam-se ao uso das fluoroquinolonas, e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso das fluoroquinolonas deve ser restrito apenas nas infecções bacterianas graves e com risco à vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade).
Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Alguns pacientes de baixo risco podem ser tratados com um esquema parenteral ambulatorial, embora não existam ensaios clínicos que respaldem seu uso.
A internação hospitalar e o tratamento com paciente hospitalizado devem ser considerados se a febre continuar após 2-3 dias ou se houver evidências de infecção progressiva.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
Duração do tratamento e redução
A antibioticoterapia empírica (exceto a cobertura Gram-positiva de espectro estendido [veja acima]) normalmente é mantida até a recuperação de neutrófilos (isto é, ANC ≥500 células/microlitro e acima).[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93.
https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Após iniciar os antibióticos empíricos, o tempo mediano de resposta clínica é de 5-7 dias. Os antibióticos não devem ser alterados empiricamente diante de febre persistente nos primeiros 3-5 dias, desde que o paciente esteja clinicamente estável.[80]Elting LS, Rubenstein EB, Rolston K, et al. Time to clinical response: an outcome of antibiotic therapy of febrile neutropenia with implications for quality and cost of care. J Clin Oncol. 2000 Nov 1;18(21):3699-706.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11054443?tool=bestpractice.com
Hemoculturas negativas e fonte de infecção não identificada
Para pacientes clinicamente estáveis com neutropenia persistente que apresentam defervescência (afebris por pelo menos 48 horas) tratados com antibióticos parenterais empíricos de amplo espectro, com hemocultura negativa e fonte de infecção não identificada, a redução (por exemplo, para profilaxia oral com fluoroquinolona) ou descontinuação do antibiótico pode ser considerada se o uso de profilaxia com antibiótico não for o protocolo padrão.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
As evidências que dão suporte à descontinuação precoce da antibioticoterapia em pacientes com neutropenia febril estão aumentando, inclusive em pacientes de alto risco.[81]Le Clech L, Talarmin JP, Couturier MA, et al. Early discontinuation of empirical antibacterial therapy in febrile neutropenia: the ANTIBIOSTOP study. Infect Dis (Lond). 2018 Jul;50(7):539-49.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29451055?tool=bestpractice.com
[82]Van de Wyngaert Z, Berthon C, Debarri H, et al. Discontinuation of antimicrobial therapy in adult neutropenic haematology patients: a prospective cohort. Int J Antimicrob Agents. 2019 Jun;53(6):781-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30831232?tool=bestpractice.com
[83]Verlinden A, Jansens H, Goossens H, et al. Safety and efficacy of antibiotic de-escalation and discontinuation in high-risk hematological patients with febrile neutropenia: a single-center experience. Open Forum Infect Dis. 2022 Mar;9(3):ofab624.
https://academic.oup.com/ofid/article/9/3/ofab624/6481743
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[84]Averbuch D, Orasch C, Cordonnier C, et al. European guidelines for empirical antibacterial therapy for febrile neutropenic patients in the era of growing resistance: summary of the 2011 4th European Conference on Infections in Leukemia. Haematologica. 2013 Dec;98(12):1826-35.
https://haematologica.org/article/view/6857
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24323983?tool=bestpractice.com
[85]Aguilar-Guisado M, Espigado I, Martín-Peña A, et al. Optimisation of empirical antimicrobial therapy in patients with haematological malignancies and febrile neutropenia (How Long study): an open-label, randomised, controlled phase 4 trial. Lancet Haematol. 2017 Dec;4(12):e573-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29153975?tool=bestpractice.com
[86]Stern A, Carrara E, Bitterman R, et al. Early discontinuation of antibiotics for febrile neutropenia versus continuation until neutropenia resolution in people with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Jan 3;(1):CD012184.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30605229?tool=bestpractice.com
[87]de Jonge NA, Sikkens JJ, Zweegman S, et al. Short versus extended treatment with a carbapenem in patients with high-risk fever of unknown origin during neutropenia: a non-inferiority, open-label, multicentre, randomised trial. Lancet Haematol. 2022 Aug;9(8):e563-72.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35691326?tool=bestpractice.com
Pacientes com febre persistente, apesar da recuperação dos neutrófilos, podem continuar a terapia empírica e obter uma avaliação diagnóstica adicional.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
Infecção documentada microbiologicamente
Para pacientes com infecção documentada, a duração e a redução da antibioticoterapia dependem da recuperação de neutrófilos, da velocidade de defervescência, do patógeno específico, do local da infecção e da doença subjacente.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A duração do tratamento é normalmente de 5 a 14 dias para infecções bacterianas da pele/tecidos moles e pulmões, e de 7 a 14 dias para infecções bacterianas dos seios da face e a maioria das infecções bacterianas da corrente sanguínea.
A remoção do cateter é recomendada no contexto de infecção da corrente sanguínea por Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Corynebacterium jeikeium, espécies de Candida, Acinetobacter, Stenotrophomonas maltophilia, organismos Bacillus, fungos, micobactérias não tuberculosas, Enterococcus resistente à vancomicina (ERV) ou outros organismos multirresistentes.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Os cateteres também devem ser removidos em pacientes com sepse e suspeita de fonte no acesso; naqueles com bacteremia persistente apesar da antibioticoterapia eficaz; e naqueles com infecção no túnel ou via de acesso.[58]Klastersky J, de Naurois J, Rolston K, et al. Management of febrile neutropaenia: ESMO Clinical Practice Guidelines. Ann Oncol. 2016 Sep;27(5 suppl):v111-8.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31643-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27664247?tool=bestpractice.com
[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
Febre persistente
Pacientes com febre persistente além dos primeiros 3-5 dias de terapia empírica requerem avaliação adicional (por exemplo, exame de imagem e teste microbiológico) para uma possível infecção fúngica oculta, infecção bacteriana com foco obscuro ou organismos resistentes, ou uma infecção viral. Caso uma avaliação detalhada para infecção não revele nada diante de febre persistente apesar da terapia empírica adequada, deve-se considerar uma causa não infecciosa para a febre (por exemplo, febre medicamentosa, febre tumoral, tromboembolismo).
Pacientes e baixo risco com febre persistente apesar de 2-3 dias de antibioticoterapia empírica ambulatorial devem ser reavaliados, com forte consideração ao tratamento com paciente hospitalizado.[59]Taplitz RA, Kennedy EB, Bow EJ, et al. Outpatient management of fever and neutropenia in adults treated for malignancy: American Society of Clinical Oncology and Infectious Diseases Society of America clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2018 Feb 20;36(14):1443-53.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2017.77.6211
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29461916?tool=bestpractice.com
A adição de terapia empírica antifúngica ativa contra bolor deve ser considerada para os pacientes de alto risco com febre persistente apesar de ≥4 dias de antibioticoterapia empírica.[60]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: prevention and treatment of cancer-related infections [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
A escolha do antifúngico costuma ser determinada pelas diretrizes institucionais locais, risco de infecção por bolor invasiva, gravidade da doença e risco específico de interação medicamentosa ou toxicidade em um paciente específico.
Fatores estimuladores de colônias (CSFs)
O uso de CSFs para tratar pacientes com neutropenia febril é controverso. Dados limitados sugerem um benefício em relação ao momento da recuperação de neutrófilos, duração da antibioticoterapia e tempo de hospitalização, mas nenhum benefício em relação à mortalidade geral.[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: hematopoietic growth factors [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
[88]Mhaskar R, Clark OA, Lyman G, et al. Colony-stimulating factors for chemotherapy-induced febrile neutropenia. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Oct 30;(10):CD003039.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003039.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25356786?tool=bestpractice.com
Assim, geralmente, não se recomenda o uso do fator empírico estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) ou do fator estimulador de colônias de granulócitos e macrófagos (GM-CSF) para tratar pacientes com neutropenia febril.[38]Smith TJ, Bohlke K, Lyman GH, et al. Recommendations for the use of WBC growth factors: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2015 Oct 1;33(28):3199-212.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2015.62.3488
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26169616?tool=bestpractice.com
No entanto, pode-se considerar o G-CSF ou o GM-CSF nos pacientes de alto risco com pneumonia, hipotensão, disfunção de múltiplos órgãos (síndrome da sepse), infecção fúngica invasiva ou doença primária não controlada; ou nos pacientes com febre persistente (>10 dias), que apresentarem neutropenia profunda (ANC <100 células/microlitro), com idade >65 anos, que encontravam-se hospitalizados no momento do desenvolvimento da febre ou que tiverem tido um episódio de neutropenia febril prévio.[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: hematopoietic growth factors [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3
[38]Smith TJ, Bohlke K, Lyman GH, et al. Recommendations for the use of WBC growth factors: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline update. J Clin Oncol. 2015 Oct 1;33(28):3199-212.
http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.2015.62.3488
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26169616?tool=bestpractice.com
Nos pacientes que tiverem recebido G-CSF profilático, as diretrizes da National Comprehensive Cancer Network recomendam a continuação do tratamento com G-CSF, a menos que um G-CSF de ação prolongada tenha sido usado na profilaxia.[37]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: hematopoietic growth factors [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_3