Prevenção primária

A profilaxia com fatores estimuladores de colônias de granulócitos (G-CSFs) reduz a incidência de neutropenia febril em adultos submetidos a quimioterapia para tumores sólidos e linfoma.[33][34][35][36]

O uso profilático de G-CSF é recomendado em pacientes:[23][37][38][39]

  • com alto risco (>20%) para neutropenia febril, ou

  • com risco intermediário (10% a 20%) de neutropenia febril que apresentam ≥1 fator de risco (isto é, >65 anos de idade; quimioterapia prévia; neutropenia persistente; radioterapia prévia; cirurgia recente; comprometimento da medula óssea [por tumor]; disfunção hepática; disfunção renal).

Os G-CSFs não são rotineiramente recomendados nos pacientes com baixo risco (<10%) de neutropenia febril, mas podem ser considerados (com base em critérios clínicos) naqueles que têm dois ou mais fatores de risco (isto é, idade >65 anos; quimioterapia prévia; neutropenia persistente; radioterapia prévia; cirurgia recente; comprometimento da medula óssea [por tumor]; disfunção hepática; disfunção renal).[23][37]​​

Se um paciente tiver desenvolvido neutropenia febril durante um ciclo anterior de quimioterapia e a profilaxia com G-CSF não tiver sido usada, então a profilaxia com G-CSF deve ser considerada para uso nos ciclos subsequentes de quimioterapia.[37][38][39]​ A avaliação do risco de neutropenia febril deve ser realizada após cada ciclo de quimioterapia.

Formulações biossimilares de G-CSF e formulações de ação prolongada (como lipegfilgrastim, eflapegrastim e alfaefbemalenograstim) estão aprovadas em alguns países para a profilaxia da neutropenia febril induzida por quimioterapia. As formulações de ação prolongada podem oferecer benefícios clínicos em comparação com os G-CSFs de ação curta, como o filgrastim.[40][41][42][43]

Uma revisão sistemática concluiu que são necessários mais ensaios clínicos para avaliar os benefícios e malefícios dos CSFs em comparação com antibióticos para a prevenção de infecção em pacientes com câncer de todas as idades recebendo quimioterapia.[44]

Profilaxia antibacteriana

As diretrizes conjuntas da ASCO e da Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomendam profilaxia antibiótica com fluoroquinolona para pacientes com alto risco de neutropenia febril ou neutropenia profunda e prolongada (>7 dias), como pacientes com leucemia mieloide aguda, síndromes mielodisplásicas ou tratamento com transplante de células-tronco hematopoiéticas com regimes de condicionamento mieloablativo.[45]

A profilaxia com fluoroquinolona em pacientes de alto risco requer uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios em longo prazo, levando em consideração as taxas locais e regionais de resistência a fluoroquinolonas e outras consequências do uso profilático de antibióticos de amplo espectro.[46]

Os pacientes que recebem profilaxia devem ser monitorados de perto quanto ao surgimento de organismos resistentes.[1]

A profilaxia com antibióticos não é recomendada rotineiramente para pacientes com tumores sólidos.[45]

Profilaxia antifúngica

A profilaxia usando um azol oral ou uma equinocandina parenteral é recomendada para pacientes com risco de neutropenia profunda e prolongada; por exemplo, aqueles com leucemia mieloide aguda, síndromes mielodisplásicas ou pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoiéticas.[45]

Um antifúngico azólico ativo contra bolor (por exemplo, voriconazol, posaconazol, isavuconazol) é recomendado para profilaxia quando o risco de aspergilose invasiva for >6%, como ocorre em pacientes com leucemia mieloide aguda ou síndromes mielodisplásicas durante o período neutropênico associado com a quimioterapia.[45] Para receptores de transplante autólogo e alogênico de células-tronco hematopoéticas com risco padrão, o uso da profilaxia com fluconazol durante a neutropenia é a abordagem convencional, sendo o uso de profilaxia com azol ativo contra bolor normalmente reservado para pacientes com aumento do risco de infecção por bolor ou história prévia de infecção por bolor (ou seja, profilaxia secundária).[1][45][47]​ O risco de infecção por bolor invasiva é maior nos pacientes com doença do enxerto contra o hospedeiro que exige uso de corticosteroide, após um transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas, e um azol ativo para bolor (por exemplo, posaconazol) deve ser fortemente considerado neste contexto.[45] Os agentes azólicos ativos contra bolor estão associados com efeitos adversos, toxicidade e interação medicamentosa que merecem uma consideração cuidadosa.

A profilaxia com antifúngicos não é recomendada rotineiramente para pacientes com tumores sólidos.[45]

Prevenção secundária

Pacientes com história de neutropenia febril apresentam risco de episódios subsequentes de neutropenia febril.

Se um paciente tiver desenvolvido neutropenia febril durante um ciclo anterior de quimioterapia e a profilaxia com fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) não tiver sido usada, então a profilaxia com G-CSF deve ser considerada para uso com ciclos subsequentes de quimioterapia.​​​[37][38][39]​​ A avaliação do risco de neutropenia febril deve ser realizada após cada ciclo de quimioterapia.

Não há evidência para dar suporte ao uso de antibióticos profiláticos nesses pacientes.

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