Distúrbios da alimentação do lactente
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
anormalidades anatômicas
aconselhamento sobre alimentação + suporte nutricional
Os sintomas geralmente melhoram quando a anormalidade anatômica é corrigida, desde que a função neurológica esteja normal. Esses pacientes podem precisar de suporte nutricional contínuo e monitoramento quanto a complicações pós-operatórias, incluindo novos distúrbios alimentares.
reparo cirúrgico
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O reparo da fenda labial normalmente ocorre por volta dos 3 meses de idade, com o reparo da fenda palatina ocorrendo por volta dos 9 aos 12 meses de idade.
Crianças que apresentam anormalidades na fenda labial/palatina são mais bem tratadas por equipe multidisciplinar que possa aconselhar sobre a melhor prática alimentar pré e pós-reparo.[51]Bessell A, Hooper L, Shaw WC, et al. Feeding interventions for growth and development in infants with cleft lip, cleft palate or cleft lip and palate. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Feb 16;(2):CD003315. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003315.pub3/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21328261?tool=bestpractice.com [65]American Academy of Pediatric Dentistry. Policy on the management of patients with cleft lip/palate and other craniofacial anomalies. In: The reference manual of pediatric dentistry. Chicago, IL: American Academy of Pediatric Dentistry; 2021:539-40. https://www.aapd.org/globalassets/media/policies_guidelines/e_cleftlip.pdf
apoio ao aleitamento materno ± divisão cirúrgica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Dificuldades na amamentação, como retenção do mamilo e alimentação dolorosa, estão associadas à presença de anquiloglossia.[28]Messner AH, Walsh J, Rosenfeld RM, et al. Clinical consensus statement: ankyloglossia in children. Otolaryngol Head Neck Surg. 2020 May;162(5):597-611. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0194599820915457 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32283998?tool=bestpractice.com
O encaminhamento precoce a um serviço de apoio ao aleitamento materno é importante. Quando os sintomas são persistentes, o encaminhamento para frenotomia é indicado.
Quando o diagnóstico de anquiloglossia é confirmado por um profissional de saúde experiente, há evidência de que a frenotomia resulta em melhora nos sintomas, mas o efeito placebo é de difícil quantificação. As orientações sobre a frenotomia variam internacionalmente, havendo países que defendem seu uso e outros que a abandonaram ou não a recomendam.[28]Messner AH, Walsh J, Rosenfeld RM, et al. Clinical consensus statement: ankyloglossia in children. Otolaryngol Head Neck Surg. 2020 May;162(5):597-611. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0194599820915457 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32283998?tool=bestpractice.com [66]National Institute for Health and Care Excellence. Division of ankyloglossia (tongue-tie) for breastfeeding. December 2005 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg149
distúrbios gastrointestinais
orientação parental e tranquilização + avaliação alimentar
Em lactentes com regurgitação leve a moderada e sem outros sintomas, o tratamento não é necessário, e os cuidadores podem ter a garantia de que os sintomas melhorarão com o tempo.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
Os pais devem ser aconselhados a procurar atendimento médico se os vômitos tornarem-se em jato, tiverem coloração de bile ou forem sanguinolentos, se houver novas preocupações, como sofrimento ou baixo crescimento, ou se os vômitos persistirem após o primeiro ano de vida.[36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
O encaminhamento para avaliação da amamentação deve ser considerado em lactentes com regurgitação frequente associada a sofrimento acentuado. Os volumes de alimento devem ser reduzidos em crianças alimentadas com fórmula se forem excessivos em relação ao peso do lactente; uma tentativa com refeições menores e mais frequentes deve ser considerada.[36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
espessantes alimentares ou fórmulas antirrefluxo
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Espessantes alimentares ou fórmulas antirrefluxo (AR) podem ser usados em associação com orientações sobre o posicionamento ereto após a alimentação.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
Nenhuma diferença significativa na eficácia foi encontrada entre tipos diferentes de espessante alimentar (goma de alfarroba, farinha de semente de alfarroba, carmelose sódica [carboximetilcelulose sódica]).[68]Horvath A, Dziechciarz P, Szajewska H. The effect of thickened-feed interventions on gastroesophageal reflux in infants: systematic review and meta-analysis of randomized, controlled trials. Pediatrics. 2008 Dec;122(6):e1268-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19001038?tool=bestpractice.com
Os espessantes alimentares podem ser adicionados à fórmula ou ao leite materno, como tratamento de primeira linha ou em combinação com outros tratamentos.
Os alimentos espessados podem exigir o uso de um bico de mamadeira com furo grande e, quando usados em longo prazo, podem resultar em ganho excessivo de peso.[67]Kwok TC, Ojha S, Dorling J. Feed thickener for infants up to six months of age with gastro-oesophageal reflux. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Dec 5;(12):CD003211. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD003211.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29207214?tool=bestpractice.com [68]Horvath A, Dziechciarz P, Szajewska H. The effect of thickened-feed interventions on gastroesophageal reflux in infants: systematic review and meta-analysis of randomized, controlled trials. Pediatrics. 2008 Dec;122(6):e1268-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19001038?tool=bestpractice.com
As fórmulas AR reduzem a frequência e o volume de vômitos e têm o benefício de fornecer uma ingestão calórica mais adequada às necessidades de um lactente, em comparação a espessantes alimentares. As fórmulas AR também requerem menos esforço de sucção e, portanto, tornam desnecessário o uso de bico de mamadeira com furo grande.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com
alginatos compostos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Uma solução com composto alginato (por exemplo, alginato de sódio/alginato de magnésio) encontra-se disponível para lactentes, a qual espessa os alimentos e age como uma "balsa" para flutuar na superfície do conteúdo estomacal para reduzir o refluxo e proteger a mucosa esofágica.
Um teste terapêutico com duração de 1 a 2 semanas pode ser oferecido em bebês amamentados ou alimentados com mamadeira que continuam a apresentar sintomas apesar de intervenções anteriores. Espessantes alimentares devem ser interrompidos antes da introdução de alginatos, para evitar o espessamento excessivo de conteúdo do estômago.[36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
Consulte a bula do produto para obter orientação quanto à dose.
posição pronada + lateral enquanto acordado
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As posições pronada e lateral esquerda diminuem episódios de refluxo, mas devem ser limitadas aos momentos em que o lactente está acordado e monitorado de perto, para evitar o aumento do risco de síndrome da morte súbita infantil (SMSI), que está associada à posição pronada.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [69]Corvaglia L, Rotatori R, Ferlini M, et al. The effect of body positioning on gastroesophageal reflux in premature infants: evaluation by combined impedance and pH monitoring. J Pediatr. 2007 Dec;151(6):591-6, 596. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18035136?tool=bestpractice.com
Manter uma posição mais ereta após a alimentação pode ser útil em alguns casos, mas não há uma base de evidência forte.
tentativa com fórmula extensivamente hidrolisada
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos lactentes que apresentam regurgitação persistente e pouco ganho de peso, é importante investigar se há outras causas do deficit no crescimento. Os sintomas de alergia à proteína do leite de vaca podem ser indistinguíveis do refluxo gastroesofágico. É razoável fazer um teste de 2 a 4 semanas com uma fórmula extensivamente hidrolisada, a qual deve aliviar os sintomas (geralmente dentro de 2 semanas).[42]Koletzko S, Niggemann B, Arato A, et al. Diagnostic approach and management of cow's-milk protein allergy in infants and children: ESPGHAN GI Committee practical guidelines. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2012 Aug;55(2):221-9. https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2012/08000/Diagnostic_Approach_and_Management_of_Cow_s_Milk.28.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22569527?tool=bestpractice.com Mães lactantes devem excluir todo o leite e laticínios de sua dieta. Geralmente, é necessário o suporte de um nutricionista para identificar as fontes ocultas de proteína do leite de vaca.[42]Koletzko S, Niggemann B, Arato A, et al. Diagnostic approach and management of cow's-milk protein allergy in infants and children: ESPGHAN GI Committee practical guidelines. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2012 Aug;55(2):221-9. https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2012/08000/Diagnostic_Approach_and_Management_of_Cow_s_Milk.28.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22569527?tool=bestpractice.com A recorrência de sintomas após a reintrodução do leite de vaca confirma o diagnóstico.
inibidor da bomba de prótons
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se uma regurgitação evidente estiver associada a deficit de crescimento, sofrimento ou dificuldades alimentares, uma tentativa com inibidor da bomba de prótons com duração de 2 a 4 semanas pode ser considerada para os lactentes em aleitamento materno e alimentados com fórmula. Esses medicamentos não devem ser usados para a regurgitação que ocorre como um sintoma isolado. As evidências de eficácia desses medicamentos são limitadas, principalmente nos lactentes prematuros e nos lactentes com quadros neurológicos incapacitantes.[70]Tighe M, Afzal NA, Bevan A, et al. Pharmacological treatment of children with gastro-oesophageal reflux. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 24;(11):CD008550. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD008550.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25419906?tool=bestpractice.com Nos lactentes com esofagite comprovada por endoscopia, um inibidor da bomba de prótons pode ser útil.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
Opções primárias
omeprazol: 1 mg/kg/dia por via oral administrado em dose única ou 2 doses fracionadas
alimentação por tubo enteral
A alimentação por tubo enteral deve ser considerada para promoção de ganho de peso em lactentes com vômitos e deficit de crescimento quando outras causas tiverem sido excluídas e o tratamento clínico não for bem-sucedido. A alimentação jejunal pode ser usada naqueles com aspiração relacionada a refluxo.[36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
fundoplicatura de Nissen
O manejo cirúrgico da DRGE raramente é necessário, mas pode ser considerado para as crianças cujos sintomas não tiverem apresentado resposta ao tratamento medicamentoso ideal e que apresentam sintomas não tratáveis, complicações da DRGE que causam risco de vida (por exemplo, aspiração) ou doenças crônicas que elevam o risco de complicações relacionadas à DRGE.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1 Os riscos e benefícios da cirurgia devem ser comparados aos da medicação crônica e/ou alimentação jejunal.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com A fundoplicatura de Nissen laparoscópica é o procedimento de primeira escolha.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1 [71]Rothenberg SS. Two decades of experience with laparoscopic Nissen fundoplication in infants and children: a critical evaluation of indications, technique, and results. J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2013 Sep;23(9):791-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23941587?tool=bestpractice.com
modificação alimentar
Uma tentativa com fórmula hipoalergênica (extensivamente hidrolisada) com duração de 2 a 4 semanas, seguida pela reintrodução da proteína do leite de vaca, estabelece o diagnóstico nos lactentes alimentados com fórmula. As mães lactantes devem excluir temporariamente todo o leite e laticínios de sua dieta por 2 a 4 semanas. Geralmente, é necessário o suporte de um nutricionista para identificar as fontes ocultas de proteína do leite de vaca.[42]Koletzko S, Niggemann B, Arato A, et al. Diagnostic approach and management of cow's-milk protein allergy in infants and children: ESPGHAN GI Committee practical guidelines. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2012 Aug;55(2):221-9. https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2012/08000/Diagnostic_Approach_and_Management_of_Cow_s_Milk.28.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22569527?tool=bestpractice.com Caso não seja observada melhora dos sintomas, a tentativa deve ser descontinuada e um diagnóstico alternativo (como DRGE) deve ser considerado.[42]Koletzko S, Niggemann B, Arato A, et al. Diagnostic approach and management of cow's-milk protein allergy in infants and children: ESPGHAN GI Committee practical guidelines. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2012 Aug;55(2):221-9. https://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2012/08000/Diagnostic_Approach_and_Management_of_Cow_s_Milk.28.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22569527?tool=bestpractice.com
As fórmulas à base de proteína de soja não devem ser usadas quando houver suspeita de alergia à proteína do leite de vaca, já que até 10% das crianças com alergia à proteína do leite de vaca serão igualmente sensíveis à soja.[72]Bhatia J, Greer F; American Academy of Pediatrics Committee on Nutrition. Use of soy protein-based formulas in infant feeding. Pediatrics. 2008 May;121(5):1062-8. https://pediatrics.aappublications.org/content/121/5/1062.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18450914?tool=bestpractice.com
tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Se há suspeita de alergia à proteína do leite de vaca, mas os sintomas não melhoram com a dieta modificada, o tratamento para DRGE deve ser considerado.
modificação alimentar
É aconselhável evitar glúten (por exemplo, trigo, centeio, cevada) por toda a vida.
Os pacientes devem ser advertidos de que alguns medicamentos podem conter glúten.
modificação alimentar
A intolerância à lactose pode ser primária (exigindo modificação alimentar por toda a vida) ou secundária (geralmente após gastroenterite viral, requerendo modificação alimentar temporária, até os sintomas remitirem).
O uso em curto prazo de uma fórmula hipoalergênica ou à base de soja com pouca ou nenhuma lactose por 6 a 8 semanas pode ajudar a aliviar os sintomas. As fórmulas à base de soja não devem ser usadas nos bebês abaixo de 6 meses com intolerância à lactose secundária em razão do teor de fitoestrógenos. Contudo, elas podem ser usadas naqueles acima dos 6 meses que não toleram as fórmulas sem lactose.[73]Agostoni C, Axelsson I, Goulet O, et al. Soy protein infant formulae and follow-on formulae: a commentary by the ESPGHAN Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2006 Apr;42(4):352-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16641572?tool=bestpractice.com
Deve-se tentar retomar a alimentação normal depois que os sintomas remitirem completamente.
Os pacientes devem ser advertidos de que alguns medicamentos podem conter lactose.
encaminhamento a especialista
A esofagite eosinofílica é reconhecida em lactentes, embora seja incomum, com uma prevalência que aumenta com a idade. Os tratamentos incluem inibidores da bomba de prótons, corticosteroides tópicos (por exemplo, nebulizados) e dietas de eliminação de alimentos, que devem ser iniciadas sob a supervisão de especialistas pediátricos.[60]Lucendo AJ, Molina-Infante J, Arias Á, et al. Guidelines on eosinophilic esophagitis: evidence-based statements and recommendations for diagnosis and management in children and adults. United European Gastroenterol J. 2017 Apr;5(3):335-58. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5415218 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28507746?tool=bestpractice.com
síndrome do intestino curto
nutrição parenteral total seguida por alimentação enteral
O manejo inicial é com o uso de nutrição parenteral total, seguida por alimentação enteral.
Calorias suplementares podem ser necessárias para manter o crescimento, e alimentos hidrolisados ou elementares podem ser necessários devido à má absorção de nutrientes.[33]Cole CR, Hansen NI, Higgins RD, et al. Very low birth weight preterm infants with surgical short bowel syndrome: incidence, morbidity and mortality, and growth outcomes at 18 to 22 months. Pediatrics. 2008 Sep;122(3):e573-82. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2848527 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18762491?tool=bestpractice.com
comprometimento neurológico
aconselhamento sobre alimentação + suporte nutricional
Crianças gravemente incapacitadas apresentam maior risco de terem distúrbios alimentares e desnutrição.[74]Perenc L, Przysada G, Trzeciak J. Cerebral palsy in children as a risk factor for malnutrition. Ann Nutr Metab. 2015;66(4):224-32. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26111638?tool=bestpractice.com
O tratamento deve ser adequado para o nível de desenvolvimento funcional de um indivíduo, e não em função de sua idade cronológica.[8]Arvedson JC. Assessment of pediatric dysphagia and feeding disorders: clinical and instrumental approaches. Dev Disabil Res Rev. 2008;14(2):118-27. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18646015?tool=bestpractice.com
alimentação nasogástrica ou gastrostomia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Crianças neurologicamente comprometidas podem necessitar de alimentação nasogástrica ou por gastrostomia se tiverem comprometimento da deglutição ou se precisarem de tempo muito prolongado para se alimentar.[63]Puntis JW. Specialist feeding clinics. Arch Dis Child. 1991 Nov;82(5):617-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17804595?tool=bestpractice.com
Embora a alimentação por sonda possa aumentar o peso, o crescimento linear pode permanecer abaixo do ideal se a intervenção nutricional for protelada até a metade da infância.[75]Schwarz SM, Corredor J, Fisher-Medina J, et al. Diagnosis and treatment of feeding disorders in children with developmental difficulties. Pediatrics. 2001 Sep;108(3):671-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11533334?tool=bestpractice.com Isso dá suporte à necessidade de reconhecimento e tratamento precoces desses problemas desde a primeira infância.
espessantes alimentares ou fórmulas antirregurgitantes
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A DRGE é um problema comum entre crianças com transtornos do neurodesenvolvimento e deve ser tratada inicialmente por meio de mudanças no volume e na frequência da alimentação, e da otimização do teor calórico, seguida por adição de espessantes alimentares ou fórmulas antirregurgitantes.
Nenhuma diferença significativa na eficácia foi encontrada entre tipos diferentes de espessante alimentar (goma de alfarroba, farinha de semente de alfarroba, carmelose sódica [carboximetilcelulose sódica]).[68]Horvath A, Dziechciarz P, Szajewska H. The effect of thickened-feed interventions on gastroesophageal reflux in infants: systematic review and meta-analysis of randomized, controlled trials. Pediatrics. 2008 Dec;122(6):e1268-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19001038?tool=bestpractice.com
Os espessantes alimentares podem ser adicionados à fórmula ou ao leite materno, como tratamento de primeira linha ou em combinação com outros tratamentos.
alginatos compostos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Uma solução com composto alginato (por exemplo, alginato de sódio/alginato de magnésio) encontra-se disponível para lactentes, a qual espessa os alimentos e age como uma "balsa" para flutuar na superfície do conteúdo estomacal para reduzir o refluxo e proteger a mucosa esofágica. Consulte a bula do produto para obter orientação quanto à dose.
inibidor da bomba de prótons
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As evidências da eficácia dos inibidores da bomba de prótons em crianças com quadros neurológicos incapacitantes são limitadas.[70]Tighe M, Afzal NA, Bevan A, et al. Pharmacological treatment of children with gastro-oesophageal reflux. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Nov 24;(11):CD008550. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD008550.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25419906?tool=bestpractice.com
No entanto, os lactentes com comprometimento neurológico têm probabilidade de apresentar sintomas da DRGE que persistem além da primeira infância e, portanto, é razoável testar supressores ácidos, especialmente quando há esofagite de refluxo.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
Opções primárias
omeprazol: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; lactentes e crianças <2 anos de idade: 0.7 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 3 mg/kg/dia ou 20 mg/dia
ou
lansoprazol: neonatos: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; lactentes e crianças: 0.5 a 1 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 15 mg/kg/dia (crianças ≤30 kg)
ou
pantoprazol: neonatos, lactentes e crianças: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
fundoplicatura de Nissen
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A fundoplicatura de Nissen pode ser consideradoa para crianças cujos sintomas não apresentaram resposta ao tratamento medicamentoso ideal e que apresentam sintomas não tratáveis, complicações da DRGE que causam risco de vida (por exemplo, aspiração) ou doenças crônicas que elevam o risco de complicações relacionadas à DRGE.[35]Rosen R, Vandenplas Y, Singendonk M, et al. Pediatric gastroesophageal reflux clinical practice guidelines: joint recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition and the European Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2018 Mar;66(3):516-54. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5958910 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29470322?tool=bestpractice.com [36]National Institute for Health and Care Excellence. Gastro-oesophageal reflux disease in children and young people: diagnosis and management. October 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng1
prematuridade
introdução gradual da alimentação enteral
O neonato deve ser estabilizado e transferido para a unidade de terapia intensiva neonatal antes de se iniciar a alimentação. A prematuridade é o principal fator de risco para enterocolite necrosante; assim, a prática habitual é introduzir a alimentação enteral gradualmente. Uma metanálise não mostrou nenhuma diferença nos índices de enterocolite necrosante entre lactentes que receberam alimentação completa precoce e lactentes que receberam alimentação enteral mínima, embora a evidência seja de certeza muito baixa.[76]Walsh V, Brown JVE, Copperthwaite BR, et al. Early full enteral feeding for preterm or low birth weight infants. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Dec 27;(12):CD013542. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013542.pub2/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33368149?tool=bestpractice.com Geralmente, a alimentação ocorre por meio de sonda inicialmente, pois a coordenação de sucção/deglutição/respiração do lactente é imatura.
dextrose a 10%
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
É essencial evitar a hipoglicemia (glicose sanguínea <3.33 mmol/L [<60 mg/dL]). Administre precocemente a fluidoterapia intravenosa (dextrose a 10%, sem eletrólitos adicionais, a 80 mL/kg/dia).
Consulte Cuidados com o neonato prematuro.
distúrbios respiratórios
aconselhamento nutricional + suporte alimentar
Os pacientes precisam da avaliação de uma equipe multidisciplinar e de um plano de tratamento personalizado. Os lactentes com displasia broncopulmonar podem se beneficiar de um suporte para a mandíbula e o queixo, alteração no bico da mamadeira para uma alimentação com fluxo mais lento, aumento da concentração de oxigênio suplementar durante a alimentação e intervalos frequentes e períodos de descanso durante a alimentação.[24]Mizuno K, Nishida Y, Taki M, et al. Infants with bronchopulmonary dysplasia suckle with weak pressures to maintain breathing during feeding. Pediatrics. 2007 Oct;120(4):e1035-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17893188?tool=bestpractice.com
distúrbios cardíacos
aconselhamento nutricional + suporte alimentar
Os pacientes precisam da avaliação de uma equipe multidisciplinar e de um plano de manejo personalizado. Lactentes com cardiopatia congênita podem precisar de alimentação por sonda após a alta hospitalar e do enriquecimento do leite materno e da fórmula.[77]Sables-Baus S, Kaufman J, Cook P, et al. Oral feeding outcomes in neonates with congenital cardiac disease undergoing cardiac surgery. Cardiol Young. 2012 Feb;22(1):42-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21729496?tool=bestpractice.com [78]Natarajan G, Reddy Anne S, Aggarwal S. Enteral feeding of neonates with congenital heart disease. Neonatology. 2010;98(4):330-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20453528?tool=bestpractice.com
problemas comportamentais
aconselhamento nutricional + suporte parental
A tranquilização, a orientação e o treinamento dos cuidadores constituem um papel vital no manejo. No entanto, os profissionais de saúde devem estar cientes do possível efeito prejudicial que um diagnóstico de problemas comportamentais pode ter na interação lactente-cuidador.[3]Rommel N, De Meyer AM, Feenstra L, et al. The complexity of feeding problems in 700 infants and young children presenting to a tertiary care institution. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2003 Jul;37(1):75-84. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12827010?tool=bestpractice.com
A orientação geral inclui promover a amamentação quando possível pelos primeiros 6 meses de vida, controlar quando o alimento está disponível (qualidade dos nutrientes e tamanho da porção), introduzir alimentos saudáveis e perseverar quando eles forem recusados, responder a pistas indicativas de saciedade, evitar superalimentação e incentivar comportamento positivo durante a alimentação.[64]Gidding SS, Dennison BA, Birch LL, et al; American Heart Association. Dietary recommendations for children and adolescents: a guide for practitioners. Pediatrics. 2006 Feb;117(2):544-59. https://pediatrics.aappublications.org/content/117/2/544.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16452380?tool=bestpractice.com
Os cuidadores devem ser orientados sobre como responder às pistas de alimentação de um lactente, minimizar estímulos por distração durante as refeições e desenvolver rotinas estruturadas para a alimentação.[40]Bernard-Bonnin AC. Feeding problems of infants and toddlers. Can Fam Physician. 2006 Oct;52(10):1247-51. https://www.cfp.ca/content/52/10/1247.full.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17279184?tool=bestpractice.com
O tratamento de aversões alimentares concentra-se em reforçar o comportamento desejado oferecendo feedback positivo e minimizando comportamentos aversivos, ignorando-os.[40]Bernard-Bonnin AC. Feeding problems of infants and toddlers. Can Fam Physician. 2006 Oct;52(10):1247-51. https://www.cfp.ca/content/52/10/1247.full.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17279184?tool=bestpractice.com
internação hospitalar
Em casos graves, pode ser necessária a internação para observar interações lactente-cuidador quando se otimiza um tratamento clínico.
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