Epidemiologia
O abuso infantil é um fenômeno mundial e pode afetar crianças de todas as idades; no entanto, a maior incidência ocorre em lactentes e bebês. A definição e a percepção do que constitui abuso infantil variam ao longo do tempo e entre culturas e grupos étnicos diferentes.
As consequências clínicas do abuso infantil físico foram descritas pela primeira vez na literatura médica por Tardieu, em 1860.[7] Caffey em 1946 e Silverman em 1953 descreveram fraturas múltiplas e hematomas subdurais e sugeriram que eles eram causados por trauma intencional, e não por uma doença orgânica, como se acreditava.[8][9] Desde aquela época, ficou aparente que o espectro do abuso infantil abrange uma magnitude de possíveis lesões às crianças.
É difícil obter uma estimativa verdadeira do abuso infantil devido à natureza oculta do problema e à falta de sistemas obrigatórios de denúncia.[2][10] Em 2021, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA relatou 588,229 casos documentados de abuso e negligência infantil em todo o país, ou uma prevalência de 8 vítimas por 1000 crianças. Destas, 76% foram vítimas de negligência, 16% de abuso físico e 10% de abuso sexual. 52% das vítimas eram meninas e 48% eram meninos, sendo que as crianças menores de um ano apresentaram a maior taxa de vitimização, com 25 vítimas por 1000 crianças na população da mesma idade.[11]
Uma revisão de maus-tratos infantis em países de alta renda estimou que 4% a 16% das crianças são abusadas fisicamente, cerca de 10% são negligenciadas ou abusadas emocionalmente, 5% dos meninos e 5% a 10% das meninas são expostas a abuso sexual com penetração, e 30% estão expostas a qualquer forma de abuso sexual. Cerca de 80% dos casos de abuso infantil são cometidos por cuidadores ou pelos pais.[12]
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