Epidemiologia

Prevalência:

  • Estudos em populações diferentes encontraram estimativas de prevalência semelhantes. No Reino Unido, a prevalência do transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) em adultos é estimada em 3% a 4%.[4] Nos EUA, a prevalência foi estimada em 4.4%; no Canadá, em 3% a 6%; e, na França, em 4% a 5%.[5][6][7][8]​​​ Um outro grande estudo estratificou a prevalência de TDAH (em pessoas de 18-44 anos) em países de baixa e alta renda. Com uma média geral de 3.4% (faixa de 1.2% a 7.3%), ele evidenciou uma prevalência menor em países de baixa renda (1.9%) em comparação com países com renda mais alta (4.2%).[9]

  • Em um estudo de registros eletrônicos de saúde, realizado na Califórnia de 2007 a 2016, a prevalência de TDAH em adultos duplicou ao longo de uma década de 0.43% para 0.96%.[10]

  • Embora a prevalência pareça ter aumentado substancialmente nas últimas décadas, as análises de meta-regressão sugerem que essa diferença se deve a diferenças entre os estudos e que, de fato, a prevalência permaneceu estável em todo o mundo desde a década de 1980.[11][12]

  • Há algumas evidências de estudos prospectivos de acompanhamento de amostras comunitárias representativas de que um novo diagnóstico de TDAH pode surgir durante a adolescência ou no início da fase adulta.[13] Esses achados não são universalmente aceitos, devido a preocupações metodológicas, embora seja geralmente aceito que crianças com sintomas abaixo do limiar podem chegar a atender completamente aos critérios de diagnóstico para TDAH quando adolescentes/adultos.[14]

  • Um estudo com estudantes universitários observou que a prevalência de TDAH nessa população é de 4%.[15]

  • Os índices entre adultos foram estimados em, aproximadamente, 2.5% a 2.8% em geral, com índices mais elevados em países de renda alta (3.6%) e média-alta (3.0%) que em países de renda baixa/média-baixa (1.4%).[16][17]

  • Das pessoas diagnosticadas com TDAH quando crianças, apenas 15% retêm o diagnóstico de TDAH completo aos 25 anos de idade, embora uma proporção muito maior (65%) satisfaça os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) para o TDAH em remissão parcial.[18][19]

  • Um estudo populacional alemão constatou que o TDAH persiste em adultos com 60 anos ou mais, com prevalência de 2.8% a 4.2%, dependendo do corte de sintomas, e está associado com o comprometimento funcional considerável e comorbidade de saúde mental nessa faixa etária.[20]

  • Em uma pesquisa realizada em 2014 na Inglaterra, utilizando uma escala de autorrelato, 1 em cada 10 entrevistados adultos foram rastreados como positivos para TDAH (o que significa que precisaram de uma avaliação mais completa). Embora a prevalência real de TDAH seja menor que 1 em 10, esses achados sugerem que as características do TDAH estão disseminadas na população adulta.[21]

  • Estudos observaram que a probabilidade de médicos da unidade básica de saúde diagnosticarem o TDAH em adultos é menor que a de psiquiatras.[15]

Apresentações:

  • De acordo com uma triagem da população por telefone em adultos nos EUA, o TDAH do tipo combinado e do tipo hiperativo-impulsivo são menos comuns em adultos que o TDAH do tipo desatento.[15]

Comorbidade:

  • Cerca de 75% dos adultos com TDAH terão pelo menos mais um transtorno de saúde mental.[2]

  • Frequentemente, os pacientes também apresentam características de outros transtornos do neurodesenvolvimento, inclusive transtorno de espectro autista, dislexia, discalculia e dispraxia. Transtornos de ansiedade, humor (depressão e transtorno bipolar) e o uso de substâncias são os quadros clínicos psiquiátricos concomitantes mais comuns.[10][22][23]

Disparidades de sexo:

  • Em crianças, o TDAH é diagnosticado muito mais comumente em meninos que em meninas, com uma relação de 5:1; na população adulta; embora o diagnóstico permaneça positivamente associado ao sexo masculino, a relação é menos desproporcional.[24] Estudos mais recentes reportam uma razão de homens/mulheres mais próxima de 3:1, talvez como resultado de um melhor diagnóstico em mulheres feito por médicos.[25] Entre adultos, a razão de homens/mulheres é reportada como de aproximadamente 3:2.[6] Uma pesquisa nacional nos EUA sobre a prevalência do transtorno no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (quarta edição) (DSM-IV) identificou que 61.6% dos adultos com TDAH são homens.[6] Meninas com TDAH demonstram mais sintomas do tipo desatento, com um início tardio da deficiência. Também se sugere que meninas com TDAH internalizem seus problemas e, portanto, não sejam diagnosticadas.

Disparidades étnicas:

  • Nos EUA, o TDAH em adultos é mais prevalente em brancos não hispânicos.[6][10]

Diferenças de classe:

  • O TDAH em adultos é mais comum em pessoas previamente casadas e naquelas que estão desempregadas ou incapacitadas.[6]

  • Em geral, os adultos com TDAH têm níveis mais baixos de desempenho acadêmico e perspectivas de carreira menores que aqueles sem TDAH.[1]

Obesidade:

  • Há evidências para uma associação significativa entre a presença de TDAH e obesidade/sobrepeso.[26]

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