Abordagem
O diagnóstico é baseado predominantemente nas manifestações clínicas. Pacientes com suspeita de artrite idiopática juvenil devem ser encaminhados imediatamente a um reumatologista pediátrico para avaliação adicional.
História
Os médicos devem obter as seguintes informações:
Sintomas articulares atuais (por exemplo, dor, edema, rigidez matinal)
Quais articulações são afetadas
Se os sintomas são simétricos ou assimétricos
Presença de anormalidade na marcha
Variação diurna nos sintomas
Presença de febre
Presença de alteração na pele (erupções cutâneas, facilidade para apresentar hematomas)
Qualquer história de úlceras orais
Qualquer história de infecção intercorrente, trauma, perda de peso ou sudorese noturna
Quaisquer sintomas oculares sugestivos de uveíte (embora a uveíte seja frequentemente assintomática em pacientes com artrite idiopática juvenil)
História familiar de artrite idiopática juvenil, psoríase ou autoimunidade.
Exame físico
Observações iniciais podem revelar pirexia, e a inspeção geral pode revelar erupções cutâneas maculares, escamas psoriáticas, púrpura ou hematomas. Alterações nas unhas e/ou dactilite também podem estar evidentes. O exame dos membros afetados pode demonstrar articulações edematosas e/ou sensíveis simétricas ou assimétricas, e a avaliação da marcha pode mostrar claudicação.
Exames laboratoriais
Assim que o diagnóstico clínico é feito, os exames laboratoriais dão suporte à classificação de subtipos. Eles podem orientar o monitoramento e o tratamento e ajudar na determinação do prognóstico. O hemograma completo é normal na maioria dos subtipos, exceto na artrite idiopática juvenil de início sistêmico. A velocidade de hemossedimentação (VHS) e/ou a proteína C-reativa frequentemente são medidas e podem se encontrar elevadas em diferentes níveis dependendo do subtipo de artrite idiopática juvenil. A VHS é um componente do índice de atividade da doença da artrite juvenil, que informa a escolha do tratamento inicial.[46]
O fator antinuclear (FAN) é detectado em 30% a 60% das crianças.[47][48][49] A positividade do FAN é um fator de risco para o desenvolvimento de uveíte, o que significa que esse teste é realizado rotineiramente para o diagnóstico. O fator reumatoide é positivo em cerca de 2% a 7% das crianças com artrite idiopática juvenil (geralmente crianças mais velhas com artrite idiopática juvenil poliarticular).[50]
Um rastreamento para clamídia pode ser indicado para pacientes adolescentes com doença monoarticular.
Exames por imagem
Investigações radiográficas podem ajudar no diagnóstico, mas não são específicas, e os resultados (principalmente de radiografias) podem ser normais durante os estágios iniciais da doença.
A ressonância nuclear magnética (RNM) e a ultrassonografia podem fornecer informações sobre as articulações que são difíceis de examinar (incluindo as articulações do quadril, a temporomandibular, pequenas articulações dos pés etc.).[51] O exame de ultrassonografia das articulações tem demonstrado maior sensibilidade ao avaliar a sinovite quando comparado com o exame clínico. No entanto, são necessários mais estudos para verificar a confiabilidade e a responsividade na avaliação das mudanças da sinovite no acompanhamento.[52] A sinovite subclínica pode ser detectada por ultrassonografia e, assim, esse exame pode ser útil no diagnóstico e durante a evolução da doença.[53][54]
A RNM é útil principalmente na avaliação da atividade da doença em pacientes com doença de longa duração e também pode ser usada para avaliar as respostas ao tratamento.[55] A RNM também é de grande ajuda para descartar outros diagnósticos, como sinovite vilonodular pigmentada ou derrames nas articulações que são difíceis de detectar clinicamente ou por radiografia simples (por exemplo, quadril). Quando a RNM é indicada, deve ser realizada com gadolínio, que demonstra captação de contraste sinovial.
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal