Colecistite aguda
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
leve (grau I): estável, sem sinais de perfuração/gangrena
cuidados de suporte
A doença leve (grau I) é definida como colecistite aguda em paciente saudável sem disfunção orgânica e alterações inflamatórias leves na vesícula biliar; responde ao tratamento clínico inicial.[37]Yokoe M, Hata J, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):41-54. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.515 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29032636?tool=bestpractice.com
Quando houver suspeita de um diagnóstico de colecistite aguda, deve ser iniciado o tratamento clínico, incluindo jejum, fluidoterapia intravenosa, antibióticos e analgesia, juntamente com monitoramento contínuo da pressão arterial, do pulso e do débito urinário, com vista a realizar uma colecistectomia laparoscópica precoce.
O tratamento clínico pode ser suficiente, e a cirurgia urgente pode não ser necessária se o acesso oportuno a profissionais com experiência em laparoscopia for limitado.[51]Brazzelli M, Cruickshank M, Kilonzo M, et al. Clinical effectiveness and cost-effectiveness of cholecystectomy compared with observation/conservative management for preventing recurrent symptoms and complications in adults presenting with uncomplicated symptomatic gallstones or cholecystitis: a systematic review and economic evaluation. Health Technol Assess. 2014 Aug;18(55):1-101. https://www.journalslibrary.nihr.ac.uk/hta/hta18550#/full-report http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25164349?tool=bestpractice.com
antibioticoterapia intravenosa empírica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, dos padrões de suscetibilidade locais. Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
As opções incluem uma penicilina com um inibidor da betalactamase (por exemplo, ampicilina/sulbactam se a taxa de resistência for <20%), uma cefalosporina adequada (por exemplo, ceftriaxona), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném) ou uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino). As fluoroquinolonas são recomendadas apenas se a suscetibilidade das culturas dos isolados for conhecida, ou para os pacientes com alergias a betalactâmicos.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos no sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicida.[78]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10056716 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso de fluoroquinolonas deve ser restrito apenas em infecções bacterianas graves e de risco de vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
O tratamento antibiótico anaeróbico (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os pacientes são observados e tratados com antibióticos, tendo em vista a colecistectomia. No entanto, apenas os cuidados de suporte podem ser suficientes antes de uma colecistectomia eletiva protelada.[79]van Dijk AH, de Reuver PR, Tasma TN, et al. Systematic review of antibiotic treatment for acute calculous cholecystitis. Br J Surg. 2016 Jun;103(7):797-811. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27027851?tool=bestpractice.com
A antibioticoterapia pode ser descontinuada até 24 horas após a colecistectomia na doença de grau I. No entanto, caso sejam observadas perfurações, alterações enfisematosas ou necrose da vesícula biliar durante a colecistectomia, recomenda-se uma duração para a antibioticoterapia de 4 a 7 dias.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com [80]Solomkin JS, Dellinger EP, Bohnen JM, et al. The role of oral antimicrobials for the management of intra-abdominal infections. New Horiz. 1998 May;6(2 suppl):S46-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9654311?tool=bestpractice.com
Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.
Opções primárias
ampicilina/sulbactam: 1.5 a 3 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais ampicilina/sulbactamA dose consiste em 1 g de ampicilina associado a 0.5 g de sulbactam (1.5 g) ou 2 g de ampicilina associados a 1 g de sulbactam (3 g).
ou
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
Opções secundárias
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
ou
levofloxacino: 500-750 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
moxifloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 24 horas
cobertura antibiótica anaeróbica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O tratamento antibiótico anaeróbico (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp. é significativa.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Opções primárias
metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia
Opções secundárias
clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
anti-inflamatório não esteroidal (AINE)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
AINEs, como o diclofenaco ou a indometacina, são recomendados como parte do tratamento clínico, por seus efeitos analgésicos e de inibição da liberação de prostaglandinas pela parede da vesícula biliar.
Opções primárias
diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) duas a três vezes ao dia quando necessário
ou
indometacina: 25-50 mg por via oral duas a três vezes ao dia quando necessário
colecistectomia laparoscópica precoce
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos pacientes com colecistite leve, as diretrizes de Tóquio determinam que o tratamento preferencial é a colecistectomia laparoscópica precoce (realizada em até 72 horas após o início dos sintomas).[36]Okamoto K, Suzuki K, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):55-72. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.516 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29045062?tool=bestpractice.com Ele tem um benefício claro em comparação com a colecistectomia protelada (>6 semanas após a primeira admissão hospitalar) em termos de taxa de complicações, custo, tempo de permanência hospitalar, qualidade de vida e satisfação do paciente.[55]Wu XD, Tian X, Liu MM, et al. Meta-analysis comparing early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Br J Surg. 2015 Oct;102(11):1302-13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26265548?tool=bestpractice.com [58]Lo CM, Liu CL, Fan ST, et al. Prospective randomized study of early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Ann Surg. 1998 Apr;227(4):461-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1191296/pdf/annsurg00014-0013.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9563529?tool=bestpractice.com [59]Lai PS, Kwong KH, Leung KL, et al. Randomized trial of early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Br J Surg. 1998 Jun;85(6):764-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9667702?tool=bestpractice.com [60]Song GM, Bian W, Zeng XT, et al. Laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis: early or delayed? Evidence from a systematic review of discordant meta-analyses. Medicine (Baltimore). 2016 Jun;95(23):e3835. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4907666 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27281088?tool=bestpractice.com [61]Cao AM, Eslick GD, Cox MR. Early laparoscopic cholecystectomy is superior to delayed acute cholecystitis: a meta-analysis of case-control studies. Surg Endosc. 2016 Mar;30(3):1172-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26139487?tool=bestpractice.com [62]Khalid S, Iqbal Z, Bhatti AA. Early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. J Ayub Med Coll Abbottabad. 2017 Oct-Dec;29(4):570-3. http://jamc.ayubmed.edu.pk/index.php/jamc/article/view/3285/1618 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29330979?tool=bestpractice.com
Não há vantagem em retardar a colecistectomia para colecistite aguda, com base nos desfechos.[84]Gutt CN, Encke J, Köninger J, et al. Acute cholecystitis: early versus delayed cholecystectomy, a multicenter randomized trial (ACDC study, NCT00447304). Ann Surg. 2013 Sep;258(3):385-93.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24022431?tool=bestpractice.com
A cirurgia precoce, mesmo quando realizada em pacientes >72 horas após o início dos sintomas, é segura e associada a menos morbidade geral, menores permanência hospitalar e duração da antibioticoterapia, e redução do custo em comparação com a colecistectomia protelada (realizada ≥6 semanas após o início dos sintomas).[37]Yokoe M, Hata J, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):41-54.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.515
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29032636?tool=bestpractice.com
[38]Pisano M, Allievi N, Gurusamy K, et al. 2020 World Society of Emergency Surgery updated guidelines for the diagnosis and treatment of acute calculus cholecystitis. World J Emerg Surg. 2020 Nov 5;15(1):61.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7643471
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33153472?tool=bestpractice.com
[56]Roulin D, Saadi A, Di Mare L, et al. Early versus delayed cholecystectomy for acute cholecystitis, are the 72 hours still the rule? A randomized trial. Ann Surg. 2016 Nov;264(5):717-22.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27741006?tool=bestpractice.com
[57]Lyu Y, Cheng Y, Wang B, et al. Early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis: an up-to-date meta-analysis of randomized controlled trials. Surg Endosc. 2018 Dec;32(12):4728-41.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30167953?tool=bestpractice.com
[ ]
What are the benefits and harms of performing early compared with delayed laparoscopic cholecystectomy in people with acute cholecystitis?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.539/fullMostre-me a resposta
A conversão para o procedimento aberto poderá ser necessária se houver inflamação significativa, dificuldade em delinear a anatomia ou sangramento excessivo.[63]Jones MW, Deppen JG. Open cholecystectomy. StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Apr 24. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK448176 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28846294?tool=bestpractice.com [64]Society for Surgery of the Alimentary Tract. SSAT patient care guidelines. Treatment of gallstone and gallbladder disease. J Gastrointest Surg. 2007 Sep;11(9):1222-4. Não ficou comprovado que a colecistectomia laparoscópica precoce afeta significativamente a taxa de conversão para a colecistectomia aberta.[58]Lo CM, Liu CL, Fan ST, et al. Prospective randomized study of early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Ann Surg. 1998 Apr;227(4):461-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1191296/pdf/annsurg00014-0013.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9563529?tool=bestpractice.com [59]Lai PS, Kwong KH, Leung KL, et al. Randomized trial of early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Br J Surg. 1998 Jun;85(6):764-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9667702?tool=bestpractice.com As taxas de conversão foram analisadas em uma revisão retrospectiva de 493 pacientes com colecistite aguda de 2010 a 2013. Descobriu-se que a classificação de gravidade, de acordo com as diretrizes de Tóquio de 2013, é o fator preditivo mais poderoso para conversão.[65]Bouassida M, Chtourou MF, Charrada H, et al. The severity grading of acute cholecystitis following the Tokyo Guidelines is the most powerful predictive factor for conversion from laparoscopic cholecystectomy to open cholecystectomy. J Visc Surg. 2017 Sep;154(4):239-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28709978?tool=bestpractice.com Sexo masculino, diabetes mellitus e nível de bilirrubina total também foram considerados fatores de risco independentes para a conversão para cirurgia por via aberta.[65]Bouassida M, Chtourou MF, Charrada H, et al. The severity grading of acute cholecystitis following the Tokyo Guidelines is the most powerful predictive factor for conversion from laparoscopic cholecystectomy to open cholecystectomy. J Visc Surg. 2017 Sep;154(4):239-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28709978?tool=bestpractice.com O cirurgião responsável deve ter experiência na realização de colecistectomia laparoscópica, ter acesso à colangiografia intraoperatória, caso seja necessária, e ter um limiar baixo para conversão para cirurgia por via aberta se for preciso.
Pacientes com Child-Turcotte-Pugh de grau A ou cirrose hepática tipo B submetidos a colecistectomia laparoscópica precoce apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência no hospital e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]de Goede B, Klitsie PJ, Hagen SM, et al. Meta-analysis of laparoscopic versus open cholecystectomy for patients with liver cirrhosis and symptomatic cholecystolithiasis. Br J Surg. 2013 Jan;100(2):209-16. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23034741?tool=bestpractice.com
colecistostomia percutânea
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A colecistostomia percutânea é um procedimento minimamente invasivo. Deve ser considerada logo no início para os pacientes que não tiverem obtido sucesso com o tratamento clínico, ou que são candidatos pouco adequados a cirurgia, ou que apresentem fatores que possam prever o desenvolvimento de complicações ou a falha do tratamento conservador (idade >70 anos, diabetes, vesícula biliar distendida, leucócitos persistentemente elevados [>15,000 células/microlitro]).[68]Barak O, Elazary R, Appelbaum L, et al. Conservative treatment for acute cholecystitis: clinical and radiographic predictors of failure. Isr Med Assoc J. 2009 Dec;11(12):739-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20166341?tool=bestpractice.com
Dados retrospectivos sugerem que se pode esperar melhora clínica em 80% dos pacientes com colecistite aguda até 5 dias após a colocação.[69]Byrne MF, Suhocki P, Mitchell RM, et al. Percutaneous cholecystostomy in patients with acute cholecystitis: experience of 45 patients at a US referral center. J Am Coll Surg. 2003 Aug;197(2):206-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12892798?tool=bestpractice.com
As contraindicações incluem a coagulopatia que não pode ser corrigida, ascites maciças que não podem ser drenadas e suspeita de colecistite perfurada gangrenosa.
Uma resposta incompleta ou inadequada nas primeiras 48 horas pode indicar complicações (por exemplo, deslocamento do tubo, necrose da parede da vesícula biliar) ou diagnóstico incorreto.[7]Indar AA, Beckingham IJ. Acute cholecystitis. BMJ. 2002 Sep 21;325(7365):639-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1124163
drenagem transpapilar endoscópica da vesícula biliar ou a drenagem endoscópica da vesícula biliar guiada por ultrassonografia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A drenagem percutânea trans-hepática da vesícula biliar é considerada a alternativa de primeira linha à intervenção cirúrgica nos pacientes de alto risco cirúrgico com colecistite aguda. No entanto, a drenagem endoscópica transpapilar da vesícula biliar ou a drenagem da vesícula biliar guiada por ultrassonografia endoscópica (USE) também pode ser considerada em alguns cenários de recursos.[89]Irani SS, Sharzehi K, Siddiqui UD. AGA clinical practice update on role of EUS-guided gallbladder drainage in acute cholecystitis: commentary. Clin Gastroenterol Hepatol. 2023 May;21(5):1141-7. https://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(23)00145-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36967319?tool=bestpractice.com [90]Mori Y, Itoi T, Baron TH, et al. Tokyo Guidelines 2018: management strategies for gallbladder drainage in patients with acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):87-95. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jhbp.504/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28888080?tool=bestpractice.com [91]Ahmed O, Rogers AC, Bolger JC, et al. Meta-analysis of outcomes of endoscopic ultrasound-guided gallbladder drainage versus percutaneous cholecystostomy for the management of acute cholecystitis. Surg Endosc. 2018 Apr;32(4):1627-35. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29404731?tool=bestpractice.com Revisões sistemáticas e metanálises mais recentes mostraram que a drenagem da vesícula biliar guiada por USE está associada a melhores desfechos clínicos que a colecistostomia percutânea e a drenagem da vesícula biliar endoscópica transpapilar nos pacientes cirúrgicos de alto risco.[89]Irani SS, Sharzehi K, Siddiqui UD. AGA clinical practice update on role of EUS-guided gallbladder drainage in acute cholecystitis: commentary. Clin Gastroenterol Hepatol. 2023 May;21(5):1141-7. https://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(23)00145-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36967319?tool=bestpractice.com [92]Luk SW, Irani S, Krishnamoorthi R, et al. Endoscopic ultrasound-guided gallbladder drainage versus percutaneous cholecystostomy for high risk surgical patients with acute cholecystitis: a systematic review and meta-analysis. Endoscopy. 2019 Aug;51(8):722-32. https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/pdf/10.1055/a-0929-6603.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31238375?tool=bestpractice.com [93]Mohan BP, Khan SR, Trakroo S, et al. Endoscopic ultrasound-guided gallbladder drainage, transpapillary drainage, or percutaneous drainage in high risk acute cholecystitis patients: a systematic review and comparative meta-analysis. Endoscopy. 2020 Feb;52(2):96-106. https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/pdf/10.1055/a-1020-3932.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31645067?tool=bestpractice.com A American Gastroenterological Association sugere o uso da drenagem da vesícula biliar por USE nos pacientes cirúrgicos de alto risco com colecistite aguda, para a remoção de drenos de colecistostomia em pacientes que não são candidatos à colecistectomia ao possibilitar a drenagem interna, e para a drenagem de obstruções biliares malignas em pacientes selecionados.[89]Irani SS, Sharzehi K, Siddiqui UD. AGA clinical practice update on role of EUS-guided gallbladder drainage in acute cholecystitis: commentary. Clin Gastroenterol Hepatol. 2023 May;21(5):1141-7. https://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(23)00145-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36967319?tool=bestpractice.com
moderada (grau II): estável, com sinais de perfuração/gangrena
cuidados de suporte
A doença moderada (grau II) é definida como colecistite aguda associada a uma das seguintes características: leucócitos elevados (>18,000/microlitro), massa dolorosa palpável no quadrante abdominal superior direito, duração das queixas >72 horas e inflamação local evidente (colecistite gangrenosa, abscesso pericolecístico, abscesso hepático, peritonite biliar, colecistite enfisematosa).[37]Yokoe M, Hata J, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):41-54. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.515 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29032636?tool=bestpractice.com
Quando houver suspeita de um diagnóstico de colecistite aguda, deve ser iniciado o tratamento clínico, incluindo jejum, fluidoterapia intravenosa, antibióticos e analgesia, juntamente com monitoramento contínuo da pressão arterial, do pulso e do débito urinário.
antibioticoterapia intravenosa empírica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, doso padrões de suscetibilidade locais.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com A escolha do esquema antibiótico segue os mesmos princípios daquele para a doença de grau I. A antibioticoterapia pode ser descontinuada até 24 horas após a realização da colecistectomia na doença de grau II. No entanto, caso sejam observadas perfurações, alterações enfisematosas ou necrose da vesícula biliar durante a colecistectomia, recomenda-se uma duração para a antibioticoterapia de 4 a 7 dias.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com [80]Solomkin JS, Dellinger EP, Bohnen JM, et al. The role of oral antimicrobials for the management of intra-abdominal infections. New Horiz. 1998 May;6(2 suppl):S46-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9654311?tool=bestpractice.com
As opções antibióticas incluem uma penicilina com um inibidor de betalactamase (por exemplo, piperacilina/tazobactam), uma cefalosporina adequada (por exemplo, ceftriaxona), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném) ou uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino). As fluoroquinolonas são recomendadas apenas se a suscetibilidade das culturas dos isolados for conhecida, ou para pacientes com alergias a betalactâmicos.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos no sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicida.[78]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10056716 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso de fluoroquinolonas deve ser restrito apenas em infecções bacterianas graves e de risco de vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.
Opções primárias
piperacilina/tazobactam: 3.375 a 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associados a 0.375 g de tazobactam (3.375 g) ou 4 g de piperacilina associados a 0.5 g de tazobactam (4.5 g).
ou
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
Opções secundárias
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
ou
levofloxacino: 500-750 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
moxifloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 24 horas
cobertura antibiótica anaeróbica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O tratamento antibiótico para anaeróbios (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp é significativa.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Opções primárias
metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia
Opções secundárias
clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
anti-inflamatório não esteroidal (AINE)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
AINEs, como o diclofenaco ou a indometacina, são recomendados como parte do tratamento clínico, por seus efeitos analgésicos e de inibição da liberação de prostaglandinas pela parede da vesícula biliar.
Opções primárias
diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) duas a três vezes ao dia quando necessário
ou
indometacina: 25-50 mg por via oral duas a três vezes ao dia quando necessário
colecistectomia precoce ou colecistostomia com colecistectomia tardia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A colecistite de grau moderado geralmente não responde ao tratamento clínico inicial. Os pacientes que não apresentam melhoras com o tratamento conservador são encaminhados para cirurgia ou para a colecistostomia percutânea.
A colecistectomia laparoscópica precoce (até 72 horas após o início dos sintomas) poderá ser indicada se técnicas laparoscópicas avançadas estiverem disponíveis.[36]Okamoto K, Suzuki K, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):55-72. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.516 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29045062?tool=bestpractice.com [54]Overby DW, Apelgren KN, Richardson W, et al. SAGES guidelines for the clinical application of laparoscopic biliary tract surgery. Surg Endosc. 2010 Oct;24(10):2368-86. http://www.sages.org/publications/guidelines/guidelines-for-the-clinical-application-of-laparoscopic-biliary-tract-surgery http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20706739?tool=bestpractice.com [55]Wu XD, Tian X, Liu MM, et al. Meta-analysis comparing early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Br J Surg. 2015 Oct;102(11):1302-13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26265548?tool=bestpractice.com [81]Gurusamy K, Samraj K, Gluud C, et al. Meta-analysis of randomized controlled trials on the safety and effectiveness of early versus delayed laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis. Br J Surg. 2010 Feb;97(2):141-50. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/bjs.6870/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20035546?tool=bestpractice.com
Pacientes com Child-Turcotte-Pugh de grau A ou cirrose hepática tipo B submetidos a colecistectomia laparoscópica precoce apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência no hospital e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]de Goede B, Klitsie PJ, Hagen SM, et al. Meta-analysis of laparoscopic versus open cholecystectomy for patients with liver cirrhosis and symptomatic cholecystolithiasis. Br J Surg. 2013 Jan;100(2):209-16. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23034741?tool=bestpractice.com
Nos pacientes com colecistite moderadamente grave, nos quais não houver disfunção orgânica mas houver doença extensiva na vesícula biliar (o que pode conferir dificuldade à segurança da realização da colecistectomia), é preferível a colecistectomia laparoscópica precoce ou a colecistectomia aberta, mas elas só devem ser realizadas por um cirurgião muito experiente. Se as condições cirúrgicas dificultarem a identificação anatômica, a colecistectomia laparoscópica precoce deverá ser imediatamente encerrada, com conversão para colecistostomia aberta. A colecistectomia tardia poderá então ser realizada em 6 a 8 semanas.[36]Okamoto K, Suzuki K, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):55-72. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.516 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29045062?tool=bestpractice.com
Em candidatos cirúrgicos pouco adequados (por exemplo, não adequados clinicamente para a cirurgia), a colecistostomia percutânea deve ser considerada. Os pacientes tratados com tubo de colecistostomia poderão ter alta com o tubo colocado após o processo inflamatório ter-se resolvido clinicamente. Esses pacientes deverão se submeter, posteriormente, a uma colangiografia, por meio do tubo de colecistostomia (6-8 semanas) para verificar se o ducto cístico está aberto.[37]Yokoe M, Hata J, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):41-54. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.515 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29032636?tool=bestpractice.com [38]Pisano M, Allievi N, Gurusamy K, et al. 2020 World Society of Emergency Surgery updated guidelines for the diagnosis and treatment of acute calculus cholecystitis. World J Emerg Surg. 2020 Nov 5;15(1):61. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7643471 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33153472?tool=bestpractice.com Se o ducto estiver pérvio e o paciente for um bom candidato cirúrgico, ele deverá ser encaminhado para colecistectomia.
grave (grau III): suspeita de gangrena/perfuração ou evidência de disfunção orgânica
internação em unidade de terapia intensiva e cuidados de suporte
A doença grave (de grau III) é definida como disfunção em, no mínimo, um dos seguintes órgãos/sistemas: cardiovascular (hipotensão requerendo tratamento com dopamina ≥5 microgramas/kg por minuto, ou qualquer dose de noradrenalina); sistema nervoso central (nível diminuído de consciência); respiratório (proporção PaO2/FiO2 <300), renal (oligúria, creatinina >176.8 micromoles/L [>2.0 mg/dL]); hepático (INR >1.5); hematológico (contagem plaquetária <100,000 células/microlitro); inflamação local grave.[37]Yokoe M, Hata J, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: diagnostic criteria and severity grading of acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):41-54. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.515 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29032636?tool=bestpractice.com
Os cuidados de suporte intensivos são necessários para monitorar e tratar a disfunção orgânica.
antibioticoterapia intravenosa empírica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, doso padrões de suscetibilidade locais.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
As opções de antibióticos incluem uma penicilina com um inibidor da betalactamase (por exemplo, piperacilina/tazobactam), uma cefalosporina adequada (por exemplo, cefepime), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném, meropeném) ou um monobactâmico (por exemplo, aztreonam).[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Após o controle do foco de infecção, a duração recomendada da antibioticoterapia é de 4 a 7 dias. Caso haja bacteremia com cocos Gram-positivos (por exemplo, Enterococcus spp., Streptococcus spp.), recomenda-se a duração de, pelo menos, 2 semanas.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com Caso haja cálculos residuais ou obstrução do trato biliar, o tratamento deve ser continuado até que esses problemas anatômicos sejam solucionados. Em caso de abscesso hepático, o tratamento deve ser continuado até que o acompanhamento clínico, bioquímico e radiológico demonstre resolução completa do abscesso.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com [80]Solomkin JS, Dellinger EP, Bohnen JM, et al. The role of oral antimicrobials for the management of intra-abdominal infections. New Horiz. 1998 May;6(2 suppl):S46-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9654311?tool=bestpractice.com
Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.
Opções primárias
piperacilina/tazobactam: 3.375 a 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associados a 0.375 g de tazobactam (3.375 g) ou 4 g de piperacilina associados a 0.5 g de tazobactam (4.5 g).
ou
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
aztreonam: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-12 horas
cobertura antibiótica para Enterococcus
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A vancomicina é recomendada como adjuvante para o tratamento de Enterococcus spp. em infecções de grau III. A linezolida ou a daptomicina são recomendadas em lugar da vancomicina caso haja conhecimento de que Enterococcus resistente à vancomicina esteja colonizando o paciente, caso o tratamento anterior tenha incluído vancomicina e/ou caso esse organismo seja comum na comunidade.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Opções primárias
vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas
Opções secundárias
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
daptomicina: 8-12 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
cobertura antibiótica anaeróbica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O tratamento antibiótico para anaeróbios (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp é significativa.[77]Gomi H, Solomkin JS, Schlossberg D, et al. Tokyo Guidelines 2018: antimicrobial therapy for acute cholangitis and cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):3-16. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29090866?tool=bestpractice.com
Opções primárias
metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia
Opções secundárias
clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
colecistostomia urgente seguida por colecistectomia eletiva tardia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Requer o tratamento urgente da inflamação local grave por drenagem percutânea da vesícula biliar (isto é, colecistostomia percutânea) seguida, quando indicada, por colecistectomia eletiva tardia 2 a 3 meses mais depois, quando a condição geral do paciente tiver melhorado.[36]Okamoto K, Suzuki K, Takada T, et al. Tokyo Guidelines 2018: flowchart for the management of acute cholecystitis. J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):55-72. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.516 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29045062?tool=bestpractice.com [83]Wakabayashi G, Iwashita Y, Hibi T, et al. Tokyo Guidelines 2018: surgical management of acute cholecystitis: safe steps in laparoscopic cholecystectomy for acute cholecystitis (with videos). J Hepatobiliary Pancreat Sci. 2018 Jan;25(1):73-86. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jhbp.517 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29095575?tool=bestpractice.com
Os pacientes com cirrose hepática Child-Turcotte-Pugh de grau A ou B submetidos a colecistectomia laparoscópica eletiva apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência hospitalar e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]de Goede B, Klitsie PJ, Hagen SM, et al. Meta-analysis of laparoscopic versus open cholecystectomy for patients with liver cirrhosis and symptomatic cholecystolithiasis. Br J Surg. 2013 Jan;100(2):209-16. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23034741?tool=bestpractice.com
Os pacientes tratados com o tubo de colecistostomia poderão ter alta com o tubo colocado, depois que o processo inflamatório for resolvido clinicamente. Esses pacientes deverão se submeter, posteriormente, a uma colangiografia, por meio do tubo de colecistostomia (6-8 semanas) para verificar se o ducto cístico está aberto. Se o ducto estiver aberto e o paciente for um bom candidato cirúrgico, deverá ser encaminhado para colecistectomia.
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal