Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

leve (grau I): estável, sem sinais de perfuração/gangrena

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1ª linha – 

cuidados de suporte

A doença leve (grau I) é definida como colecistite aguda em paciente saudável sem disfunção orgânica e alterações inflamatórias leves na vesícula biliar; responde ao tratamento clínico inicial.[37]

Quando houver suspeita de um diagnóstico de colecistite aguda, deve ser iniciado o tratamento clínico, incluindo jejum, fluidoterapia intravenosa, antibióticos e analgesia, juntamente com monitoramento contínuo da pressão arterial, do pulso e do débito urinário, com vista a realizar uma colecistectomia laparoscópica precoce.

O tratamento clínico pode ser suficiente, e a cirurgia urgente pode não ser necessária se o acesso oportuno a profissionais com experiência em laparoscopia for limitado.[51]

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antibioticoterapia intravenosa empírica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]

A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, dos padrões de suscetibilidade locais. Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77]

As opções incluem uma penicilina com um inibidor da betalactamase (por exemplo, ampicilina/sulbactam se a taxa de resistência for <20%), uma cefalosporina adequada (por exemplo, ceftriaxona), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném) ou uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino). As fluoroquinolonas são recomendadas apenas se a suscetibilidade das culturas dos isolados for conhecida, ou para os pacientes com alergias a betalactâmicos.[77]

Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos no sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicida.[78] Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso de fluoroquinolonas deve ser restrito apenas em infecções bacterianas graves e de risco de vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.

O tratamento antibiótico anaeróbico (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada.[77]

Os pacientes são observados e tratados com antibióticos, tendo em vista a colecistectomia. No entanto, apenas os cuidados de suporte podem ser suficientes antes de uma colecistectomia eletiva protelada.[79]

A antibioticoterapia pode ser descontinuada até 24 horas após a colecistectomia na doença de grau I. No entanto, caso sejam observadas perfurações, alterações enfisematosas ou necrose da vesícula biliar durante a colecistectomia, recomenda-se uma duração para a antibioticoterapia de 4 a 7 dias.[77]

Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77][80]

Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.

Opções primárias

ampicilina/sulbactam: 1.5 a 3 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas

ou

ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas

Opções secundárias

ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas

ou

levofloxacino: 500-750 mg por via intravenosa a cada 24 horas

ou

moxifloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 24 horas

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cobertura antibiótica anaeróbica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento antibiótico anaeróbico (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp. é significativa.[77]

Opções primárias

metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia

Opções secundárias

clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas

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anti-inflamatório não esteroidal (AINE)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

AINEs, como o diclofenaco ou a indometacina, são recomendados como parte do tratamento clínico, por seus efeitos analgésicos e de inibição da liberação de prostaglandinas pela parede da vesícula biliar.

Opções primárias

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) duas a três vezes ao dia quando necessário

ou

indometacina: 25-50 mg por via oral duas a três vezes ao dia quando necessário

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colecistectomia laparoscópica precoce

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Nos pacientes com colecistite leve, as diretrizes de Tóquio determinam que o tratamento preferencial é a colecistectomia laparoscópica precoce (realizada em até 72 horas após o início dos sintomas).[36] Ele tem um benefício claro em comparação com a colecistectomia protelada (>6 semanas após a primeira admissão hospitalar) em termos de taxa de complicações, custo, tempo de permanência hospitalar, qualidade de vida e satisfação do paciente.[55][58][59][60][61][62]

Não há vantagem em retardar a colecistectomia para colecistite aguda, com base nos desfechos.[84] A cirurgia precoce, mesmo quando realizada em pacientes >72 horas após o início dos sintomas, é segura e associada a menos morbidade geral, menores permanência hospitalar e duração da antibioticoterapia, e redução do custo em comparação com a colecistectomia protelada (realizada ≥6 semanas após o início dos sintomas).[37][38][56][57] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

A conversão para o procedimento aberto poderá ser necessária se houver inflamação significativa, dificuldade em delinear a anatomia ou sangramento excessivo.[63][64] Não ficou comprovado que a colecistectomia laparoscópica precoce afeta significativamente a taxa de conversão para a colecistectomia aberta.[58][59] As taxas de conversão foram analisadas em uma revisão retrospectiva de 493 pacientes com colecistite aguda de 2010 a 2013. Descobriu-se que a classificação de gravidade, de acordo com as diretrizes de Tóquio de 2013, é o fator preditivo mais poderoso para conversão.[65] Sexo masculino, diabetes mellitus e nível de bilirrubina total também foram considerados fatores de risco independentes para a conversão para cirurgia por via aberta.[65] O cirurgião responsável deve ter experiência na realização de colecistectomia laparoscópica, ter acesso à colangiografia intraoperatória, caso seja necessária, e ter um limiar baixo para conversão para cirurgia por via aberta se for preciso.

Pacientes com Child-Turcotte-Pugh de grau A ou cirrose hepática tipo B submetidos a colecistectomia laparoscópica precoce apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência no hospital e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]

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colecistostomia percutânea

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A colecistostomia percutânea é um procedimento minimamente invasivo. Deve ser considerada logo no início para os pacientes que não tiverem obtido sucesso com o tratamento clínico, ou que são candidatos pouco adequados a cirurgia, ou que apresentem fatores que possam prever o desenvolvimento de complicações ou a falha do tratamento conservador (idade >70 anos, diabetes, vesícula biliar distendida, leucócitos persistentemente elevados [>15,000 células/microlitro]).[68]

Dados retrospectivos sugerem que se pode esperar melhora clínica em 80% dos pacientes com colecistite aguda até 5 dias após a colocação.[69]

As contraindicações incluem a coagulopatia que não pode ser corrigida, ascites maciças que não podem ser drenadas e suspeita de colecistite perfurada gangrenosa.

Uma resposta incompleta ou inadequada nas primeiras 48 horas pode indicar complicações (por exemplo, deslocamento do tubo, necrose da parede da vesícula biliar) ou diagnóstico incorreto.[7]

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drenagem transpapilar endoscópica da vesícula biliar ou a drenagem endoscópica da vesícula biliar guiada por ultrassonografia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A drenagem percutânea trans-hepática da vesícula biliar é considerada a alternativa de primeira linha à intervenção cirúrgica nos pacientes de alto risco cirúrgico com colecistite aguda. No entanto, a drenagem endoscópica transpapilar da vesícula biliar ou a drenagem da vesícula biliar guiada por ultrassonografia endoscópica (USE) também pode ser considerada em alguns cenários de recursos.[89][90][91]​ Revisões sistemáticas e metanálises mais recentes mostraram que a drenagem da vesícula biliar guiada por USE está associada a melhores desfechos clínicos que a colecistostomia percutânea e a drenagem da vesícula biliar endoscópica transpapilar nos pacientes cirúrgicos de alto risco.[89][92][93]​ A American Gastroenterological Association sugere o uso da drenagem da vesícula biliar por USE nos pacientes cirúrgicos de alto risco com colecistite aguda, para a remoção de drenos de colecistostomia em pacientes que não são candidatos à colecistectomia ao possibilitar a drenagem interna, e para a drenagem de obstruções biliares malignas em pacientes selecionados.[89]

moderada (grau II): estável, com sinais de perfuração/gangrena

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cuidados de suporte

A doença moderada (grau II) é definida como colecistite aguda associada a uma das seguintes características: leucócitos elevados (>18,000/microlitro), massa dolorosa palpável no quadrante abdominal superior direito, duração das queixas >72 horas e inflamação local evidente (colecistite gangrenosa, abscesso pericolecístico, abscesso hepático, peritonite biliar, colecistite enfisematosa).[37]

Quando houver suspeita de um diagnóstico de colecistite aguda, deve ser iniciado o tratamento clínico, incluindo jejum, fluidoterapia intravenosa, antibióticos e analgesia, juntamente com monitoramento contínuo da pressão arterial, do pulso e do débito urinário.

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associado a – 

antibioticoterapia intravenosa empírica

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]

A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, doso padrões de suscetibilidade locais.[77] Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77] A escolha do esquema antibiótico segue os mesmos princípios daquele para a doença de grau I. A antibioticoterapia pode ser descontinuada até 24 horas após a realização da colecistectomia na doença de grau II. No entanto, caso sejam observadas perfurações, alterações enfisematosas ou necrose da vesícula biliar durante a colecistectomia, recomenda-se uma duração para a antibioticoterapia de 4 a 7 dias.[77]

Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77][80]

As opções antibióticas incluem uma penicilina com um inibidor de betalactamase (por exemplo, piperacilina/tazobactam), uma cefalosporina adequada (por exemplo, ceftriaxona), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném) ou uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino). As fluoroquinolonas são recomendadas apenas se a suscetibilidade das culturas dos isolados for conhecida, ou para pacientes com alergias a betalactâmicos.[77]

Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos no sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicida.[78]​ Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso de fluoroquinolonas deve ser restrito apenas em infecções bacterianas graves e de risco de vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.

Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.

Opções primárias

piperacilina/tazobactam: 3.375 a 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas

ou

ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas

Opções secundárias

ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas

ou

levofloxacino: 500-750 mg por via intravenosa a cada 24 horas

ou

moxifloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 24 horas

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cobertura antibiótica anaeróbica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento antibiótico para anaeróbios (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp é significativa.[77]

Opções primárias

metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia

Opções secundárias

clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas

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anti-inflamatório não esteroidal (AINE)

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

AINEs, como o diclofenaco ou a indometacina, são recomendados como parte do tratamento clínico, por seus efeitos analgésicos e de inibição da liberação de prostaglandinas pela parede da vesícula biliar.

Opções primárias

diclofenaco potássico: 50 mg por via oral (liberação imediata) duas a três vezes ao dia quando necessário

ou

indometacina: 25-50 mg por via oral duas a três vezes ao dia quando necessário

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associado a – 

colecistectomia precoce ou colecistostomia com colecistectomia tardia

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A colecistite de grau moderado geralmente não responde ao tratamento clínico inicial. Os pacientes que não apresentam melhoras com o tratamento conservador são encaminhados para cirurgia ou para a colecistostomia percutânea.

A colecistectomia laparoscópica precoce (até 72 horas após o início dos sintomas) poderá ser indicada se técnicas laparoscópicas avançadas estiverem disponíveis.[36][54][55][81]

Pacientes com Child-Turcotte-Pugh de grau A ou cirrose hepática tipo B submetidos a colecistectomia laparoscópica precoce apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência no hospital e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]

Nos pacientes com colecistite moderadamente grave, nos quais não houver disfunção orgânica mas houver doença extensiva na vesícula biliar (o que pode conferir dificuldade à segurança da realização da colecistectomia), é preferível a colecistectomia laparoscópica precoce ou a colecistectomia aberta, mas elas só devem ser realizadas por um cirurgião muito experiente. Se as condições cirúrgicas dificultarem a identificação anatômica, a colecistectomia laparoscópica precoce deverá ser imediatamente encerrada, com conversão para colecistostomia aberta. A colecistectomia tardia poderá então ser realizada em 6 a 8 semanas.[36]

Em candidatos cirúrgicos pouco adequados (por exemplo, não adequados clinicamente para a cirurgia), a colecistostomia percutânea deve ser considerada. Os pacientes tratados com tubo de colecistostomia poderão ter alta com o tubo colocado após o processo inflamatório ter-se resolvido clinicamente. Esses pacientes deverão se submeter, posteriormente, a uma colangiografia, por meio do tubo de colecistostomia (6-8 semanas) para verificar se o ducto cístico está aberto.[37][38]​ Se o ducto estiver pérvio e o paciente for um bom candidato cirúrgico, ele deverá ser encaminhado para colecistectomia.

grave (grau III): suspeita de gangrena/perfuração ou evidência de disfunção orgânica

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internação em unidade de terapia intensiva e cuidados de suporte

A doença grave (de grau III) é definida como disfunção em, no mínimo, um dos seguintes órgãos/sistemas: cardiovascular (hipotensão requerendo tratamento com dopamina ≥5 microgramas/kg por minuto, ou qualquer dose de noradrenalina); sistema nervoso central (nível diminuído de consciência); respiratório (proporção PaO2/FiO2 <300), renal (oligúria, creatinina >176.8 micromoles/L [>2.0 mg/dL]); hepático (INR >1.5); hematológico (contagem plaquetária <100,000 células/microlitro); inflamação local grave.[37]

Os cuidados de suporte intensivos são necessários para monitorar e tratar a disfunção orgânica.

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associado a – 

antibioticoterapia intravenosa empírica

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Antibióticos são recomendados se houver suspeita de infecção com base nos achados clínicos e laboratoriais.[77]

A antibioticoterapia empírica intravenosa deve ser iniciada antes que os isolados infecciosos sejam identificados. A escolha do antibiótico depende, em grande parte, doso padrões de suscetibilidade locais.[77] Os padrões de suscetibilidade locais variam gerograficamente ao longo do tempo. A probabilidade de resistência do organismo também variará sempre, de acordo com a infecção - se foi adquirida no hospital ou na comunidade -, embora possa haver organismos resistentes na comunidade.[77]

As opções de antibióticos incluem uma penicilina com um inibidor da betalactamase (por exemplo, piperacilina/tazobactam), uma cefalosporina adequada (por exemplo, cefepime), um carbapenêmico (por exemplo, ertapeném, meropeném) ou um monobactâmico (por exemplo, aztreonam).[77]

Após o controle do foco de infecção, a duração recomendada da antibioticoterapia é de 4 a 7 dias. Caso haja bacteremia com cocos Gram-positivos (por exemplo, Enterococcus spp., Streptococcus spp.), recomenda-se a duração de, pelo menos, 2 semanas.[77] Caso haja cálculos residuais ou obstrução do trato biliar, o tratamento deve ser continuado até que esses problemas anatômicos sejam solucionados. Em caso de abscesso hepático, o tratamento deve ser continuado até que o acompanhamento clínico, bioquímico e radiológico demonstre resolução completa do abscesso.[77]

Os antibióticos por via intravenosa podem ser substituídos por um esquema de antibioticoterapia oral adequado quando o paciente tolerar a alimentação por via oral.[77][80]

Acima, foram dados exemplos de esquemas de antibioticoterapia adequados; no entanto, consulte as diretrizes locais para obter orientações sobre a seleção do antibiótico e da dose.

Opções primárias

piperacilina/tazobactam: 3.375 a 4.5 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas

ou

ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas

ou

meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas

ou

aztreonam: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-12 horas

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associado a – 

cobertura antibiótica para Enterococcus

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A vancomicina é recomendada como adjuvante para o tratamento de Enterococcus spp. em infecções de grau III. A linezolida ou a daptomicina são recomendadas em lugar da vancomicina caso haja conhecimento de que Enterococcus resistente à vancomicina esteja colonizando o paciente, caso o tratamento anterior tenha incluído vancomicina e/ou caso esse organismo seja comum na comunidade.[77]

Opções primárias

vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas

Opções secundárias

linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas

ou

daptomicina: 8-12 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas

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cobertura antibiótica anaeróbica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento antibiótico para anaeróbios (por exemplo, metronidazol, clindamicina) é necessário caso haja anastomose biliar-entérica e o paciente comece a receber um esquema empírico que não cubra Bacteroides spp de maneira adequada. A resistência à clindamicina entre Bacterioides ssp é significativa.[77]

Opções primárias

metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg por via intravenosa a cada 6 horas, máximo de 4000 mg/dia

Opções secundárias

clindamicina: 600-2700 mg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas

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colecistostomia urgente seguida por colecistectomia eletiva tardia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Requer o tratamento urgente da inflamação local grave por drenagem percutânea da vesícula biliar (isto é, colecistostomia percutânea) seguida, quando indicada, por colecistectomia eletiva tardia 2 a 3 meses mais depois, quando a condição geral do paciente tiver melhorado.[36][83]

Os pacientes com cirrose hepática Child-Turcotte-Pugh de grau A ou B submetidos a colecistectomia laparoscópica eletiva apresentam menos complicações pós-operatórias gerais, menor permanência hospitalar e retomada mais rápida de uma dieta normal que aqueles submetidos ao procedimento aberto.[66]

Os pacientes tratados com o tubo de colecistostomia poderão ter alta com o tubo colocado, depois que o processo inflamatório for resolvido clinicamente. Esses pacientes deverão se submeter, posteriormente, a uma colangiografia, por meio do tubo de colecistostomia (6-8 semanas) para verificar se o ducto cístico está aberto. Se o ducto estiver aberto e o paciente for um bom candidato cirúrgico, deverá ser encaminhado para colecistectomia.

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