Rastreamento
O rastreamento de rotina de todos os neonatos com oximetria de pulso é recomendado para detectar cardiopatia congênita, inclusive coarctação crítica.[18][24][25]
Todas as consultas de rotina da criança incluem palpação de rotina da pulsação femoral, começando com a primeira consulta no berçário. Deve-se prestar uma atenção particular a qualquer diferença de calibre ou de tempo entre as pulsações dos membros superiores e inferiores. Deve-se obter medidas de pressão arterial (PA) não invasivas dos lactentes e crianças durante estas consultas. Qualquer dúvida sobre um diferencial na pulsação ou uma PA elevada nos membros superiores deve exigir a medição da PA nos 4 membros.
Além do rastreamento pós-parto de rotina, a ecocardiografia fetal é recomendada para a detecção precoce de defeitos cardíacos congênitos, inclusive coarctação aórtica, principalmente em fetos que apresentam risco. Esse rastreamento envolve o uso de técnicas de doppler avançadas para avaliar o arco aórtico e detectar potenciais anormalidades indicativas de coarctação. Essas técnicas são eficazes para identificar padrões de fluxo anormais que podem sugerir estreitamento aórtico, o que pode ser criticamente importante para o diagnóstico e tratamento oportunos. Gestantes com fatores de risco conhecidos ou achados anormais na ultrassonografia pré-natal de rotina devem ser encaminhadas para uma avaliação ecocardiográfica fetal detalhada. Esse exame pode ter um papel essencial no planejamento das intervenções necessárias e na otimização dos desfechos neonatais. No entanto, é muito importante observar que o diagnóstico pré-natal de coarctação pode ser bastante difícil devido ao grande canal arterial pré-natal e pode ocorrer após o parto, com o fechamento do ducto. Assim, a vigilância continua sendo importante no pós-parto para essa lesão, mesmo em caso de ecocardiografia fetal aparentemente normal.[26]
É necessário medir a PA de adultos com diagnóstico de aneurisma sacular intracraniano. Se a PA dos membros superiores estiver elevada, a medição deverá ser repetida em um membro inferior, a fim de excluir coarctação aórtica.
A avaliação de rotina para anomalias intracardíacas associadas deve ser parte da ecocardiografia inicial. Os pacientes diagnosticados com coarctação aórtica também devem ser rastreados quanto a aneurismas intracranianos, embora não haja diretrizes formais. Também é preciso considerar uma avaliação genética quando houver características dismórficas, anormalidades em múltiplos órgãos ou anormalidades vasculares ou intracardíacas adicionais. Caso associada à valva aórtica bicúspide, deve-se considerar o rastreamento de parentes de primeiro grau.
Em caso de cuidados contínuos, é essencial manter uma abordagem proativa da saúde cardiovascular em pacientes com coarctação aórtica, mesmo após a fase inicial de tratamento. A avaliação de risco cardiovascular regular é essencial, principalmente para monitorar potencial aterosclerose, que pode se desenvolver como consequência da hemodinâmica alterada. Isso enfatiza a necessidade de um modelo de cuidados integral, que inclui especialistas em cardiopatia congênita em adultos e cardiologistas generalistas para tratar não apenas as complicações imediatas, mas também os riscos cardiovasculares de longo prazo associados com a coarctação aórtica.[27]
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