Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM)

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A TC ou a RNM é recomendada como primeira linha para o diagnóstico de pancreatite crônica.[85]

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calcificações pancreáticas, aumento focal ou difuso do pâncreas, dilatação ductal e/ou complicações vasculares

ultrassonografia endoscópica (USE)

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A USE só deve ser utilizada se o diagnóstico estiver em questão após a realização de exames de imagens transversais. Ela é invasiva e não tem tanta especificidade.[85]

A USE fornece uma avaliação mais detalhada do parênquima e dos dutos pancreáticos em comparação com a ultrassonografia abdominal e a TC, sendo menos invasiva que a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.

Ajuda a distinguir entre a pancreatite crônica e neoplasias intraductais com base nas características das imagens e no uso da aspiração por agulha fina, mas a USE não é perfeita.

Um painel de consenso do Brasil avaliou a USE como altamente precisa para o diagnóstico da pancreatite crônica.[128] Sensível para as características da pancreatite crônica, mas com especificidade incerta para o diagnóstico da pancreatite crônica precoce.

Entretanto, a concordância interobservadores com relação às características da pancreatite crônica é alta quanto à lobularidade e à dilatação ductal, mas insuficiente quanto a outras características.[129]

A menos que haja cinco ou mais características de pancreatite crônica presentes, com igual peso, o diagnóstico deve ser considerado possível ou indeterminado e corroborado por dados funcionais e estruturais adicionais e por acompanhamento prospectivo. No entanto, um painel de consenso de “Rosemont” propôs que podem ser necessárias menos de cinco características avaliadas pela USE para o diagnóstico de pancreatite crônica quando atribui-se um valor preditivo positivo maior a determinadas características da pancreatite crônica avaliadas pela USE.[130] É necessário realizar uma validação prospectiva. Os riscos da USE incluem perfuração, infecção e sangramento.[110]

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anormalidades ductais e parenquimatosas

colangiopancreatografia por ressonância magnética com contraste de secretina (CPRM-s)

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A CPRM-s é recomendada quando o diagnóstico de pancreatite crônica não é confirmado após o exame de imagem transversal com TC/RNM ou USE, e a suspeita clínica permanece alta.[85]

A CPRM-s permite uma melhor visualização dos ductos pancreáticos do ramo principal e lateral, estimulando a liberação de bicarbonato das células do ducto pancreático.[111]

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função exócrina anormal

Investigações a serem consideradas

exame histológico

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Sugerido como padrão-ouro para diagnosticar pancreatite crônica em pacientes de alto risco quando as evidências clínicas e funcionais de pancreatite crônica são fortes, mas o diagnóstico é inconclusivo após o exame de imagem transversal com TC/RNM ou USE.[85]

Alterações produzidas pela pancreatite crônica dependem da gravidade da doença e incluem um aumento no tecido conjuntivo, alterações inflamatórias e fibróticas, perda de ácinos e "plugs" de proteínas precipitadas no tecido ductal.

Eliminar a malignidade é um importante desafio diagnóstico, sobretudo em pacientes cuja cabeça do pâncreas está aumentada. A exclusão de malignidade requer, frequentemente, uma ressecção cirúrgica para garantir um exame histopatológico confiável. Em 10% dos pacientes, o diagnóstico de câncer de pâncreas é estabelecido somente por prova histológica no momento da operação.

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tecido conjuntivo aumentado, inflamação, fibrose, perda de ácinos, "plugs" de proteínas nos ductos

teste genético

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Testes genéticos são recomendados em pacientes com evidências clínicas de possível pancreatite crônica em que a etiologia não é clara, especialmente em pacientes mais jovens.[85]

Os pacientes com pancreatite crônica idiopática devem, no mínimo, ser avaliados quanto a mutações nos genes PRSS1, SPINK1, CFTR, CTRC, CASR e CPA1. Até 50% dos pacientes com pancreatite crônica idiopática apresentam mutações dos genes SPINK ou CFTR.[59][60]

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PRSS1; SPINK1; CFTR, CTRC, CASR, CPA1

teste indireto da função pancreática (elastase-1 fecal)

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Todos os testes indiretos da função pancreática apresentam sensibilidade e especificidade relativamente altas na pancreatite crônica grave com má absorção. Todos são imprecisos para o diagnóstico de insuficiência pancreática leve a moderada.[114][115][131]

O teste de elastase fecal-1 é o exame inicial para diagnosticar a insuficiência pancreática exócrina.[84]​ Este teste pode ser realizado em pacientes que fazem terapia de reposição enzimática pancreática.​[84]

Um valor de elastase fecal-1 de <100 microgramas/g de fezes é sugestivo de insuficiência pancreática exócrina; valores entre 100 e 200 microgramas/g de fezes são considerados indeterminados para insuficiência pancreática exócrina.[84] Um valor de elastase fecal-1 de <50 microgramas/g pode indicar insuficiência pancreática exócrina grave.[84]

Uma elastase fecal reduzida tem especificidade de 58% apenas para a insuficiência pancreática exócrina em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1.[132]

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um valor de <100 microgramas/g de fezes sugere insuficiência pancreática exócrina

gordura fecal

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Este teste é realizado através da administração de 100 g de gordura por dia e medição da excreção de gordura fecal de 72 horas.

Um aumento de gordura fecal maior que 7 g/dia é uma manifestação de estágio avançado de pancreatite crônica.

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aumentada

esteatócrito

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Método gravimétrico rápido para medir a gordura fecal. Estudos anteriores relatam que, quando realizado em amostras de coleta de fezes de 72 horas, o esteatócrito é tão sensível e específico quanto a medição de gordura fecal quantitativa de 72 horas, podendo ser igualmente preciso se for realizado com uma coleta de fezes de 24 horas ou com amostras fecais aleatórias.[133] Outros estudos realizaram testes de equilíbrio fecal de 72 horas em pacientes com fibrose cística e relataram que o esteatócrito não foi confiável na previsão da excreção de gordura fecal, mas esses pacientes tiveram aumentos mínimos na excreção de gordura fecal (todos <10 gramas/dia).[134]

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aumentada

testes diretos da função pancreática

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São os testes mais sensíveis e específicos para o diagnóstico de insuficiência pancreática leve a moderada ou pancreatite crônica.[112][113]

Exames ainda são clinicamente úteis para excluir a pancreatite crônica em pacientes com suspeita de pancreatite crônica precoce, mas que apresentam exames de imagem de pancreatite normais (97% de valor preditivo negativo).[135]

O suco pancreático é coletado com um tubo gastroduodenal durante o estímulo hormonal exógeno com colecistoquinina e/ou secretina. Uma preocupação importante em relação aos métodos endoscópicos “mais simples” é que esses exames não aspiram o suco gástrico para evitar a degradação e/ou a diluição da lipase e do bicarbonato do suco pancreático, o que leva a exames falso-positivos.[136]

Ajuda a diferenciar tipos de má absorção pancreáticos de não pancreáticos.

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função diminuída

níveis de IgG4

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Exame positivo para níveis de IgG4 sugere pancreatite autoimune. Esses exames são uma alternativa à biópsia, mas só devem ser usados por especialistas.[8][117][137][138]

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positivos na pancreatite autoimune

tentativa terapêutica com corticosteroides

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Uma resposta positiva sugere pancreatite autoimune. Esse exame é uma alternativa à biópsia, mas requer acompanhamento e deve ser usado somente por especialistas.[117]

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resposta positiva na pancreatite autoimune

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