Critérios
Classificação de Cambridge para a pancreatite crônica[5]
A classificação de Cambridge de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) (bem como de imagens de ultrassonografia [US] ou tomografia computadorizada [TC]), determina a intensidade das alterações pancreáticas estruturais com base em anormalidades do duto principal e dos ramos laterais.
Escore 1 (Cambridge, classe 0)
Gravidade: normal
CPRE/US ou TC de boa qualidade visualizando toda a glândula sem sinais anormais.
Escore 2 (Cambridge, classe 0)
Gravidade: equívoca
CPRE: <3 ramos anormais
US/TC: sinal anormal: ducto pancreático principal de 2-4 mm de diâmetro, glândula 1 a 2 vezes o tamanho normal.
Escore 3 (Cambridge, classe I)
Severidade: leve
CPRE: 3 ou mais ramos anormais
US/TC: 2+ sinais anormais: cavidades <10 mm, irregularidade do ducto, necrose aguda focal, heterogeneidade parenquimatosa, ecogenicidade aumentada da parede ductal, irregularidade do contorno da cabeça/corpo.
Escore 4 (Cambridge, classe II)
Gravidade: moderada
CPRE: >3 ramos laterais e ducto principal anormal
US/TC: como escore 3.
Escore 5 (Cambridge, classe III)
Gravidade: grave
CPRE: todas as condições citadas acima e uma ou mais das seguintes: cavidade extensa >10 mm, falhas de enchimento intraductal, obstrução ductal (estenose), dilatação ou irregularidade do ducto
US/TC: todas as condições citadas acima e uma ou mais das seguintes: cavidade extensa >10 mm, falhas de enchimento intraductal, obstrução ductal (estenose), dilatação ou irregularidade do ducto, cálculos/calcificação pancreática, invasão de órgão contíguo.
Critérios de Ammann (workshop de Zurique) para o diagnóstico de pancreatite crônica[10][121]
Pancreatite recorrente e 1 das seguintes condições:
Calcificações
Lesões ductais de moderadas a graves, segundo os critérios de Cambridge
Histologia pancreática típica
Insuficiência exócrina persistente (há 2 anos ou mais).
Critérios de M-ANNHEIM para a pancreatite crônica definitiva[6]
Os critérios M-ANNHEIM são semelhantes aos de Ammann, mas diferem classificando a probabilidade como definida, provável ou possível/limite. Além disso, os critérios de M-ANNHEIM definem os sintomas clínicos de forma mais abrangente. Os critérios de diagnóstico requerem pelo menos 1 sintoma clínico (pancreatite aguda recorrente e dor abdominal típica, exceto para a pancreatite indolor primária) e 1 das seguintes condições:
Calcificações
Lesões ductais de moderadas a graves, segundo os critérios de Cambridge
Histologia pancreática típica
Insuficiência exócrina persistente (esteatorreia pancreática há 2 anos ou mais).
Convém observar que um sistema de escore de M-ANNHEIM separado determina a intensidade clínica da pancreatite crônica usando critérios semelhantes aos do sistema da Mayo Clinic.[11][122]
Critérios da Japanese Pancreas Society (JPS) para a pancreatite crônica definitiva[123]
A JPS propôs critérios para avaliar os pacientes com sintomas e achados sugestivos de pancreatite crônica. Os critérios da JPS para pancreatite crônica definida são semelhantes aos da Ammann, mas diferem por classificar a probabilidade como definida, provável ou possível, e por ter diferentes definições para critérios clínicos e insuficiência pancreática exócrina. Esses critérios requerem pelo menos 1 sintoma clínico (dor abdominal crônica, pancreatite aguda recorrente, perda de peso ou fezes gordurosas) e 1 das seguintes condições:
Calcificações
Lesões ductais de moderadas a graves, segundo os critérios de Cambridge
Histologia pancreática típica
Insuficiência exócrina persistente (teste direto da função pancreática anormal).
Convém observar que os critérios da JPS não determinam a gravidade da pancreatite e excluem vários tipos de pancreatite crônica das definições: pancreatite obstrutiva, autoimune e formadora de tumores.
Sistema de pontuação para diagnóstico da Mayo Clinic para a pancreatite crônica[11][122]
Para o propósito de estudo epidemiológico, um escore com múltiplos componentes foi validado e usado.
O diagnóstico baseia-se em um sistema de escore total de 4 ou mais derivados de critérios morfológicos e funcionais (os escores estão entre parênteses):
Calcificação pancreática: definida (4) ou provável (2)
Histologia: definida (4) ou provável (2)
Esteatorreia ou nível de lipase menor que 2 desvios padrão abaixo do valor médio normal: determinado para cada laboratório (2)
Classificação de Cambridge I a III (3) para anormalidades do ducto pancreático na CPRE, TC, colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM)
Principais critérios clínicos: dor na parte superior do abdome ou perda de peso superior a 10 kg em 12 meses (2)
Diabetes (glicose em jejum >140 mg/dL) (1).
Critérios diagnósticos da Japanese Pancreas Society (JPS) para a pancreatite autoimune[8]
Critérios obrigatórios para o diagnóstico por imagem detectada por ultrassonografia, TC e/ou ressonância nuclear magnética:
Estenose no ducto pancreático principal com parede irregular E
Aumento difuso ou localizado do pâncreas.
E 1 das seguintes condições:
Anticorpos: níveis séricos elevados de gamaglobulina, IgG ou IgG4, OU autoanticorpos positivos (por exemplo, fator antinuclear e fator reumatoide)
Histologia: fibrose interlobular importante E infiltração linfoplasmocitária de áreas periductais e ocasionalmente com folículos linfoides no pâncreas.
Exclui malignidade pancreática ou biliar.
Critérios da Mayo Clinic para a pancreatite autoimune[137]
A Mayo Clinic propôs critérios diagnósticos para a pancreatite autoimune com base no acrônimo HISORt (Histologia, Imagem, Sorologia, envolvimento de Outro Órgão, Resposta à terapia). O diagnóstico requer pelo menos um dos seguintes conjuntos de achados:
Diagnóstico histológico
Imagem característica em tomografia computadorizada e pancreatografia (consultar critérios da JPS) com nível sérico elevado de IgG4
Resposta à corticoterapia de manifestações pancreáticas/extrapancreáticas de pancreatite autoimune (PAI).
Conferência internacional de consenso sobre a pancreatite autoimune de 2010[138]
Esse encontro internacional de especialistas concordou sobre dois tipos histopatológicos de PAI e sobre um conjunto de 5 critérios de diagnóstico para PAI semelhantes àqueles propostos pela Mayo Clinic,. Desde então, atualizações pertinentes foram relatadas.[137][141][142][143] O tipo I é uma doença relacionada à IgG4 que envolve múltiplos órgãos com uma histologia pancreática mostrando infiltrado linfoplasmocitário periductal, inflamação do estroma celular com fibrose estoriforme e flebite obliterante. O tipo II é uma doença específica do pâncreas, não relacionada à IgG4, com uma histologia mostrando lesões epiteliais granulocíticas. A PAI do tipo II tende a apresentar-se com pancreatite (ao contrário da icterícia indolor na PAI do tipo I), ocorre em idade mais jovem e é associada com doença inflamatória intestinal, mais comumente que o tipo I; ambos os tipos respondem ao tratamento com corticosteroides, mas a recidiva ocorre com frequência na doença do tipo I.[144][145]
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