Abordagem

A base do tratamento é a terapia de reposição de tiamina. Além do tratamento dos pacientes com sintomas de deficiência de vitamina B1 (ou seja, encefalopatia de Wernicke, beribéri úmido ou seco), a suplementação de tiamina deve ser considerada em todos os pacientes com alto risco de deficiência.

A deficiência de vitamina B1 tem um diagnóstico clínico e, como os sintomas manifestos são inespecíficos, a terapia de reposição de tiamina deve ser iniciada imediatamente com base em qualquer suspeita de deficiência. O tratamento não deve ser protelado enquanto se espera pelos resultados de investigações adicionais para excluir outros diagnósticos.

Não há dados suficientes de ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRC) para recomendar doses padrão para o tratamento da deficiência de vitamina B1.[52] Portanto, os esquemas de dosagem são baseados no consenso da opinião de especialistas. Como a tiamina oral tem baixa absorção, deve ser administrada por via intravenosa em ambiente hospitalar ou por via intramuscular na comunidade.[6] Devido ao fato da reintrodução da alimentação poder ser um fator de risco para o desencadeamento da encefalopatia de Wernicke, a tiamina sempre deve ser administrada antes das refeições ou da terapia com glicose intravenosa.

Tratamento de adultos hospitalizados sintomáticos ou assintomáticos em risco

Deve-se administrar uma alta dose de tiamina intravenosa por 3 dias e avaliar a resposta clínica. Se não houver melhora clínica, o tratamento deve ser descontinuado. Se houver evidências de melhora clínica, a continuidade do tratamento com tiamina intravenosa deve ser mantida em dose mais baixa por mais 5 dias ou até que a melhora clínica cesse.

Deve-se considerar a administração de uma dose alta de tiamina intravenosa por 3 dias em todos os adultos assintomáticos com alto risco de deficiência de vitamina B1.

Anafilaxia e reações anafilactoides podem ocorrer quando a tiamina é administrada por via parenteral.[7] Portanto, é recomendado que a tiamina intravenosa seja administrada em hospital que disponham de unidades de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e adrenalina.[28]

Os níveis de magnésio, potássio e fosfato também devem ser medidos e a terapia de reposição deve ser iniciada conforme necessário.[7]

Suplementação durante programas de abstinência alcoólica da comunidade

Tiamina profilática oral deve ser oferecida a indivíduos que consomem bebidas alcoólicas de maneira arriscada ou dependente antes ou durante a abstinência alcoólica com assistência médica planejada.[53]

Tratamento de crianças e bebês sintomáticos

A deficiência de vitamina B1 em bebês e crianças é extremamente rara no Ocidente. Os bebês (amamentados pelo peito ou por mamadeira) com deficiência de vitamina B1 sintomática devem ser tratados com infusão intravenosa lenta de tiamina, seguido por 7 dias de tiamina por via intramuscular e depois por 3 a 6 semanas de terapia oral. Os bebês alimentados por mamadeira devem receber leite em pó fortificado com tiamina em associação com a suplementação de tiamina acima. As mães de lactentes com deficiência de vitamina B1 também devem ser tratadas com 7 semanas de tiamina oral.[5]

Não há doses estabelecidas na literatura para a reposição de tiamina em crianças com deficiência de vitamina B1 sintomática, mas pode ser apropriado tratar crianças jovens com o mesmo esquema de dosagem de bebês.

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