Priapismo
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- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
priapismo isquêmico ou recorrente (stuttering)
observação
Para priapismo isquêmico ou recorrente (stuttering) com duração de até 4 horas, observação ou tratamento são opções aceitáveis de manejo, dependendo da preferência do médico ou do paciente.[21]Bivalacqua TJ, Burnett AL. Priapism. In: Graham SD, Glen JF, eds. Glenn’s urologic surgery. 7th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2010:487-91. No entanto, atrasos no tratamento predispõem o paciente a lesão tecidual, o que o coloca em risco de desenvolver disfunção erétil. Logo, encoraja-se o tratamento imediato de todos os episódios de priapismo isquêmico ou de "stuttering".
Priapismo isquêmico ou recorrente (stuttering) com duração >4 horas é uma emergência e exige tratamento imediato.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
aspiração ± irrigação
Para priapismo isquêmico ou recorrente (stuttering) com duração de até 4 horas, observação ou tratamento são opções aceitáveis de manejo, dependendo da preferência do médico ou do paciente.[21]Bivalacqua TJ, Burnett AL. Priapism. In: Graham SD, Glen JF, eds. Glenn’s urologic surgery. 7th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2010:487-91. No entanto, atrasos no tratamento predispõem o paciente a lesão tecidual, o que o coloca em risco de desenvolver disfunção erétil. Logo, encoraja-se o tratamento imediato de todos os episódios de priapismo isquêmico ou de "stuttering".
Anestesia com bloqueio do nervo peniano é administrada antes da aspiração ou da injeção intracavernosa.[5]Berger R, Billups K, Brock G, et al. Report of the American Foundation for Urologic Disease (AFUD) Thought Leader Panel for evaluation and treatment of priapism. Int J Impot Res. 2001 Dec;13(suppl 5):S39-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11781746?tool=bestpractice.com
O sangue peniano é aspirado usando uma seringa não heparinizada. A aspiração terapêutica pode ser feita simultaneamente com amostras de gasometria do sangue cavernoso após a inserção de uma agulha para veia tipo scalp (calibre 16 ou 18) diretamente no corpo cavernoso.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
A irrigação/lavagem dos corpos cavernosos com soro fisiológico ou fenilefrina diluída em soro fisiológico em uma concentração de 100-500 microgramas/mL pode ser usada em conjunto com a aspiração. Se a fenilefrina não estiver disponível, outros simpatomiméticos poderão ser usados.
O uso de pressão para baixo nas glandes do pênis ereto também facilita a evacuação do sangue das agulhas colocadas para irrigação e aspiração. É necessário prestar atenção para não desalojar as agulhas enquanto a pressão para baixo e compressão das glandes são feitas. Caso estas sejam desalojadas, será necessário recorrer ao uso de agulhas de seringa adicionais para permitir evacuar o sangue.
injeção intracavernosa de agente simpatomimético
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A fenilefrina é o agente simpatomimético preferido, pois apresenta menor risco de efeitos adversos cardiovasculares que outros agentes e está associada a uma taxa maior de detumescência.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com No entanto, se a fenilefrina não estiver disponível, outros agonistas alfa-adrenérgicos podem ser usados.
Para injeções intracavernosas em pacientes adultos, a fenilefrina deve ser diluída em soro fisiológico em uma concentração de 100-500 microgramas/mL e injeções de 1 mL devem ser administradas a cada 5 minutos ou mais até o desintumescimento, ou por aproximadamente 1 hora antes de se decidir que o tratamento não será bem sucedido.
Durante e após a injeção intracavernosa de qualquer agente simpatomimético, o paciente deve ser monitorado quanto aos efeitos adversos conhecidos (por exemplo, hipertensão aguda, cefaleia, bradicardia reflexa, taquicardia, palpitações e arritmias cardíacas). Recomenda-se monitoramento da pressão arterial e realização de um ECG em todos os pacientes submetidos a um processo de aspiração com irrigação, especialmente aqueles com risco cardiovascular alto.
Se após uma duração razoável (alguns sugerem 1 hora) e progressão da dose de fenilefrina (alguns sugerem administrar 1000 microgramas de fenilefrina diluída ao longo de 1 hora) o pênis continuar intumescido, deve-se considerar uma ultrassonografia com Doppler para avaliar o estado do fluxo arterial cavernoso no pênis.[2]Burnett AL, Bivalacqua TJ. Priapism: current principles and practice. Urol Clin North Am. 2007 Nov;34(4):631-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17983902?tool=bestpractice.com [5]Berger R, Billups K, Brock G, et al. Report of the American Foundation for Urologic Disease (AFUD) Thought Leader Panel for evaluation and treatment of priapism. Int J Impot Res. 2001 Dec;13(suppl 5):S39-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11781746?tool=bestpractice.com O inchaço e edema após uma detumescência apropriada com aspiração e irrigação podem apresentar-se como priapismo isquêmico e, portanto, uma ultrassonografia pode confirmar ou descartar se o sangue foi devidamente evacuado dos corpos cavernosos.
Opções primárias
injeção de fenilefrina: (100-500 microgramas/mL) 1 mL por via intracavernosa a cada 5 minutos ou mais, máximo de 1000 microgramas
Opções secundárias
efedrina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
adrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
noradrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
metaraminol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
aspiração ± irrigação
Anestesia com bloqueio do nervo peniano é administrada antes da aspiração ou da injeção intracavernosa.[5]Berger R, Billups K, Brock G, et al. Report of the American Foundation for Urologic Disease (AFUD) Thought Leader Panel for evaluation and treatment of priapism. Int J Impot Res. 2001 Dec;13(suppl 5):S39-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11781746?tool=bestpractice.com
O sangue peniano é aspirado usando-se uma seringa não heparinizada. A aspiração terapêutica pode ser feita simultaneamente com amostras de gasometria do sangue cavernoso após a inserção de uma agulha para veia do tipo scalp (calibre 16 ou 18) diretamente no corpo cavernoso.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
A irrigação/lavagem dos corpos cavernosos com soro fisiológico ou fenilefrina diluída em soro fisiológico em uma concentração de 100-500 microgramas/mL pode ser usada em conjunto com a aspiração. Se a fenilefrina não estiver disponível, outros simpatomiméticos poderão ser usados.
O uso de pressão para baixo na glande do pênis ereto também facilita a evacuação do sangue das agulhas colocadas para irrigação e aspiração. É necessário prestar atenção para não desalojar as agulhas enquanto é feita pressão para baixo e compressão da glande. Caso estas sejam desalojadas, será necessário recorrer ao uso de agulhas de seringa adicionais para permitir evacuar o sangue.
As diretrizes europeias e dos EUA diferem em relação à implementação das terapias de primeira linha durante episódios de priapismo isquêmico de duração estendida (>48 horas).[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com [4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9 É improvável que os tratamentos de primeira linha sejam bem-sucedidos nessas circunstâncias, e eles devem ser tentados a critério do cirurgião.
injeção intracavernosa de agente simpatomimético
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A fenilefrina é o agente simpatomimético preferido, pois apresenta menor risco de efeitos adversos cardiovasculares que outros agentes e está associada a uma taxa maior de detumescência.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com No entanto, se a fenilefrina não estiver disponível, outros agonistas alfa-adrenérgicos podem ser usados.
Para injeções intracavernosas em pacientes adultos, a fenilefrina deve ser diluída em soro fisiológico em uma concentração de 100-500 microgramas/mL e injeções de 1 mL devem ser administradas a cada 5 minutos ou mais até o desintumescimento, ou por aproximadamente 1 hora antes de se decidir que o tratamento não será bem sucedido.
Durante e após a injeção intracavernosa de qualquer agente simpatomimético, o paciente deve ser monitorado quanto aos efeitos adversos conhecidos (por exemplo, hipertensão aguda, cefaleia, bradicardia reflexa, taquicardia, palpitações e arritmias cardíacas). Recomenda-se monitoramento da pressão arterial e realização de um ECG em todos os pacientes submetidos a um processo de aspiração com irrigação, especialmente aqueles com risco cardiovascular alto.
Se após uma duração razoável (alguns sugerem 1 hora) e progressão da dose de fenilefrina (alguns sugerem administrar 1000 microgramas de fenilefrina diluída ao longo de 1 hora) o pênis continuar intumescido, deve-se considerar uma ultrassonografia com Doppler para avaliar o estado do fluxo arterial cavernoso no pênis.[2]Burnett AL, Bivalacqua TJ. Priapism: current principles and practice. Urol Clin North Am. 2007 Nov;34(4):631-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17983902?tool=bestpractice.com [5]Berger R, Billups K, Brock G, et al. Report of the American Foundation for Urologic Disease (AFUD) Thought Leader Panel for evaluation and treatment of priapism. Int J Impot Res. 2001 Dec;13(suppl 5):S39-43. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11781746?tool=bestpractice.com O inchaço e edema após uma detumescência apropriada com aspiração e irrigação podem apresentar-se como priapismo isquêmico e, portanto, uma ultrassonografia pode confirmar ou descartar se o sangue foi devidamente evacuado dos corpos cavernosos.
Opções primárias
injeção de fenilefrina: (100-500 microgramas/mL) 1 mL por via intracavernosa a cada 5 minutos ou mais, máximo de 1000 microgramas
Opções secundárias
efedrina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
adrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
noradrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
metaraminol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
cirurgia de shunt peniano
Deve-se considerar shunts cirúrgicos para priapismo isquêmico somente se a injeção intracavernosa de simpatomiméticos fracassar.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com [4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
Um shunt corporoglanular distal percutâneo é a primeira escolha, já que é mais simples e tem menores taxas de complicação que as demais abordagens.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com No procedimento de shunt com agulha de biópsia (Winter), uma agulha de biópsia de grande calibre é colocada por via percutânea através da glande peniana. Se os shunts distais percutâneos falharem, proceder a um shunt distal a céu aberto será o próximo passo. No procedimento de Al-Ghorab, pode ocorrer a excisão de um pedaço da túnica albugínea da ponta do corpo cavernoso. Foram descritas modificações na cirurgia de shunt de Al-Ghorab corpoglanular.[40]Burnett AL, Pierorazio PM. Corporal "snake" maneuver: corporoglanular shunt surgical modification for ischemic priapism. J Sex Med. 2009 Apr;6(4):1171-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19207268?tool=bestpractice.com
Deve-se considerar o tunelamento corporal (por exemplo, modificação de Burnett) nos pacientes com priapismo isquêmico persistente após um shunt corpoglanular distal.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com O shunt distal com tunelamento corporal está associado a um sucesso considerável no alívio do priapismo, mas pode afetar a função erétil pós-procedimento em maior nível que o shunt distal isolado.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
Se os procedimentos de shunt falharem no alívio do priapismo, deve-se considerar abordagens alternativas (shunt proximal), usando os shunts de Quackels ou de Sacher (criando uma janela entre o corpo cavernoso e o corpo esponjoso). No entanto, o shunt proximal é considerado, por alguns especialistas, um procedimento histórico que foi amplamente substituído pelo shunt distal com procedimentos de tunelização.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
Como último recurso, deve-se realizar anastomoses/shunts venosos, como a técnica de Grayhack (criando uma janela no corpo cavernoso fazendo uma anastomose com a veia safena) ou a técnica de shunt de Barry (criando uma janela no corpo cavernoso fazendo uma anastomose com a veia dorsal profunda).
prótese peniana
As diretrizes dos EUA declaram que a colocação de prótese peniana pode ser considerada em caso de priapismo isquêmico agudo não tratado de >36 horas de duração ou naqueles refratários ao shunt, com ou sem tunelização.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com As indicações relativas das diretrizes europeias para prótese peniana em pacientes com priapismo isquêmico incluem duração >48 horas, falha do tratamento clínico, RNM ou biópsia corporal com evidências de necrose do músculo liso, ou falha dos procedimentos de shunt.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
A colocação de implante peniano deve ocorrer até 3 semanas após o episódio de priapismo isquêmico agudo, embora os pacientes submetidos a shunts penianos distais possam precisar esperar mais para a cicatrização adequada do tecido corporal distal.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
O implante peniano depende do quadro clínico do paciente e do nível de experiência do cirurgião. Um implante peniano maleável pode oferecer menor risco cirúrgico e pós-cirúrgico.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
Em homens que se apresentam com episódios refratários recorrentes de priapismo isquêmico, submetidos previamente a manejo cirúrgico de priapismo, seja aspiração e irrigação repetidas ou procedimentos de shunt repetitivos mais invasivos, a prótese peniana é uma alternativa adequada, melhor que submeter o paciente a procedimentos de shunt adicionais futuros.[41]Ralph DJ, Garaffa G, Muneer A, et al. The immediate insertion of a penile prosthesis for acute ischaemic priapism. Eur Urol. 2009 Dec;56(6):1033-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18930579?tool=bestpractice.com [42]Monga M, Broderick GA, Hellstrom WJ. Priapism in sickle cell disease: the case for early implantation of the penile prosthesis. Eur Urol. 1996;30(1):54-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8854068?tool=bestpractice.com [43]Montague DK, Angermeier KW. Corporeal excavation: new technique for penile prosthesis implantation in men with severe corporeal fibrosis. Urology. 2006 May;67(5):1072-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16581112?tool=bestpractice.com [44]Rees RW, Kalsi J, Minhas S, et al. The management of low-flow priapism with the immediate insertion of a penile prosthesis. BJU Int. 2002 Dec;90(9):893-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12460352?tool=bestpractice.com [45]Tausch TJ, Evans LA, Morey AF. Immediate insertion of a semirigid penile prosthesis for refractory ischemic priapism. Mil Med. 2007 Nov;172(11):1211-2. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18062399?tool=bestpractice.com
priapismo não isquêmico
observação ± tratamento conservador
O tratamento inicial do priapismo não isquêmico é a observação, com uma opção para o tratamento conservador.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com [4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
As diretrizes dos EUA recomendam 4 semanas como um período de observação razoável, a menos que o paciente apresente desconforto significativo. Após o período de monitoramento de 4 semanas, a fístula deve ser reavaliada com ultrassonografia Doppler-duplex colorido para verificar se começou a fechar. Caso a fístula esteja inalterada, ou caso o paciente sinta desconforto constante, a intervenção pode ser considerada.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
Os métodos de tratamento conservador incluem aplicar gelo no períneo ou compressão perineal, com ou sem orientação por ultrassonografia.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
A remissão espontânea é observada na maioria dos casos, embora a disfunção erétil possa ocorrer em alguns pacientes.[46]Moussa M, Abou Chakra M, Papatsoris A, et al. An update on the management algorithms of priapism during the last decade. Arch Ital Urol Androl. 2022 Jun 30;94(2):237-47. https://www.pagepressjournals.org/index.php/aiua/article/view/aiua.2022.2.237/10206 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35775354?tool=bestpractice.com
aconselhamento e embolização da artéria cavernosa
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Intervenções invasivas podem ser realizadas a pedido do paciente, mas a probabilidade de remissão espontânea, os riscos de disfunção erétil relacionados ao tratamento e o risco relativamente baixo de complicações, caso não seja realizado nenhum tratamento ativo, devem ser discutidos com o paciente antes de se realizar qualquer procedimento.
O fracasso da observação ou do tratamento conservador justifica a discussão do tratamento com embolização arterial seletiva.[4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9 [46]Moussa M, Abou Chakra M, Papatsoris A, et al. An update on the management algorithms of priapism during the last decade. Arch Ital Urol Androl. 2022 Jun 30;94(2):237-47. https://www.pagepressjournals.org/index.php/aiua/article/view/aiua.2022.2.237/10206 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35775354?tool=bestpractice.com
Materiais de embolização absorvíveis (ou seja, coágulo autólogo, gel em espuma) e não absorvíveis (ou seja, microespirais, partículas de álcool polivinil) estão disponíveis para uso e alcançam resultados similares.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com Alguns estudos sugerem que o coágulo autólogo está associado com uma taxa de recorrência mais alta, e que as partículas de álcool polivinil oferecem a melhor recuperação da função erétil; no entanto, os dados continuam inconclusivos.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com [4]European Association of Urology. Guidelines: sexual and reproductive health. 2022 [internet publication]. https://uroweb.org/guidelines/sexual-and-reproductive-health#9
Caso a tentativa inicial de embolização falhe, os pacientes devem receber uma segunda tentativa, idealmente com partículas de álcool polivinil não reabsorvíveis.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
Estudos sugerem que a embolização causa resolução do priapismo não isquêmico em 85% dos pacientes, com 80% mantendo ereções funcionais. No entanto, a embolização representa um risco para disfunção erétil; pode haver recorrência do priapismo.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
ligadura cirúrgica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O manejo cirúrgico do priapismo não isquêmico deve ser considerado se repetidas tentativas de embolização tiverem falhado. Geralmente, isso envolve a ligadura cirúrgica direta das fístulas sinusoidais ou pseudoaneurismas cavernosos. A cirurgia deve ser realizada com ultrassonografia Doppler-duplex colorida intraoperatória.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
priapismo recorrente (stuttering)
tratamento de quadro clínico subjacente
Qualquer afecção clínica subjacente deve ser manejada adequadamente.
terapia preventiva
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os dados de eficácia e de segurança continuam sendo insuficientes para recomendar estratégias de prevenção ideais com certeza.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
O baclofeno, a dutasterida (um inibidor de 5-alfa redutase), a tadalafila ou a sildenafila (inibidores de fosfodiesterase-5) o, cetoconazol com prednisolona, a pseudoefedrina, a ciproterona (um antiandrogênico) e aspirina orais foram todos usados com graus de sucesso variados. A etilefrina, a hidroxiureia e a exsanguineotransfusão automática podem ser consideradas em associação com essas terapias nos indivíduos com priapismo recorrente e anemia falciforme.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
Uma metanálise de diferentes tratamentos medicamentosos, incluindo a sildenafila e a efedrina, não constatou nenhum efeito significativo atribuível a qualquer um dos tratamentos, em comparação com o placebo, em relação à redução na frequência do priapismo em "stuttering" em pacientes com doença falciforme.[47]Chinegwundoh FI, Smith S, Anie KA. Treatments for priapism in boys and men with sickle cell disease. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Apr 6;(4):CD004198. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004198.pub4/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32251534?tool=bestpractice.com
O cetoconazol com prednisolona parece ser a intervenção farmacológica mais efetiva para a prevenção do priapismo isquêmico (stuttering) recorrente.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com A orientação de um especialista é necessária; o cetoconazol pode causar lesão hepática grave e insuficiência adrenal.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com O fígado e a função adrenal devem ser monitorados antes e durante o tratamento.
Agentes hormonais, como o cetoconazol e a ciproterona, não devem ser usados em pacientes que não tiverem atingido a maturação sexual completa e a estatura adulta.
autoinjeção intracavernosa de fenilefrina ou outro agente simpatomimético
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pode ser considerada nos pacientes que forem refratários ou rejeitarem o tratamento sistêmico; no entanto, essa não é uma estratégia preventiva.[1]Bivalacqua TJ, Allen BK, Brock GB, et al. The diagnosis and management of recurrent ischemic priapism, priapism in sickle cell patients, and non-ischemic priapism: an AUA/SMSNA guideline. J Urol. 2022 Jul;208(1):43-52. https://www.auajournals.org/doi/10.1097/JU.0000000000002767 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35536142?tool=bestpractice.com
O paciente deve ser aconselhado em relação à administração e aos efeitos adversos dos agentes simpatomiméticos. Caso ocorra um episódio de priapismo, o paciente pode tomar uma injeção após ter aprendido a fazê-lo no hospital.
É essencial que o paciente seja instruído a buscar cuidados médicos se o priapismo durar >3 horas, pois é necessário tratamento médico imediato.
O medicamento é injetado com uma agulha de calibre 30 na região lateral do pênis, próxima à base, depois de a pele ser limpa com um swab de álcool. Recomenda-se compressão no local da injeção por 7-10 minutos para prevenir a formação de hematomas. Hematomas leves e dor no local da injeção são comuns.
Para injeções intracavernosas em pacientes adultos, a fenilefrina deve ser diluída em soro fisiológico em uma concentração de 100-500 microgramas/mL e injeções de 1 mL administradas a cada 5 minutos ou mais até o desintumescimento, ou por aproximadamente 1 hora antes de se decidir se o tratamento não terá tido sucesso.
Opções primárias
injeção de fenilefrina: (100-500 microgramas/mL) 1 mL por via intracavernosa a cada 5 minutos ou mais, máximo de 1000 microgramas
Opções secundárias
efedrina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
adrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
noradrenalina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
metaraminol: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
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