Novos tratamentos

Baclofeno

Esse derivado de ácido gama-aminobutírico é um relaxante muscular. O baclofeno provavelmente exerce efeitos sobre o sistema nervoso central, bem como sobre os músculos bulbo e isquiocavernosos.[48] Vários relatos descreveram uma resposta benéfica com o uso de baclofeno intratecal ou oral em homens com ereções reflexogênicas recorrentes; acredita-se que o baclofeno intratecal seja mais eficaz.[49][50][51][52] Esse tipo de priapismo está associado à espasticidade muscular em homens com lesões na medula espinhal e doença neurológica e não está classificado como isquêmico ou não isquêmico. São necessários estudos adicionais para determinar de esses achados se estendem a episódios isquêmicos ou recorrentes.[53] 

Inibidores de fosfodiesterase-5 (PDE-5)

Em doses baixas, os inibidores de PDE5 orais comumente usados para tratar disfunção erétil (por exemplo, sildenafila, tadalafila) têm um efeito paradoxal no alívio do priapismo recorrente/stuttering.[54][55][56][57] Em uma série de casos, a terapia diária com inibidor de PDE5 reduziu os episódios de priapismo isquêmico em homens com priapismo em "stuttering".[58] Relatos de casos indicam que a terapia de longo prazo com inibidores de PDE5 reduz o priapismo idiopático e o associado à doença falciforme, sem afetar a capacidade erétil normal.[59][54] Em um pequeno ensaio clínico randomizado e controlado realizado com homens com doença falciforme, não houve diferença no desfecho primário (50% de redução na frequência do priapismo) entre os grupos de placebo e a sildenafila; no entanto, durante a extensão aberta, 5 a cada 8 pacientes analisados por intenção de tratamento alcançaram o desfecho primário.[60] Os inibidores da PDE5 devem ser iniciados quando o pênis estiver flácido, não durante uma recorrência/episódio de stuttering.[49] Normalmente, há uma demora de uma semana para que o tratamento seja efetivo.[49] O uso de inibidores de PDE5 para tratamento do priapismo isquêmico stuttering é contraindicado nas bulas das embalagens; sendo assim, atualmente são considerados para fins de investigação.[61]

Cetoconazol com prednisona

Um tratamento potencialmente eficaz para homens pré-puberais ou que estejam buscando a fertilidade. Embora o cetoconazol seja bem conhecido como agente antifúngico, um de seus efeitos colaterais é a redução dos níveis de testosterona.[62][63][64] Esse efeito colateral justifica seu uso no tratamento do priapismo recorrente.[62][63][64] Os pacientes precisam ser monitorados de maneira rigorosa, e a prednisona é coadministrada com cetoconazol devido à capacidade deste de bloquear a produção de esteroides adrenais. Em uma série de casos, o tratamento com cetoconazol e prednisona por 6 meses demonstrou reduzir o priapismo recorrente, mantendo a função sexual nos homens por um período médio de acompanhamento pós-tratamento de 3 anos.[65] Embora ele tenha sido relatado como bem tolerado e custo-efetivo para esses pacientes, os resultados precisam ser expandidos em ensaios clínicos randomizados e controlados antes de serem disseminados.[66] O cetoconazol pode causar lesão hepática grave e insuficiência adrenal.  Seu uso requer orientação especializada e é contraindicado nos pacientes com doença hepática. Se usado, as funções hepática e adrenal devem ser monitoradas antes e durante o tratamento.

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