Complicações
Tanto o tabagismo quanto a NRT aumentam a resistência insulínica. O efeito da NRT na resistência insulínica é menor que o do tabagismo. Os pacientes com diabetes cuja glicemia é controlada minuciosamente devem ter seus níveis glicêmicos monitorados para hipoglicemia quando eles pararem de fumar ou quando eles interromperem o uso da NRT, pois a resistência insulínica ficará reduzida.
Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos nos tabagistas reduzem os níveis séricos da teofilina e de alguns medicamentos psiquiátricos incluindo alprazolam, clorpromazina, clomipramina, clozapina, diazepam, flufenazina, fluvoxamina, haloperidol, imipramina, lorazepam, olanzapina e oxazepam. O abandono do hábito de fumar pode, portanto, resultar em aumentos de 10% a 40% nos níveis sanguíneos desses medicamentos. É necessário um monitoramento cuidadoso, e podem ser necessárias reduções das doses para evitar toxicidade.[219]
A NRT pode causar flutuações agudas, mas clinicamente mínimas, na frequência cardíaca e pressão arterial em pacientes com hipertensão. No entanto, estudos demonstraram que a NRT é segura nesses pacientes. Em pacientes apresentando hipertensão não tratada ou não controlada e desejando a cessação do tabagismo, os dois problemas podem ser tratados simultaneamente (começando a NRT e anti-hipertensivos ao mesmo tempo).
O abandono do hábito de fumar é geralmente acompanhado por ganho de peso, de 4 a 6 kg, devido à combinação de maior ingestão de energia, devido à necessidade de substituir cigarros por comida dentro do hábito de levar a mão à boca e de gratificação oral, e às taxas metabólicas menores.[213] Preocupações sobre o ganho de peso principalmente entre as mulheres fumantes pode reduzir a motivação de parar, embora os riscos do ganho de peso à saúde sejam pequenos em comparação com os riscos de manter o tabagismo.
Um estudo mostrou que um aumento no índice de massa corporal após o abandono do hábito de fumar não surtiu efeito moderador na associação protetora entre abandono do hábito de fumar e infarto do miocárdio e AVC.[214] É recomendado aconselhar os fumantes a limitar sua ingestão de calorias durante as tentativas de parar, pois a fome pode desencadear as fissuras e reduzir as taxas de abandono. Esta abordagem não foi eficaz na redução do ganho de peso.[215] Planos de controle de peso comportamentais individualizados, programas de exercícios, dietas com baixíssima caloria e terapia cognitivo-comportamental podem reduzir o ganho de peso sem reduzir as taxas de abandono, mas os efeitos dessas intervenções são modestos.[216] Pesquisas adicionais são necessárias. Nenhuma intervenção farmacológica específica para reduzir o ganho de peso mostrou evidência de benefício em longo prazo, embora a terapia de reposição de nicotina (NRT), antidepressivos e provavelmente a vareniclina para o abandono do hábito de fumar reduzam o ganho de peso em curto prazo.[215] Os dados sugerem que uma combinação de medicamentos para o abandono do hábito de fumar resultam em menos ganho de peso pós-abandono, no curto prazo, comparado com a monoterapia ou placebo.[217] Nas pessoas com transtornos mentais graves, um suporte comportamental adjuvante para o ganho de peso (por exemplo, aconselhamento sobre controle do peso e suporte para atividades físicas) pode ser benéfico, além do tratamento padrão para o abandono do hábito de fumar.[218]
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