Diagnósticos diferenciais
Doença do coronavírus 2019 (COVID-19)
SINAIS / SINTOMAS
Contato próximo com um caso suspeito ou confirmado nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas.
Pode ser difícil distinguir clinicamente da pneumonia bacteriana. Além de febre, tosse e dispneia, outros sintomas manifestos comuns incluem mialgia, fadiga e alteração no paladar e/ou olfato.
A ausculta torácica pode revelar estertores inspiratórios, chiados e/ou sopro tubário nos pacientes com pneumonia ou desconforto respiratório.
Os pacientes com desconforto respiratório podem apresentar taquicardia, taquipneia ou cianose acompanhando hipóxia.
Investigações
Reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa em tempo real (RT-PCR): positiva para RNA de síndrome respiratória aguda grave por coronavírus 2 (SARS-CoV-2).
Não é possível diferenciar a COVID-19 de outras causas de pneumonia à imagem do tórax.
Causas não infecciosas da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS)
SINAIS / SINTOMAS
A SRIS pode surgir por um achado inespecífico de um hospedeiro de outros estados patológicos, inclusive recuperação pós-operatória, trauma, queimaduras, rejeição de transplante, hipertireoidismo, crise de Addison, reações à transfusão de hemoderivados, doença do soro, imunizações e infarto ou hemorragias do sistema nervoso central.
Investigações
Testes específicos são recomendados por suspeita clínica de causa subjacente.
Intervenções clínicas associadas (por exemplo, cateterismo, procedimentos cirúrgicos, ventilação) posteriormente podem causar infecções sobrepostas tornando a sepse uma ameaça e possibilidade constantes.
A identificação de um agente infeccioso específico é decisiva para diferenciar a sepse de SRIS.
Infarto do miocárdio
SINAIS / SINTOMAS
Os sintomas que sugerem infarto do miocárdio são dor e pressão torácicas irradiando-se para o braço esquerdo ou a mandíbula. Pode haver dor na região epigástrica.
Os pacientes podem apresentar choque cardiogênico com dispneia e hipotensão. Febre baixa e proteína C-reativa aumentada também podem estar presentes.
Investigações
Alterações isquêmicas no eletrocardiograma (ECG).
Creatina quinase-MB (CK-MB) e troponina elevadas.
Pericardite
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes podem apresentar dor torácica pleurítica aguda com pontadas (que geralmente melhora ao sentar e inclinar-se para frente e piora ao deitar) e ocasionalmente febre baixa.
Investigações
O ECG pode apresentar uma elevação côncava do segmento ST globalmente e depressão do segmento PR.
O ecocardiograma pode demonstrar um derrame pericárdico; ausência de anormalidades da contratilidade da parede ventricular esquerda.
Miocardite
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes geralmente apresentam um pródromo viral (que pode incluir uma febre baixa), dispneia ou doença autoimune subjacente, como o lúpus eritematoso sistêmico.
Medicamentos como antibióticos, diuréticos tiazídicos, antiepilépticos, digoxina, lítio, amitriptilina e dobutamina podem indicar etiologia medicamentosa.
Investigações
O ECG pode exibir alterações inespecíficas no segmento ST e anormalidades na onda T.
Os marcadores inflamatórios podem estar elevados.
Dois ecocardiogramas bidimensionais demonstram anormalidades e dilatação do movimento ventricular esquerda regionais e globais.
Pancreatite aguda
SINAIS / SINTOMAS
Pode apresentar dor abdominal irradiando para as costas, febre baixa e hipovolemia.
Pode haver antecedentes de pedras na vesícula, uso de bebidas alcoólicas ou infecções virais (por exemplo, caxumba).
Investigações
Elevação da amilase sérica, lipase, glicose; cálcio baixo.
Embolia pulmonar maciça
SINAIS / SINTOMAS
Geralmente apresenta dispneia aguda e hipotensão. Os sintomas também podem incluir febre, diminuição da consciência, síncope ou pré-síncope e dor torácica pleurítica. Fatores de risco para doença tromboembólica podem ser evidentes.
Investigações
O angiotomografia pulmonar mostra uma falha de enchimento nas artérias pulmonares.
Leucemia
SINAIS / SINTOMAS
Pode apresentar febre, leucocitose, anemia, taquicardia, disfunção de múltiplos órgãos e dispneia, e assim atender aos critérios de diagnóstico para (suspeita de) sepse.
O imunocomprometimento pode ainda facilitar o desenvolvimento de infecções ou o aumento da suspeita clínica de infecção não diagnosticada.
Investigações
As biópsias de esfregaço sanguíneo, medula óssea, tumor ou linfonodos podem identificar células neoplásicas.
Hipertermia maligna
SINAIS / SINTOMAS
É uma condição rara caracterizada por hipertermia grave (>41.1 °C [106 °F]) e rigidez muscular seguida da administração de agentes anestésicos (por exemplo, succinilcolina para intubação). Também pode ocorrer acidose láctica, hipercalemia, rabdomiólise, hipóxia e arritmias.[113]
A hipertermia maligna é um distúrbio hereditário (autossômico dominante) e é necessário que haja um alto índice de suspeita se houver uma história familiar positiva.[113]
Investigações
O teste de contratura a cafeína-halotano (TCCH) é mais comumente usado para rastrear suscetibilidade.[114]
O TCCH requer biópsia muscular e testes em laboratórios regionais específicos após a resolução do episódio.
Nenhum teste é clinicamente útil para direcionar a terapia na situação aguda.
Mutações no gene do receptor de rianodina tipo 1 (RyR1) estão associadas à suscetibilidade à HM.
Febre e coma induzido por medicamento
SINAIS / SINTOMAS
Isso inclui síndrome neuroléptica maligna, síndrome serotoninérgica, delirium tremens e acidose láctica por metformina.
História de uso de medicamento causativo.
Investigações
Diagnóstico clínico. Testes específicos não estão prontamente disponíveis.
Cetoacidose diabética
SINAIS / SINTOMAS
História de diabetes associada a uma insulinoterapia abaixo do ideal. Uma doença clínica aguda recente ou presente, incluindo sepse, pode ser o fator precipitante.
Os sintomas comuns incluem dor abdominal associada a poliúria, polifagia e polidipsia.
Investigações
Glicose sanguínea >13.9 mmol/L (>250 mg/dL) com acidose e cetonemia.
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