Prognóstico

Em virtude das limitações dos métodos atuais de diagnóstico de miocardite, não é surpresa que sua história natural e o prognóstico associado sejam tão variados quanto seus quadros clínicos. Um estudo que observou os desfechos em pacientes que apresentavam miocardite aguda não encontrou conexão entre as variáveis clínicas e o prognóstico.[111] Apesar disso, múltiplos fatores têm sido relacionados a desfechos favoráveis ou mais desfavoráveis. Existe uma associação definitiva entre o fator de risco associado à miocardite ou um tipo específico de miocardite e o prognóstico do paciente.[5]​ Além disso, a gravidade da doença à apresentação tende a se correlacionar com o desfecho em longo prazo.

Persistência do ácido desoxirribonucleico (DNA) do genoma viral cardiotrópico detectado por reação em cadeia da polimerase na biópsia endomiocárdica (BEM)

O prognóstico de pacientes em que a análise por reação em cadeia da polimerase do DNA na BEM é positiva para um genoma viral cardiotrópico tem sido estudado. Pacientes que apresentam análise persistentemente positiva de genoma viral na BEM demonstram agravamento da fração de ejeção ventricular esquerda (VE) e do desfecho em comparação com os que apresentam teste negativo em BEMs subsequentes.[112]

Miocardite fulminante

Pacientes que apresentam miocardite fulminante surpreendentemente tendem a ter melhores desfechos que os que apresentam miocardite aguda mais leve. Um estudo de 11 anos em pacientes que apresentavam miocardite mostrou uma sobrevida de 93% sem transplante cardíaco em pacientes com miocardite fulminante, em oposição a 45% em pacientes com miocardite aguda.[113]

Miocardite de células gigantes

Apesar da discreta melhora na mortalidade com terapia imunossupressora, pacientes com miocardite de células gigantes apresentam os piores desfechos, com uma sobrevivência mediana de 5.5 meses a partir do início dos sintomas de insuficiência cardíaca.[91]

Apresentação simulando infarto do miocárdio (IAM)

Pacientes que apresentam dor torácica e alterações no eletrocardiograma (ECG) similares às observadas no infarto do miocárdio com elevação do segmento ST têm uma recuperação quase uniforme sem qualquer disfunção cardíaca residual.[17]

Resolução histológica da inflamação miocárdica

Pacientes com resolução histológica de infiltração celular miocárdica na repetição da BEM tendem a apresentar melhora na função cardíaca e um desfecho clínico favorável.[114]

Marcadores imunológicos séricos

Pacientes com cardiomiopatia idiopática e níveis séricos elevados de receptores de fator de necrose tumoral alfa 1 (TNF-alfa 1) e fas na apresentação têm uma evolução clínica pior e uma maior probabilidade de não recuperar a função VE que os que apresentam níveis séricos mais baixos.[115]

Achados de RNM cardíaca

Uma RNM cardíaca normal indica um prognóstico favorável em longo prazo, independentemente dos achados clínicos e outros achados. O edema miocárdico sem fibrose também está associado a um prognóstico positivo.[56]

Por outro lado, uma quantidade significativa de realce precoce e tardio com gadolínio se correlaciona com um prognóstico desfavorável.[56]

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