História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem vírus da imunodeficiência humana (HIV) e outras infecções, vacinação contra varíola, doenças autoimunes/mediadas imunologicamente e períodos periparto e pós-parto.

síndrome viral (prévia)

Um pródromo viral de febre, mialgia, sintomas respiratórios ou gastroenterite nas 2 ou 3 semanas precedentes à apresentação inicial é comum nos pacientes que se apresentam com miocardite, inclusive nas crianças.

doença autoimune

Muitas doenças autoimunes estão associadas à miocardite.[26]

doença infecciosa

Muitas doenças infecciosas estão associadas à miocardite.

Incomuns

drogas e toxinas

Os medicamentos e toxinas causadores conhecidos incluem as antraciclinas (por exemplo, doxorrubicina, daunorrubicina, epirrubicina, idarrubicina), fluoropirimidinas (por exemplo, fluoruracila, capecitabina), imunoterapias (por exemplo, ipilimumabe, tremelimumabe, nivolumabe, pembrolizumabe, cemiplimabe, atezolizumabe, avelumabe, durvalumabe e trastuzumabe), arsênico, zidovudina, monóxido de carbono, etanol, ferro, interleucina-2, cocaína, anfetamina, vacina contra varíola ou mpox (varíola símia), vacina de RNAm contra SARS-CoV-2 (COVID-19; pode ocorrer com outros tipos de vacinas contra COVID-19), catecolaminas (por exemplo, adrenalina, noradrenalina, dopamina), ciclofosfamida, metais pesados (cobre, ferro, chumbo), radiação, antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, sulfonamidas), anfotericina B, diuréticos tiazídicos, anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, fenobarbital), digoxina, lítio, amitriptilina, clozapina, veneno de cobra, veneno de abelha, veneno de aranha viúva-negra, veneno de escorpião e veneno de vespa.

Outros fatores diagnósticos

comuns

idade <50 anos

Pacientes com miocardite tendem a ser mais jovens (<50 anos) que os que apresentam outras condições cardíacas mais comuns, como síndrome coronariana aguda.

dor torácica

Ocorre em 35% dos pacientes que se apresentam com miocardite, podendo ser típica, atípica ou de natureza posicional.[4][16]​ Ocorre em até 42% das crianças com miocardite.[15]

dispneia

Sintoma comum em pacientes adultos com miocardite.

Presente em aproximadamente um quarto das crianças com miocardite.[15]

ortopneia

A miocardite que se manifesta como insuficiência cardíaca congestiva (ICC) com novo episódio frequentemente causa ortopneia.

fadiga

Queixa comum em pacientes com miocardite.[16] Ocorre em até 70% das crianças com miocardite.[15]

palpitações

Frequentemente descritas por pacientes adultos com miocardite.

Ocorre em aproximadamente 16% das crianças com miocardite.[15]

estertores

Achado típico em pacientes com ICC secundária à miocardite.

estase jugular

Secundária à sobrecarga de volume. Comum em ICC causada por miocardite.

B3 em galope

Frequentemente acompanha miocardite manifestada como ICC.[16]

taquicardia sinusal

Como meio compensatório para aumentar o débito cardíaco, constitui um dos primeiros sinais que se desenvolvem em pacientes apresentando ICC causada por miocardite. Ocorre em até 57% das crianças com miocardite.[15]

arritmias atriais e ventriculares

Incluem arritmias refratárias e ritmos malignos, como taquicardia ventricular sustentada. Elas frequentemente estão presentes durante a apresentação aguda da miocardite. Ocorre em até 45% das crianças com miocardite.[15] Descobriu-se que as taquiarritmias sustentadas foram associadas a um aumento de 2.3 vezes na mortalidade em uma série de crianças com miocardite aguda.[21]

taquipneia

Presente em até 60% das crianças com miocardite; mais comum em crianças menores e lactentes.[15]

hepatomegalia

Presente em até 50% das crianças com miocardite.[15]

Incomuns

síncope

A síncope causada por arritmias ventriculares é rara, mas constitui um sintoma manifesto de miocardite. Ocorre em até 10% das crianças com miocardite.[15]

febre

Presente em até 58% das crianças com miocardite, no momento ou antes da apresentação.[15]

problemas gastrointestinais

Náuseas/vômitos ou dor abdominal podem estar presentes em até 48% das crianças com miocardite, com diarreia observada em aproximadamente 8%.[15]

rinorreia

Presente em até 44% das crianças com miocardite.[15]

tosse

Presente em até 44% das crianças com miocardite.[15]

galope de somação B3 e B4

Ocasionalmente apresenta-se no contexto de miocardite com ICC.

atrito pericárdico

A miocardite geralmente se estende ao pericárdio (miopericardite), podendo causar um atrito pericárdico audível.

hipoperfusão periférica

Evidenciada por insuficiência renal, lactato sérico elevado ou outro sinal de dano a órgão-alvo, pode estar associada a choque cardiogênico induzido por miocardite.

hipotensão

A miocardite pode se manifestar como disfunção sistólica ventricular esquerda grave, acarretando hipotensão.

alterações sensoriais

O estado mental alterado, particularmente em idosos, pode ser o primeiro sinal aparente de ICC induzida por miocardite, mesmo no contexto de pressão arterial (PA) normal.

linfadenopatia

A linfadenopatia focal ou difusa pode estar presente em pacientes com miocardite associada à sarcoidose.

dificuldade respiratória

Presente em até 47% das crianças com miocardite.[15]

Fatores de risco

Fortes

infecção (não por vírus da imunodeficiência humana [HIV])

Muitas infecções virais, bacterianas e fúngicas têm sido implicadas na patogênese da miocardite.[25][33]​ O Trypanosoma cruzi é a causa mais comum de miocardite no mundo, com uma estimativa de 18 milhões de pessoas infectadas.[7] Nos EUA, acredita-se que o adenovírus e enterovírus, como Coxsackie B, sejam a causa predominante.[45] Na Alemanha, o parvovírus B19 é o organismo mais prevalentemente isolado na biópsia endomiocárdica, ao passo que, no Japão, o vírus da hepatite C é mais comumente implicado.[46][47] Relatos de casos associaram a infecção por SARS-CoV-2 como potencial agente etiológico durante a pandemia de COVID-19.[29]

Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

A doença por HIV traz um risco elevado de o quadro do paciente evoluir para miocardite. Em um estudo post mortem de pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), constatou-se que 67% apresentaram miocardite confirmada por biópsia.[46] Além disso, dados prospectivos sugerem que a incidência precoce do desenvolvimento de miocardite é de 1.6% em pacientes HIV-positivos assintomáticos; essa incidência aumenta entre pacientes com contagens de CD4 <400 células/mm³.[47]

doenças autoimunes/mediadas imunologicamente

O lúpus eritematoso sistêmico (LES), a esclerodermia e outras doenças mediadas imunologicamente, como sarcoidose, aumentam notavelmente o risco de evoluir para miocardite nos pacientes.[48][49][50]

períodos periparto e pós-parto

Existe uma forte associação entre as mulheres no período periparto ou pós-parto e o desenvolvimento de miocardite.[4][51]

Fracos

drogas e toxinas

A miocardite por hipersensibilidade está associada a muitos medicamentos.[30][31][32][52][53][54]

Os medicamentos e exposições tóxicas que são conhecidos por causar miocardite incluem as antraciclinas (por exemplo, doxorrubicina, daunorrubicina, epirrubicina, idarrubicina), as fluoropirimidinas (por exemplo, fluoruracila, capecitabina), imunoterapias (por exemplo, ipilimumabe, tremelimumabe, nivolumabe, pembrolizumabe, cemiplimabe, atezolizumabe, avelumabe, durvalumabe e trastuzumabe), arsênico, zidovudina, monóxido de carbono, etanol, ferro, interleucina-2, cocaína, anfetamina, vacina contra varíola ou mpox (varíola símia), vacina de RNAm contra SARS-CoV-2 (COVID-19; pode ocorrer com outros tipos de vacinas contra COVID-19), catecolaminas (por exemplo, adrenalina, noradrenalina, dopamina), ciclofosfamida, metais pesados (cobre, ferro, chumbo), radiação, antibióticos (penicilinas, cefalosporinas, sulfonamidas), anfotericina B, diuréticos tiazídicos, anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, fenobarbital), digoxina, lítio, amitriptilina, clozapina, veneno de cobra, veneno de abelha, veneno de aranha viúva-negra, veneno de escorpião e veneno de vespa.

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