História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem: idade >65, sexo feminino, ingestão reduzida de fibras, estilo de vida sedentário e uso de medicamentos que induzem à constipação.

fezes infrequentes

Uma das características usadas pelo American College of Gastroenterology para descrever constipação.[4] Os pacientes usam essa características com menos frequência para descrever constipação.[1][2][3]

Os critérios de Roma IV usam uma frequência <3 defecações por semana como 1 dos 6 fatores; 2 dos 6 fatores devem estar presentes para se fazer um diagnóstico.[6][7]

dificuldade de defecar

Uma das características usadas pelo American College of Gastroenterology para descrever constipação.[4]

Pode haver tentativas sem sucesso ou demoradas de defecar.

sensação de evacuação incompleta

Os pacientes usam frequentemente para descrever constipação.

esforço excessivo

Os pacientes usam frequentemente para descrever constipação.

Outros fatores diagnósticos

comuns

fezes duras

Os pacientes usam frequentemente para descrever constipação. A consistência das fezes pode ser classificada usando a escala de forma de fezes de Bristol.

Incomuns

massa abdominal

A presença de fezes nos quadrantes abdominais inferiores esquerdo ou direito pode ser palpada. Outras massas abdominais podem indicar uma causa secundária, como um tumor.

sinais sugestivos de um distúrbio médico subjacente

Exame físico detalhado para avaliar sinais de neuropatia, diabetes, hipotireoidismo, câncer gastrointestinal e problemas neurológicos deve ser realizado.

Características de alarme detectadas pela história ou pelo exame incluem sangramento retal, fezes positivas para sangue, perda de peso, sintomas obstrutivos, surgimento recente dos sintomas, prolapso retal, mudança no calibre das fezes, idade >50 anos.

lesões anorretais

A inspeção anorretal pode detectar escoriações na pele, acrocórdon, fissuras anais ou hemorroidas.

Avaliação da sensação perineal e do reflexo anocutâneo suavemente batendo na pele perianal com uma haste flexível de algodão (ponta Q) ou agulha cega em todos os quatro quadrantes incitará contração por reflexo do esfíncter anal externo. Se esse reflexo estiver ausente, deve-se suspeitar de neuropatia.

anormalidade no exame de toque retal (ETR)

O ETR pode revelar estenose, espasmo, sensibilidade, massa, sangue, fezes ou retocele.

Se houver fezes, sua consistência deve ser anotada e o paciente deve ser questionado quanto a se estava ciente da sua presença. Não saber da presença das fezes no reto pode sugerir hipossensibilidade retal.

A avaliação do tônus em repouso e em aperto do esfíncter anal e do músculo puborretal é feita pedindo ao sujeito para apertar. O sujeito deve ser solicitado a empurrar e pressionar para baixo como se fosse defecar. Durante essa manobra, o examinador deve perceber o relaxamento do esfíncter anal externo e/ou do músculo puborretal, junto com descida perineal. Uma mão posicionada no abdome pode medir o esforço de pressão abdominal. Ausência desses achados normais deve elevar o índice de suspeita de um distúrbio de evacuação, como defecação dissinérgica.[8]

Fatores de risco

Fortes

sexo feminino

A constipação é aproximadamente duas vezes mais comum nas mulheres que nos homens.[11][12][16]​​​

Fracos

idade >65 anos

Acredita-se que a prevalência da constipação aumente com a idade, embora algumas revisões sistemáticas tenham relatado dados conflitantes ou ausência de associação.[12][13][17][18]​​​​​ Os idosos relatam mais problemas com evacuações dificultosas (esforço, fezes duras) do que infrequência.[28]

Ancestralidade africana

A prevalência da constipação é duas vezes maior em indivíduos negros, de acordo com uma revisão sistemática.[2]

situação socioeconômica baixa

Vários estudos relatam que a constipação é mais comum em pacientes de condição socioeconômica mais baixa, mas revisões sistemáticas encontraram dados inconsistentes e sugerem que essa associação pode variar de acordo com o país.[11][17]

história familiar

Uma pesquisa mostrou suscetibilidade familiar, com uma prevalência maior em irmãs, filhas e mães de mulheres constipadas, com uma razão de chances de 3.8.[29]

estilo de vida sedentário

Em um estudo longitudinal de mulheres australianas, a constipação foi menos comum em mulheres que realizavam exercício leve a moderado que em mulheres sedentárias.[30] Em outro estudo realizado com idosos, a constipação foi menos prevalente naqueles que caminhavam 0.5 km/dia em comparação àqueles que tinham mobilidade restrita.[31]

baixo consumo de fibras

Uma dieta rica em fibras aumenta o peso das fezes e acelera o tempo de trânsito colônico.[32]​ Por outro lado, uma dieta pobre em fibras pode levar a constipação.​[33] Entretanto, não há evidências de que pacientes com constipação em geral consumam menos fibras do que pacientes sem constipação; na verdade, estudos mostram níveis semelhantes de ingestão de fibras.[17][34]

ingestão inadequada de calorias

Ingestão inadequada de calorias pode causar constipação, e a constipação é um problema reconhecido em pacientes com anorexia nervosa.[35] Realimentação e restauração do peso normal estão associadas com a aceleração do trânsito colônico.[36]

ingestão inadequada de líquidos

Pode estar associada com constipação, No entanto, evidências sugerem que a maior ingestão de líquidos isoladamente não melhora a constipação em pacientes que não estiverem desidratados.[18]

procedimentos cirúrgicos e parto

Uma história detalhada deve ser obtida, incluindo qualquer história de cirurgias abdominais, partos vaginais, necessidade de episiotomia e lesões obstétricas.

uso de medicamentos que induzem constipação

Uma lista completa dos medicamentos atuais deve ser obtida para avaliar a constipação induzida por medicamentos. Medicamentos como os opioides, bloqueadores dos canais de cálcio, antipsicóticos e antidepressivos tricíclicos podem causar constipação. Até 81% dos pacientes que usam opioides apresentam constipação.[18]

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