Critérios

Critérios de Roma IV de distúrbios intestinais funcionais[6][7]

Critérios de diagnóstico para constipação funcional (critérios atendidos pelos últimos 3 meses com início dos sintomas em pelo menos 6 meses antes do diagnóstico):

  1. Deve incluir dois ou mais dos seguintes:

    • Esforço durante pelo menos 25% das defecações

    • Fezes grumosas ou duras em pelo menos 25% das defecações

    • Sensação de evacuação incompleta em pelo menos 25% das defecações

    • Sensação de obstrução/bloqueio anorretal em pelo menos 25% das defecações

    • Manobras manuais para facilitar pelo menos 25% das defecações (por exemplo, evacuação digital, suporte do assoalho pélvico)

    • Menos de três defecações por semana.

  2. Fezes soltas raramente estão presentes sem o uso de laxantes.

  3. Há critérios insuficientes para a síndrome do intestino irritável (SII).

Critérios de diagnóstico para SII-constipação (critérios atendidos pelos últimos 3 meses com início dos sintomas 6 meses antes do diagnóstico):

  • Dor abdominal recorrente, em média pelo menos 1 dia por semana nos últimos 3 meses associados a dois ou mais dos seguintes critérios:

    1. Relacionados à defecação.

    2. Associados a uma mudança na frequência das fezes.

    3. Associados a uma mudança na forma (aparência) das fezes

      • Mais de um quarto (25%) das evacuações com fezes pela escala de Bristol dos tipos 1 e 2

      • Menos de um quarto (25%) das evacuações com fezes pela escala de Bristol dos tipos 6 e 7.

Critérios de diagnóstico para distúrbios de defecação funcional (critérios atendidos pelos últimos 3 meses com início dos sintomas em pelo menos 6 meses antes do diagnóstico):

  1. O paciente deve atender aos critérios diagnósticos para constipação funcional.

  2. Durante tentativas repetidas de defecar, deve haver pelo menos dois dos seguintes fatores:

    • Evidência de evacuação prejudicada com base no teste de expulsão do balão ou em imagem

    • Contração inadequada dos músculos do assoalho pélvico (por exemplo, esfíncter anal ou puborretal) ou <20% de relaxamento da pressão do esfíncter em repouso basal por manometria, imagem ou eletromiografia (EMG)

    • Forças propulsivas inadequadas, avaliadas por manometria ou imagem.

i) Defecação dissinérgica

  • Contração inadequada do assoalho pélvico ou <20% de relaxamento da pressão do esfíncter em repouso basal com forças propulsivas adequadas durante a tentativa de defecação.

ii) Propulsão defecatória inadequada

  • Forças propulsivas inadequadas com ou sem contração inadequada ou <20% de relaxamento do esfíncter anal durante a tentativa de defecação.

Critérios de diagnóstico de constipação induzida por opioides:

  1. Sintomas novos ou agravados de constipação ao iniciar, alterar ou aumentar a terapia com opioides, que devem incluir dois ou mais dos seguintes:

    • Esforço durante pelo menos 25% das defecações

    • Fezes grumosas ou duras (forma segundo escala de fezes de Bristol 1-2) em pelo menos 25% das defecações

    • Sensação de evacuação incompleta por pelo menos 25% das defecações

    • Sensação de obstrução/bloqueio anorretal por pelo menos 25% das defecações

    • Manobras manuais para facilitar pelo menos 25% das defecações (por exemplo, evacuação digital, suporte do assoalho pélvico)

    • Menos de três evacuações espontâneas por semana.

  2. Fezes soltas raramente estão presentes sem o uso de laxantes.

Constipação ocasional[50]

Um grupo de especialistas de cinco países definiu a constipação ocasional como alterações sintomáticas intermitentes ou ocasionais no hábito intestinal (que incluem redução incômoda na frequência de defecação e/ou dificuldade de passagem das fezes), na ausência de sinais de alerta de condições mais graves. Os sintomas podem durar dias ou semanas e podem requerer mudanças no estilo de vida, nos hábitos alimentares e/ou uso de laxantes de venda livre para restaurar um hábito intestinal satisfatório. Muitas vezes, é difícil ter uma abordagem algorítmica para a constipação ocasional, pois a maioria dos pacientes não procura atendimento médico. O tratamento inclui modificações no estilo de vida (dieta, exercícios) e suplementos de fibra. No entanto, essas medidas levam tempo para gerar efeitos, de forma que a maioria dos pacientes com sintomas persistentes precisará de medicamentos de venda livre, incluindo laxantes osmóticos e estimulantes. Caso o paciente precise de medicamentos de prescrição, isso sugere um diagnóstico de constipação crônica.

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